terça-feira, 30 de setembro de 2008

Uma realidade.

Sorrisos Forçados em
Palavras Murmuradas
De Olhares tímidos.
Desilusões Escondidas
Em Silêncios Difíceis e
Confusos mas no entanto sentidos.
Gestos incontroláveis
Em Paixões Despercebidas
E por alguns já esquecidas.
Sentimentos Ocultos
Desvendados por descuido
No coração de tanta gente.
Corpos cansados e tristes
Da solidão e ausência de compreensão
De uma ardente paixão.
Palavras mal Ditas
No enlouquecer do desejo
Por tantos vivido.
No adeus final
Um ouvir de coração
Um abraço a nos próprios
Com as mãos juntas ao peito
E ao olhar para elas
Uma flor coberta de sangue.
28.Novembro.2007

memories.

Memorias as minhas tão bem guardadas cá dentro. Coração que luta pela paz, contra a tristeza e magoa das memorias más! Coração que luta para não esquecer as boas memorias, memorias queridas e reconfortantes. Memorias rebeldes que teimam em fugir, provocando o esquecimento involuntário .. Memorias de um dia, de uma tarde ou de uma noite. De dias, semanas e meses. De anos, de uma vida. Memorias doces recheadas de sorrisos, memorias cruéis transbordantes de medo.
26.Outubro.2007

Passos inconscientes

Passeava pela rua, no meio de passos inconscientes, sem direcção alguma. Queria só estar sozinha, eu e o meu mundo! Naquele frio estranho de uma manha de Inverno, com o sol a bater na cara. Andava por andar, olhava as ruas, as pessoas, as pedras da calçada! Levava um caderno debaixo do braço, como tantas outras vezes o fiz. A capa estava já com as pontas amolgadas, do uso, era impossível adivinhar as inúmeras vezes que já lhe tinha pegado. Sentei-me num banco de jardim, numa praceta sem nome, coloquei o caderno no meu colo e olhei o rio há minha frente. Sorri, apertei os botões do casaco de lã fina bege. Agora sim, sentia-me bem! Tinha uma paisagem bonita há minha frente, o meu caderno ao colo para escrever o que quisesse, e estava aconchegada com o sol de inverno a bater-me na cara. Mas o melhor de tudo, é que na minha mente estava em branco! Em nada pensava, para não me sentir nem feliz, nem triste. Olhei uma estátua do lado direito da grade que dividia o rio de mim, era um homem velho, que pela pose e pelo nome deveria ter sido algum politico importante há uma data de anos atrás. Pensei em como as pessoas enquanto vivas são desvalorizadas, e depois de mortas tão acarinhadas .. Abri o caderno, tirei o meu lápis novo do bolso e escrevi na primeira linha: "Não seremos todos tão importantes, a ponto de merecer uma estátua?".
13.Outubro.2007

amizades de infância.

Eu preciso de te falar, de te encontrar. De me sentar ao teu colo, enconcostar a minha cara no teu ombro e perguntar-te entre lágrimas: Porque a vida nos separou ?
Preciso de te dar a mão e caminhar contigo na praia, contra o soprar do vento. Eu preciso respirar o mesmo ar que tu, como antes. Preciso que me pegues ao colo
e me mandes pra dentro de agua como fazias. Preciso tanto de te tocar, de ver um sorriso na tua cara e ver como estas feliz agora. E eu não tanto... Preciso do teu abraço, igual e tão especial aquele que me deste no dia do meu aniversario. Que ao sentir os teus braços enrolados em mim, uma lágrima escorreu-me pela cara no desejo de não saíres mais do pé de mim. Quero voltar a passar tempos infinitos contigo, ver o sol a pôr-se ao longe, reflectido no mar.
De sair contigo de noite e andarmos sem sentido, sem direcção ou trajecto marcado. Preciso de olhar para ti enquanto dormes. Olhar para ti e pensar
em cresceste, comigo a teu lado. E ver o que me magua saber que já não somos aquelas duas crianças! As duas crianças sempre com um sorriso na cara.
Sem pensarmos no amanha. Sem imaginar-mos que o futuro nos aguardaria vidas cada vez mais distantes! E eu sem imaginar o quanto doí, viver sem ti !

1.Outubro.2008

imagination

Imagina um sitio,
Onde o chão está coberto de flores.
Tulipas cor-de-rosa,
Rosas roxas,
Lírios vermelhos,
Malmequeres amarelos,
Flores de cores infinitas.
Imagina um sitio,
Esse mesmo sitio,
Onde os prédios eram árvores
Árvores de folhas bem verdes.
Agora, imagina um sitio,
Esse mesmo sitio,
Onde um pequeno riacho era o mar.
O mar azul com as ondas a baterem levemente na areia.
Imagina um sitio,
Esse mesmo sitio,
Onde a tua vida fazia sentido
E tu eras feliz.
1.Setembro.2007

relações, e afins.

« Afinal de contas, o que é o sexo numa relação casual? É pura questão física? É um descarregar do stress laboral? É um câmbio de hormonas? É carência? Ou é carinho, sentimento? Alguém me sabe responder? Hoje em dia parece que o primeiro pré-requisito para entrar numa relação é o MENINO virar-se pra MENINA e perguntar: "Desculpe, fode?" Se ela disser que SIM é bem-vinda! Se ela disser que NÃO é "Venha a próxima!". Eu fico estúpida com tamanha falta de tacto! Pois é caras meninas, temos que começar a pensar (...) » de autora desconhecida.
Como toda a gente está farta de saber, hoje em dia não se namora, CURTE-SE! E quando se vai longe demais, "ANDA-SE" (que é um termo muito interessante)! Já não se vê nos dedos das raparigas casadoiras aqueles anéis que o povo designa de solitários (e que, diga-se de passagem, estão mais fora de moda do que as meias do meu avô). Essa mudança até aprovo, porque ninguém merece andar ali anilhado como se fosse um pombo, verdade? Mas agora uma relação designada de "amizade colorida", como é habitual no quotidiano do século XXI, é que eu não consigo entender lá muito bem. E eu ate me acho uma rapariga moderna... A primeira coisa que um rapaz nos diz após as primeira troca de beijos é excelente: «Gostas-te?», que a resposta mais sensata seria: "Não! Estamos os dois nisto a já algum tempo e eu ainda não me fui embora .. mas não, não gostei!" Por amor de Deus! Logo de seguida vem também o típico: "O que sentes por mim?" e antes de nos possamos responder, já estão a dizer "Eu não me posso apaixonar por ti! Desculpa" Mas o que é isto??? Estamos em Marte e ninguém me disse nada? Como se a paixão fosse uma espécie de compra de fiambre nos grandes supermercados! Tira-se a senha, aguarda-se a vez e pede-se "Se faz favor. Queria 100 gr de paixão!". Estes miúdos estão malucos ou quê? Sinceramente acredito solenemente que quando um rapaz nos diz "Não me posso apaixonar por ti" quer apenas dizer "Não estou preparado para assumir uma relação!" Juro que não sei o que lhes passa pela cabeça quando dizem uma coisa dessas! Fogem do namoro como o diabo foge da cruz, credo! O que os leva a tomar essas atitudes? É quererem só "curtir" ou ir para cama com outras adolescentes que para aí andam? Ou então acham-se novos demais para viver alguma coisa a dois!
Devem pensar que começar a namorar implica começar a procurar casa, pensar no número de filhos, escolher os nomes prós futuros pequenos rebentos... Mas eles pensam que nós estamos preparadas pra ser donas de casa? É que não estamos mesmo! Verdade seja dita nos queremos é ir sair com as amigas, ver se a nova colecção de roupa já chegou, entre outros temas bastante interessantes e de carácter intelectual. Mas o que vos quero dizer caros meninos, é que nós também nos achamos muito novas para esses compromissos que vocês associam a um namoro. Só pensamos é que não há mal nenhum em namorar e partilhar o nosso dia a dia com quem se gosta. E para isso namora-se, não se "anda"! Vá lá meninos .. toca a puxar pelas cabeçinhas, sim ?

17.Agosto.2007

Só querer

Quero correr na areia, até me cansar.
Quero cantar no chuveiro, até sem voz ficar.
Quero pintar um quadro, desenhar o sol e a chuva.
Quero escrever uma música, daquelas bem festivas.
Quero rodopiar no meio da rua, até cair.
Quero saltar em cima da cama, até o colchão partir.
Quero desfilar, ou pousar!
Quero ver-me ao espelho, até envelhecer.
Quero brincar com bonecas, até morrer.
Eu quero sorrir !

no meu canto.

No silêncio assustador do meu quarto, vagueio pelos meus pensamentos. É um grito silencioso que cala e mata. O relógio faz Tic Tac... Tic Tac... acompanha-me toda a noite e nunca pára. Tocando sempre na mesma hora, nos exactos segundos que teimam em não passar. A cama, os lençóis, a almofada confidente e eu, que procuro respostas. Talvez procure alguém (?) Os que estão longe trago-os para perto, e aqueles que estão perto sem crer vou-os afastando. O relógio que ainda ali está, a lembrar-me que ainda há tempo... de mudar (?)
Que as ilusões e desilusões fazem parte da vida. Que não e' fechar os olhos e tudo passa. Deixamos marcas na vida de outras pessoas, marcamos tudo o que nos rodeia. Marcamos, então, o mundo (?) e se errarmos, aí somos levados pelos ventos da tristeza. Se correr bem .. breve tempo que passa e tudo se esquece.

14.Agosto.2007

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lembranças, aquelas passadas.

Momento destemido este, em que me encontro agarrada ás memorias anteriormente vividas. Agarrada a elas com cordas espessas de vastas ervas com espinhos e os meus olhos fechados devido a pressão da fita que lhes tira a visão. A minha boca é impedida de respirar, de se exprimir, de gritar ! Envolvida num pano sedoso mas sufocante, que me magoa então os lábios, provocando feridas impossíveis de disfarçar mais tarde. Os meus braços, reles marionetas no meio daquelas correntes de ferro tão pesadas, livres apenas estão as minhas pernas, que me permitem caminhar lentamente sem direcção alguma, apenas voltas que dou sem sentido... Com dificuldade as minhas lágrimas surgem escorregando pela cara gelada, atravessando as fitas, as correntes, os espinhos, as cordas. Atingindo a liberdade que jamais tivera.
20.Maio.2007

introduction.

Escrever. Escrever é criar, sonhar, vencer. Escrever é derrota, juramento, refugio. É união, solidão, esquecimento. Escrever é ilusão, competência, perdição ! Escrever é inventar, criar e destingir. É vida, é luz, é sede. Escrever é vicio, infantil, e loucura. Escrever é prometer, felicidade, orgulho. É rua, é casa, é auto-estrada. É desconhecido, humildade, favor. Escrever é renascer, cinzas, alegria e dependência. Escrever é passado, futuro, presente e vivências. É o sorriso da manha, é lágrima, é espada enfeitiçada. É moda, é drama, é futilidade ou refugio. Escrever é detalhar o que temos e o que gostaríamos de ter ... Escrever a partir d'um detalhe, aquilo que aprendo com a minha própria experiência e até onde os rios da minha imaginação me levarem. Escrever é amor, é fome de mais.