quinta-feira, 30 de outubro de 2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

heart.

Aprendi, ao longo do tempo, coisas que pensei jamais vir a saber. Passei pelas piores e melhores fases que um coração adulto aguenta. Coração de miúda, de mãe, de mulher, de mim. O batimento é sempre o mesmo, embora me engane fingindo acelerar ou quase parar em certas situações. Chega a parar, e é como senão voltasse a reanimar. Um puro turbilhar de sangue com os sentimentos dentro do peito. Coração de criança doente, de animal, de todos, de nós. Encostem estão o ouvido e escutem a banda sonora da minha vida, seguida sempre pelo mesmo actor principal, aprendam, lamentem aquilo que um coração vos ensina.

"Menina bonita do meu coração"

Não serei bonita enquanto o tempo permitir, mas sim enquanto tu o achares. Uma menina bonita, como dizes que sou. Não é sempre bonita. A menina também envelhece, a pele torna-se gasta e os olhos ainda mais cansados, as mãos exaustas... As pessoas já não olham, já não admiram, nem reparam. Esquecem-se que em tempos até poderá ter sido a mais bonita das raparigas da sua escola. Mas agora está velha, agora é só mais uma pessoa idosa no tempo da juventude actual. A idade esconde a beleza, a pele macia e jovem, mas não tira os sentimentos e a esperança de um dia sermos novamente novas e bonitas. Mas eu serei sempre bonita, á minha maneira. Mas bonita.

« Sabes bem que és bonita Mafalda » Rafael Lima.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

D

M - Já não gostas de mim?
D - O meu sentimento para ti é o mesmo que sempre, o sentimento de alguém que encontra a pessoa que devia encontrar e o sentimento daquele amor que ninguém consegue ter. É a ultima vez que te digo isto: eu amo-te, e não me peças para to dizer outra vez. Porque se quiseres realmente acreditar no que te disse, não vais precisar de ouvir outra vez para teres a certeza de que é verdade. E se eu não sou capaz de fazer o que realmente quero fazer por nós, então vais tu procurar outra pessoa.
- E tu?
- Eu não preciso de mais ninguém, quem precisava já tive, já me deu a experiência do mundo e se eu não faço o mesmo então não há motivos para continuar a lutar para alcançar o que não pode ser alcançado. Eu não quero « outra » , outras já eu tive antes de ti. Eu não preciso de uma segunda tentativa para saber com quem é que me sinto feliz, eu não sou inexperiente nisto, ao contrario do que pensava. O meu tempo de amar já passou, passou cedo, mas passou. E eu vou continuar a ser quem sou, apenas sem sentimentos ou emoções.

domingo, 26 de outubro de 2008

repara em mim.

Chega-te um bocadinho mais para ao pé de mim. Acho que ainda não viste bem as lágrimas dos meus olhos, de tanto olhar para os teus. De tantas vezes dizer "Fica..."

tu,

és como uma golfada de ar leve, recheado de borboletas ternurentas e em tons claros. assim como a seda imaginaria do amanhecer, em que sou presenteada com um dos mais bonitos sorrisos. e a voz do vento, que ilumina a lucidez do envergonhamento assíduo naquilo que escutas. contemplando o pouco que me vais proporcionando, como o brilho dos meus olhos, que renasceu ao ver-te de noite, no momento em que o passarinho azul voou sobre nós e tu disseste que eras assim: livre.

sábado, 25 de outubro de 2008

transformas-te.

Furas-te a película transparente que havia á minha volta, o enevoado estranho que me resguardava (da magua ou da felicidade? eu já não sei). Pegaste-me na mão, disseste que era hora de lutar. Disse-te que sozinha não conseguia, que perderia a guerra sem mesmo ela ter começado. E foi aí, que não só me ensinas-te que tenho mais força do que pensava, como que contigo a meu lado a magua não doaria tanto. Rasgas-te a rede protectora, e tornaste-me forte. Sempre que tentava reconstrui-la, tu negavas e dizias, sorrindo, que agora já não posso voltar atrás, que a atmosfera transparente já não tem solução. Mas eu ainda tinha. Pergunto-me, se agora o que queres é que regresse para esse meu ninho, ou me vais continuar agarrar pela minha mão gelada. Mudaste-te tudo, mas há algo que não muda, eu não volto a viver sem ti. Adormecerei nas nuvens do céu, enquanto tu estiveres ausente, mas de lá não saio mais. Enquanto eu de ti não possa novamente perto ficar.

após a tua fuga.

E então, troca-mos as palavras típicas. Por iniciativa minha, claro. Uma meia dúzia, porque tu mal abrias a boca, só me "oferecias" um breve sorriso enquanto os teus olhos me pediam um abraço, de saudade. Não to dei, não o mereces, eu também só queria chorar e mantive-me forte. Portanto tu também terias de aguentar o aperto no peito, que nem deve ser assim tão forte. Não ouve contacto físico, não poderia permitir render-me assim tão facilmente á ternura que me causas. Tu também já não te importaste, também decidiste fugir quando mais precisei, pelo menos, das tuas palavras. Elas encaixavam tão bem nos meus ouvidos... porque é que te cansas-te de mim assim? E como é que perdes-te aquela admiração enorme por mim, se eu ainda sou a mesma menina...

Stephenie Meyer

"Eu sabia que ambos corríamos perigo de vida. Mesmo assim, naquele instante, sentia-me bem. Completa. O coração batia aceleradamente e o sangue corria-me, quente e veloz, nas veias. Os meus pulmões encheram-se do doce aroma que emanava a sua pele. Era como se nunca tivesse havido um buraco no meu peito. Sentia-me óptima - não curada, mas como se nunca tivesse existido qualquer ferida."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Malaise de L'Orange - uma curta metragem

Trilhos de caminhos


Trilhas infinitas
Que percorro.
Queria chorar sobre elas
Mas não consigo.
A solidão
Secou-me os olhos.
O coração ainda bate
Porque ainda deseja
Viver a vida a sonhar !
Caminhos de pedra
Aos altos e baixos
E caminho sobre eles
De pés descalços.
A dor sinto-a
Mas é como se não a senti-se
Porque a solidão existe
E apaga o que persiste.
Os meus olhos
São opacos, sem cor quase
Demónio Tenebroso
Destes trilhos infinitos
Que me tiras-te o valor
Da importância de um olhar.
Ao toque
Pouco sensível sou
Porquê existir excitação
Se mais cedo ou mais tarde
Tudo acabará então ?
Escuto murmúrios
Leves sons longínquos
De reprovação
De negação ao bem
Que penso conseguir.
Em cada trilho
Por cada caminho
Milhares de Labirintos
Que me baralham
E me corta a respiração
A cada passo descalço que dou.
Curvas e círculos sem fim
E entretanto
Já os sonhos se perderam por lá !

<3-te !

És um novo sorriso, um novo sabor, mais uma nova descoberta! Beijei-te e baby morri e voltei á terra. És a nova luta, a composição que quero escrever todos os dias da minha vida. És a musica que ecoa minuto a minuto na minha cabeça, e não consigo parar de cantar. Vais fazer-me feliz ! És o mais recente monumento que quero contemplar, beija-me outra vez, eu preciso de tirar a prova final de que és realmente perfeito. O teu cheiro está entranhado nas minhas roupas, e eu quero mais que isso. Olha para mim como tua, como o animal selvagem que acabas-te de domestificar. Rejeita o receio e aceita-me, está escrito nos teus olhos de mel que me queres. Eu beijei-te rapaz, não me vais negar uma segunda vez! Quero a minha voz rouca daquela maneira outra vez, das palavras que me arrancas-te da mascara tímida. Descobris-te o meu lado louco baby, vais ter de levar com as consequências. Eu gosto de ti, a magia virá se a deixares entrar. Eu sinto bastante este amor a surgir, vai demorar a ser incondicional, mas eu espero ! Beijamos-nos rapaz, não me dês um não quando te roubar o melhor de todos. És a essência ideal para a minha jovem vida. Sentimos as línguas e tu deliras-te! Não negues, o teu corpo estremeceu colado ao meu. Dá-me autorização para te tirar as emoções, fazer render-te ao prazer, prometo não te fazer arrepender. Olha que não sou de pedir « por favor » , mas por ti vou lutar !

A terçeira partida

Nem adeus me disseste. Nem esperava que mo disse-ses. Já te conheço, a ti e ao teu método de relações. Amas-me, páras, amas-me, páras, amas-me, páras. Esta foi só mais uma vez, a 3ª julgo eu. Começas a cansar-me... se soubesses metade do que gosto de ti, acho que não me farias isto. Mas enfim, a decisão é tua. As minhas mãos já não carregam o peso da tua paixão, ou pelo menos durante os próximos tempos. Até a vida te correr mal novamente, e com saudades, me vires procurar em busca de abrigo e compreensão. E o mais curioso de tudo, é o facto de ser exactamente eu que partes em busca, sempre. Ainda tenho tanto para te dar, querido. Mas também quero que metas a opção, de um dia quem sabe, eu já não me apetecer estar á tua espera de braços abertos e lágrimas de felicidade por mais uma vez te lembrares que existo. Um dia, eu posso também já ter "parado" de te amar. Mas comigo, não será a curto prazo.

Ana (papel de seda)

- Porque é que fazes isto a ti mesma?
- Porque me esqueço do que realmente importa. Tu. (...)
- Sei que sabes que tenho sempre os braços abertos para te receber, mas custa-me ver-te assim... Saber que choras amargamente quando descobres algo que me parece tão evidente e que tento mostrar-te todos os dias.
- Eu sei. Às vezes é por medo, (...) mas sempre que re-ordeno o meu caminho e choro, sinto-me pequenina com muita, muita vontade de crescer.

- É o unico que te peço. Que compreendas a dimensão deste amor (...) Sou o teu refúgio e quero-te bem, não me afastes.

adaptado.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

escuro final

E a luz finalmente fechou-se, por fim o túnel encerrou definitivamente. Agora é apenas negro que os olhos podem ver e escuridão o que sente o coraçãozinho. Foi o que sempre esperei, que o fim chegasse e tudo terminasse sem a mínima esperança. A canção desligou-se e não volta a ser pressionado o Play. Sejamos coerentes, ainda te importas realmente? foi o mundo que sempre quiseste e acabas-te por o empurrar para mim. Provocas-te o deslize repentino da harmonia, e eu não tive maneira de o agarrar antes de ela cair do abismo abaixo. E tu? Que fizeste para impedir isso de acontecer? o brilho dos meus olhos está a voltar, tal como o preto das minhas roupas e as olheiras da falta de sono. Fala comigo, diz-me se é isto que queres para mim... Se te fiz mal ao ponto de me queres infeliz.

Question.

TENS NOÇÃO DO QUANTO MAGOA?
eu tentei tantas vezes.

bad music.

E se como resultado da ambição de uma musica, a melodia desistisse de tentar melhorar e a letra se tornasse gasta? Se as exigências macabras da musica desapontassem o compasso e ele não se fizesse mais notar? Como seria se a persistência desnecessária de futilidades da musica provoca-sem a fuga repentina do ritmo? E se o orgulho da musica interferi-se no timbre da voz que se espalharia desordenadamente? Como reagir se o egoísmo da musica fizesse esta repreender os instrumentos, que amuados fariam um voto de silencio? Mete a hipótese. Sabes que nada é impossível enquanto nem tudo for possível...

Fim do mundo , sorri.

Boneca, lê bem o que escrevo...! O fim do mundo vem aí. Tu prepara-te, vamos mesmo todos morrer. Desculpa, sei que estou demasiado bem disposto. Mas não te quero a deprimir, só porque vamos todos patinar. Há coisas impossíveis de mudar boneca, e digo-te, esta é sem duvida uma delas. O mundo vai acabar, fica comigo quando tudo explodir, a serio que te farei rir antes de ir. Querida, não faças essa cara de pânico, muito menos permitas a essa lágrima aí de cair! é só o fim do mundo, a extinção da espécie humana, o final da vida. As lágrimas agora são desnecessárias, nem deve doer... Olha para o céu, vês? O calor já se começa a tornar insuportável e o sol está a ficar avermelhado. Escuta-me com atenção boneca, se nasces-te sem mim e a chorar, morres comigo e a sorrir.

Lost

Sensação de te perder
Que o coração não consegue conter,
Perigo que espreita
E eu sou a principal suspeita.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Liberdade @

A liberdade faz-me bem. Reconforta-me. Aconchega o coração que acelera o batimento. Satisfaz a minha ingénua exigência de sorrir, e transforma o negro da minha camisola no amarelo dos meus sonhos. Não peço a perfeição, apenas o melhor que conseguir para mim ! Não é inveja, é compensar-me um pouco. É como umas férias intimas, que só eu preciso e sei o porquê. Agora vejo-me mais vezes ao espelho, agora já me acho bonita. Sei novamente o que é corar ao ouvir um elogio e o óptimo que é falar com um amigo sobre algo que gosto. Os dias agora parecem mais pequenos... o bom passa a correr. E a sensação é tão boa ! É, as ferias já começaram a sarar...

Duvida, confusão, medo e depressão.

O que é que se passa? Porque é que mudou derrepente? Não podia ser assim, não podia correr da maneira errada. Não foi o que quis para ti, para mim, para nós ... Está a matar-me aos bocadinhos. E agora .. agora as certezas já são duvidas outra vez. E estão a fugir do meu alcance. Não queria um Fim assim, não que sofresses, não que a culpa tivesse de ser de alguém. Queria um sorriso, mesmo que tivesse de haver lágrimas, que surgissem e acabassem apenas e só naquela altura. Tenho saudades tuas ... e isso faz-me mal. As saudades só atrapalham a cabeça e o coração, nem se fala. Mas tudo é uma incógnita: o porquê, a razão de ter surgido, e o para quê também não para de me assombrar. Não sei até que ponto preciso de ti, não sei se as desculpas que demos foram de facto as reais. Não sei, admito. Estou baralhada, sinto-me uma criança outra vez ! e isso é o pior de tudo. Queria que aquilo que sei, que aprendi, me ajudasse agora. Mas só complica e me atrasa a vida. Não suporto o desprezo que me das, não aguento. Faço de tudo para não te ver, porque agora só me desconforta ... mas em contrapartida, passo o dia a perguntar como estás e como tens agido, ás pessoas. É uma preocupação constante, já incontrolável. As palavras começam a anunciar que estão gastas. E eu não sei que lhes dizer, porque gasta ... gasta estou eu. Seja sim ou seja não, o que é que nos vai acontecer a partir daí? sim, é mais uma duvida, mais uma incógnita. E por mais "maravilhoso" que possa ser a descoberta de uma experiência nova, eu meto isso de parte desta vez e SIM eu preciso de saber como vai ser a seguir.
Mudas-te. Mudei. Mudaram. Nem nós nem ninguém somos os mesmos! Não é uma opinião, é um facto. A solidão ataca a todos, mas á formas diferentes de assim o ser. Porra, eu só tenho chorado. Por ti, por mim, por nada, por tudo, pelo passado, presente e futuro. Eu só quero ser feliz sem ti mas contigo, e contigo mas sem ti. Não faz sentido ... não. Mas agora também já nada o faz, pouco importa mais frase menos frase. Porque é que erramos? eu não sei. Acredita que não sei. Errar não é "humano", errar é ERRADO e ponto final. Vão se lixar as frases feitas, eu tenho as minhas! Leio uma, duas, três, quarenta vezes as coisas que escreves. Relembro uma, duas, três, cinquenta vezes aquilo que dizes. E tal como tu, também oiço o que os outros aconselham ou mandam para o ar. Mas opinião é sempre uma opinião, algo que maioria das vezes nem fundamento tem. O que é que aconteceu ao teu sorriso? O que é que me aconteceu a mim? Não quero pensar mais em mim, tenho feito de tudo para o fazer. Juro-te que tenho! e aos poucos, vou conseguindo com sucesso. Só me importas tu, como amigo, como meu tudo. E se só tu me importas realmente, faz o mesmo. Pensa em ti, e se conseguires ... em mim também, um pouco só. Saí da nossa relação com aquilo que "queria", que precisava. E nem metade te dei daquilo que necessitavas. Portanto sou eu, quem desta vez pede: Desculpa. Pergunto-me constantemente se duvidas, que já te amei mais que tudo na minha vida. Acho que sim. E sei que mesmo que to diga agora, continuaras sem acreditar. Porque te conheço, ou pelo menos, conheço de ti aquilo que me deixas-te conhecer. Eu amo-te, ainda. Não o dizia se fosse mentira, acho que o sabes.
Tenho medo que te esqueças de mim. Não que deixes de me amar ou que deixes de sentir falta de estar ao pé de ti, bem perto. Simplesmente, que eu morra no meio de todas as tuas memorias.

26.Setembro.2008

Farei sempre parte da tua bagagem, querido.

choro.

O teu coração está apodrecer? Não chores, não entres em pânico ... o meu também está. Não recolhas essas lágrimas que chamam pelas minhas, elas só te salvam. Só te aliviam a alma arrefecida. Não, não és gelo ou nada por dentro. Há espinhos como os das rosas, mas também há a ternura do perfume. Não começas a desesperar, a ser pessimista, pensa que ainda os ventos de princípios de Outono levaram consigo a magua, o sangue, e o desespero do teu erro.

novos amigos.

Entras-te "a matar" na minha vida, no meu quotidiano. E mais estranho ainda, é que vais permanecendo nela, dessa forma. Nunca consigo ter uma opinião correcta sobre ti, mudas de dia para dia, de hora para hora. Há dias em que brincas e gozas comigo, outros que nem olhas para mim. Uns em que dizes que sou especial e que me adoras, outros que não podes jamais apaixonar-te por mim. Que queres que pense afinal? De ti, apenas quero uma amizade. Mas por vezes, até isso complicas ... Uma vez disseste que era difícil, sim sou, mas tu és complicado. Então, que haveremos de fazer? És uma novidade para mim, mais uma mente estranha para eu descobrir e confiar. Baralhas-me ! sim. É o que fazes, tanto me fazes sorrir ou corar, como me dás "dores de cabeça" com as coisas que dizes. Tu decide-te. Quero que esta amizade resulte, porque no fundo, não podes ser aquilo que me dizem de ti. Pois não foi isso que me mostras-te.

acordar, revivendo.

Leve a brisa que sinto cá dentro, que me faz espreguiçar exageradamente nos lençóis de seda da minha cama. Um sombreado harmonioso de claridade em mim, transmitindo a paz dos deuses sem fim. Cantares líricos praguejo para o ar, enquanto minhas madeixas encarnadas são desfeitas na almofada do meu lar. Ainda anteontem era jovem, e por estas horas, preparava a mochila para a escola... Mas o meu barco não navega de volta, e tempos esses não descobrirei mais. para mim, tudo bem... A escuridão bocejou e levantou-se cedo e na cama comigo apenas ficou a elegância de uma tulipa enfeitiçada.

PedroAmado

« Obrigado por aquele beijinho que me deixaste corado!
Estás a tornar-te tão importante »

ser adulta !

Agora sinto-me adulta, amanha talvez já não. Acho que o "ser crescido" não é nada fixo, é temporário. Numas horas ages com maturidade e noutras choras como uma pequena criança. Eu quero ser crescida, matura, adulta. Não a curto prazo ! Quero-o sempre. Mas isso só depende de mim ... e quanto mais tento, mais fracasso. Queria poder estar numa aula, calada, atenta... e não estar a a brincar com o meu anel ou olhar para as moscas que vêm da janela. Queria falar com a minha melhor amiga, sem dar pulinhos e falar alto da excitação. Queria conseguir tratar dos meus problemas pessoais sem estar constantemente com duvidas, insegura. Queria conseguir transmitir as pessoas que enquanto lhes sorrio infantilmente , por dentro bate um coração velho. Cansado dessas "criançisses" das acções do corpo.

Oceano.

... e o meu coração é como as ondas desse mar, por vezes fortes outras mal se nota.

sábado, 18 de outubro de 2008

about me.

Escuta-me bem, aqui nada ensinas apenas aprendes. A vida as vezes foge-me escorregando-me por entre os dedos, e o tempo não parou e murchou tudo. Vou seguir, como sempre fiz. Horas bem, horas mal. A rotina é algo difícil de mudar, está podre e já não insiste mais na acção recusando-se a abrir as cortinas ao palco. Aprendi a não esperar que o sol nasce todos os dias, ele também tem direito à sua solidão, a chorar de noite enquanto a lua recebe os aplausos. Por vezes obrigada a tomar grandes decisões, algumas que os outros não compreendem. Mas é melhor assim ! Vou deixar-me ficar assim, sabendo que nunca ninguém me conhecerá realmente... Não é complicação, é resistência. E no fundo: impossível. Ninguém precisa de saber a real razão porque eu sou eu. Penso o que não faço, faço o que sinto e outras vezes nem isso. É instabilidade, é insegurança, não faz mal, que seja. Já não importa, sabes. Porque em tempos fui um caso perdido, mas acidentalmente deixei uma ponta da folha de papel de fora, e alguém pegou nela. E fez-me acreditar que afinal eu ainda não aprendi tudo. Mas que para aprender é preciso admitir-mos a nós próprios que precisamos que quem sabe mais nos dê a mão e que após sabermos ainda mais, não receberemos um sorriso por isso. Posso saber pouco então, mas sei o mais importante. Que é ao avisarmos os outros do perigo que estes mais depressa iram provoca-lo. Não para embirrar, apenas porque o sentido do risco e descoberta é o que move cada um de nós, queremos sempre arriscar ao máximo para ver o que vira depois e depois. Afinal "O fruto proibido é o mais apetecido", mas os impulsos também têm de ser controlados nem que seja para evitar uma lágrima confusa. A ausência repentina começasse a tornar algo comum para mim. Não um caso, não dois, alguns isso sim. Quem hoje está amanha já não estará! Mas enfim, o corpo habitua-se e consequente a isso a cabeça também. As vezes as saudades dos velhos tempos vem ao de cima, penso que seja normal, é sinal que afinal algo naquela altura foi boa e nos marcou. certo? Não sou a mesma de há um ano, de há 5 meses, mas sou a mesma de ontem. Porque do dia para noite muita coisa muda. Mas o coração não deixa de bater, e a ausência não se transforma num tormento. Pode fazer um intervalo grande, quase insuportável, mas não eternamente. Não me vou queixar da minha vida, sofra ou seja feliz, tenho a vida que eu própria provoquei. Os outros influenciam, mas na hora da decisão a escolha é só minha. As duvidas e os medos sempre foram e serão os principais obstáculos, mas agora assustam-me menos porque eu sei que todos nós os temos! O receio pode provocar um atraso no trabalho, mas no fim o vestido vai estar acabado. E "mais vale devagar e bem do que depressa e mal". A tristeza é o mais terrível, mas quem se habitua habitua. Defendo a ideia de que nos podemos habituarmos-nos a qualquer situação, e mais facilmente se for a única coisa que vimos pela vida fora. Não falo por mim, nem deixo de falar. Porque quem diz o que quer esconder, ouve o que não quer.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Amo-te, com todas as letras.

E é o fim... acabamos assim? Contigo noutro país e eu aqui. Nunca foi o que estava a espera para o desfecho da nossa historia amor. Eu cá, tu lá, ambos sem sabermos sequer se o outro está bem, se ainda está vivo ... Não quero que penses que te dou mais valor apenas porque te vais embora. Não dou. para mim vales o mesmo, tudo. A voz não quer sair hoje, só lágrimas e mais lágrimas. Doí, sabes. Doí mesmo ! Um dia disseste que não me deixavas sozinha ... mas também disseste e muito bem, que nem sempre cumpres as promessas que dizes levar a serio. Sabes que tenho medo delas, e por isso nenhuma delas levei realmente a serio. Mas a de ontem sim ... « um dia vais-te tornar uma pessoa perfeita, e eu prometo mesmo que quando isso acontecer eu vou estar contigo » Tem cuidado contigo, porque agora já não serei eu a tomar conta de ti, e jamais tires esse sorriso idiota da cara que te ensinei a ter.
9/10.Outubro.2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

e foram 10 meses.

21 de Setembro de 2008 .

Foi o fim de uma relação, não de um nós.

esforço fizico.

A mão rugosa lançou-se sobre o soalho de madeira fria, para efectuar as pretendidas flexões. O corpo estremecia, o suor escorria-lhe pela nuca e testa, o corpo aquecia ao passar dos segundos quase queimava o chão que as mãos abertas sentiam. O olhar era impossível de decifrar, era nevoeiro, era praia sem areia. Os braços arqueavam e desvaneciam, rápido, cada vez mais rápido ! As pernas já tremiam de fraqueza, mas não cediam. Era força, garra, determinação, luta ! Luta por uma coisa bem feita, por algo completo, uma substancia estranha ocupara-lhe o lugar da saliva ... era veneno. O seu próprio veneno, aquele que arranhava a garganta e a feria, o veneno que lhe magoava a língua e a tornava áspera como um gato selvagem. O veneno que lhe amargava a boca e o fazia engolir em seco consequentemente. O coração debatia-se, o batimento cardíaco era pesado e poderoso, e naquele silencio da sala, quase jurava que o ouvia a ecoar nos ouvidos. O sangue mal circulava nas veias, que se faziam sobressair na pele branca de concentração. O cérebro estava vazio, negro como breu; apenas se concentrava nos números, quantas já fez e quantas ainda tem por fazer. Elas passavam ... 10 ... 50 ... 100 ... e era como se fosse sempre a 1ª. Um corpo morto que ali está, duro a desfalecer lentamente, mas sem dar por isso.
19.Setembro.2008

Eugénio de Andrade

( ... )
" Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços. "

Mas tens esse direito.

Acabou por ser um « mais ou menos », nem sim nem não. Apesar de ter colocado esta resposta na minha lista de Possibilidades, acho que não estava realmente preparada para ela. Foi um borbulhar de emoções: frustração, pânico, raiva, alegria, desilusão, arrependimento, ansiedade ... Naquele momento morri. Digo isto de facto bastantes vezes quando escrevo, mas desta vez, o meu cansado coração parou mesmo. Encolhendo-se como quem precisa dum abraço desesperadamente. Foi por ti que decidi dar uma reviravolta a uma parte da minha vida. Já não será como eu sozinha sonhei, mas irei fazê-lo á mesma. Para te mostrar, embora saiba que não o vais perceber, que tens uma importância imensa para mim. Eras o raio se sol que me aquecia a pele, e agora uma nuvem meteu-se á frente do sol e tu não fugis-te, deixaste-a ficar...
18.Setembro.2008

Querido Hope III

Borboletas de todos os tamanhos, cores e formas. batiam forte as suas asas elegantes na minha barriga. Não tinha de facto borboletinhas no estômago, mas era como se tivesse. Os adultos chamam-lhe "nervos". Mas eu prefiro as borboletas, o nome até é mais bonito ! E para quê chamar as coisas pelos nomes a toda a hora, se temos uma imaginação em total alerta, para um novo desafio á ultima da hora? Eu acredito realmente nisto. Foi o meu Hope que me ensinou isto hoje á tarde, quando voltei da escola. Ele tem umas boas teorias, ou pelo menos, são engraçadas e fazem sempre sentido! Não são como as coisas que os senhores da televisão dizem . Complicadas e difíceis. Não acredito que criança alguma as compreenda. Os papás falam bastante sobre esses assuntos, e se lhes pergunto do que falam dizem que é «assunto de gente crescida» e mandam-me para o meu quarto. Ou simplesmente exigem-me que me cale. O Hope fica tão chateado com eles quando o fazem, eu não, não faz mal... não é?
Não tenho por habito ir mesmo para o quarto, e como tal fui para o jardim com o Hope e ele como sempre mal se deitou na relva, adormeceu logo. Estava com aquele vestido vermelho xadrez que a mamã adorava, e se me deitasse no chão iria suja-lo... Portanto deitei-me na relva com a minha fabrica de borboletas para cima, para poder ver as nuvens. Nos filmes estas têm formas de animais, mas as nuvens de minha casa não! São demasiado grandes para haver coelhinhos ou golfinhos no céu. E foi por isso que decidi amanha ir a casa da avó, para ver se as nuvens que vejo da janela da biblioteca têm formatos bonitos para eu poder brincar. Por isso, por agora prefiro encostar-me ao Hope e esperar que ele acorde, para irmos ver o Rei Leão.

18.Setembro.2008

Obcessão !

Que as pétalas de rosa lhe queimem a cara, tal como a sua selvagem vontade que a noite chegue, para dar asas a suas fantasias. Já que em infinitos cálculos mentais conjugou verbos de avareza, e se acabou perdendo no próprio renascer. Prospero tempo que não voltou para trás, impedindo assim que suas memorias penosamente sexuais lhe pareçam agora ainda mais maravilhosas. Encarando meros sonhos como dinâmicos objectivos, perdendo assim longas horas e longos dias reflectindo em técnicas de abordagem e fuga, para que jamais seus planos corram mal. Ele já não respira, geme sobre a respiração que ele mesmo vai sufocando.
18.Setembro.2008

sorte a minha.

Que o ceu se abra duma só vez, no dia em que minha sorte mudar. Que caiam as mais poderosas das muralhas, que as furtunas dos mais ricos se tornem insignificantes e que a doença negra mate populações sem fim, se ouve em toda uma historia dum país, algo mais nobre que a sorte que por anos anseei.
15.Setembro.2008

Venenoso feitiço.

E que as marés de veneno te chicoteiem as costas, ao longo de toda a tua fuga aos factos que te recusas a tornar verdadeiros. Que as aves de rapina te perfurem os membros sem dó nem piedade e queira a fé de Deus nosso senhor testemunhar se não dedicarei toda uma vida á realização desta feitiçaria. tendo como único e exclusivo objectivo provocar a desgraça infinita deste ser pouco humano, que vi um dia nascer.
15.Agosto.2008

Friendship.

Sinto que é exactamente no meio de mentiras e brincadeiras, que acabas por me confessar tuas verdades e sinceros desejos. E se assim for, não pares ! Continua a brincar comigo, que sem notares, mostras-me mais de ti do que se falássemos "asério". Não foste o 1º que olhei de outra forma a toa. Ouve algo profundo, um segredo para desvendar, que se começa agora a confessar. E mesmo que um dia tu vaciles, continua a confiar e mim. Há coisas que não se devem confundir, e a nossa amizade é uma delas. Somos amigos. Grandes amigos. Apesar de muitas vezes nenhum dos dois dar por isso, á cumplicidade e uma enorme fome de carinho. Não prometo nada, mas eu não te quero deixar @
15.Agosto.2008

ser ou não ser.

Mete-me a cabeça nas nuvens. Faz-me sorrir outra vez como uma criança. Perder os medos e complexos. Ser apenas criança. Aquela que sempre afirmas-te ser apenas tua, e que agora te afastas lentamente, mas eu noto a mudança ... O meu alarme interior disparou quando te conheci, dando o aviso que agora estava na altura de ser feliz com alguém. Que conheceria alguém que me deixasse ser infantil e iria sê-lo comigo. E me mostraria um mundo mais positivo e crescido ! Que ao meu ritmo aprenderia a soletrar os problemas de gente crescida, que atormentaram desde sempre esta tua criança.
15.Agosto.2008

Flor De Inverno

A vida é feita de desilusão e cimento que não deixa crescer a flor de inverno. A acida chuva cai constantemente, impedindo que as lágrimas de sangue se notem em suas pétalas. Todos os Invernos, libertando sons esverdeados da esperança. A vida constroi-se pela destemida morte dos outros. E as folhas caem impedindo mais um lastimoso sorriso de nascer. O piso pintado de verniz azul potente faz renascer as sementes envelhecidas pelo futuro. A flor de inverno dura e perdura, mas não o faz sozinha. Regada por pimenta virgem que lhe faz crescer rapidamente, durante a estação mais fria. A vida é curta, bem ou mal aproveitada. Uma espécie tão extinga como a sorte dos Homens. A podridão das paredes rochosas da noite, gelam a terra que para, até a manha seguinte. A neve balança ao cair do céu, seguindo as leves brisas do passado tristonho que outrora esta flor de inverno foi gente. Foi vida. Foi pessoa.
15.Setembro.2008

A realidade do oxigenio.

Era noite certa, mas eu como habitual, não tinha sono. Levantei-me e vesti o robe transparente de seda e fui há janela. O vento acariciou-me a cara, embora leve e vago, arrepiou-me a pele e aguou-me os olhos. Todo aquele plano ... a escuridão apenas tingida pela iluminação da lua, o silencio, o cheiro natural da rua, do ar, da falsa liberdade. Oxigenio. Tão bom. Fechei os olhos, não precizava de ver, apenas deixar-me entregar a toda aquela nostalgia que me vaguiava o espirito. Fez-me ter vontade de ser feliz, de ser melhor, para mim. Descruzei os braços, que até agora apaoiavam o peso do meu corpo sobre o parapeito da janela. Olhei as minhas mãos, tão novas, tão cansadas. Tal como todo o resto do meu corpo aparentemente saudavel e resistente. Mas ao olhar fundo, um termendo esgotamento perdura. Fechei a janela, e deixei-me escorrer pelo chão, até ficar de pernas cruzadas sentada. E enquanto uma lagrima caiu, adormeci.
14.Setembro.2008

O fim chegará em breve.

Roubaste-me a vida. Perdoei-te, mas quero que tenhas consciência disto! O que fiz contigo foi tempo perdido, e o que tu fizes-te comigo foi cruel. Mostraste-me as melhores coisas da vida. Fizeste-me sorrir pela primeira vez, conhecer a saudade e o quanto o ser humano pode precisar de outro para o seu próprio bem estar. Aprendi amar de verdade, sentir ligeiros ciumes, aceitar a ajuda de outra pessoa. Deste-me a compreensão por que esperava á tanto, tanto tempo. Matas-te um pouco do meu lado frio, aquecendo-me com as palavras que nunca antes tinha ouvido com a sinceridade com que mas dizias. deste cor a grande parte do branco minha vida. Para agora me dizeres que acabou. Que gostas-te mas que precisas de algo novo. E que para tal acontecer, eu tenho de sair ou pelo menos dar espaço a outro e ficar com o titulo de "grande amigo". Não posso dizer que me desiludis-te, porque algum dia acabaria de facto. mas garanto-te que não pensei que fosse tão cedo ... Porque é que deste sentido á minha vida, se sabias que ia acabar ?
Dá-me mais uma oportunidade, eu ainda te quero fazer feliz ...

13.Setembro.2008

First Love.

Talves não consigas entender, mas eu sei que es tu. Dás-me a liberdade ideal. O melhor dos sorrizos, aquele timido e expontaneo. Não são necessarias cartas ou telefonemas, as palavras são ditas nos olhos sempre que são precisas. Gritas por mim, sentes a minha longiqua presença. Prendes-me com as gargalhadas e o brilhozinho nos olhos o tempo todo. Quero que sintas o teu corpo junto ao meu, até o dia em que morrer. És a minha segurança mais preciosa, NÃO DUVIDES DE MIM ! nem sempre os momentos são bons, mas as soluçoes são encontradas. As desculpas pedidas e os abraços duradores trocados. E embora as feridas que vão ficando, só ajudaram a sarar a ferida maior. Deixas no ar, o calor que aqueçe a chuva. Não foi amor á 1ª vista. Foi a saudade e o desejo primeiro, e sim depois a descoberta do amor real pela primeira vez. Talvez a vida nos afaste, com mais mentiras e armadilhas. Mas o que importa é o final, e se o começo não foi como deseja-mos. O fim jamais poderá ser algo para alem de uma decisão nossa. Por favor, ACREDITA EM MIM ! anseia pelo nosso primeiro beijo, a "estreia" de nossas bocas virgens. Não desistas da força que ainda tens ... Sabes bem que é ela que me alimenta. Peço-te por favor, CONFIA EM MIM ! e por mais dificil que seja, no dia em que partires, eu vou contigo. Foste o meu primeiro amor, e sabe Deus, como quero que sejas também o ultimo da minha vida.
20.Agosto.2008

Sophia de Mello Breyner

"Eu contarei a beleza das estátuas
Seus gestos imóveis ordenados e frios
E falarei do rosto dos navios.
Sem que ninguém desvende outros segredos
Que nos meus braços correm como rios
E enchem de sangue a ponta dos meus dedos."

Senta-te aqui ...

E se agora a Luz se apagar, o que é que eu faço ? o escuro assusta-me, trás com ele os pesadelos, as duvidas do que estará debaixo da minha cama ... Não quero estar na escuridão, quero que fiques comigo até eu adormeçer. Senta-te aqui, na beirinha da minha cama. Desculpa se pareço insegura, mas não consigo estar sosinha. A solidão gela-me o coração. Proteje-me dos monstros que saem do armario ou do baú da roupa de inverno. Dá-me a mão e faz-me festinhas no cabelo até eu começar a entrar nos sonhos cor de roza, aqueles que todas as noites felicitas que eu os tenha. E não me ralhes se começo a bater com os pés no colchão e a rir alto, só quero brincar. Tu também já brincas-te, quando eras como eu, uma menina pequenina com medo do escuro, e de ficar sosinha.
18.Agosto.2008

Fugida

E o vento me dirá se as saudades que tinha, foram levadas pela esperança das montanhas de areias quentes do deserto ou se andaram a boiar na resistência das revoltosas ondas do mar gelado. Já que a boa-educação decidiu partir na desistência das correntezas dos riachos de águas transparentes, e atravessar apressadamente as densas folhas gigantes do desinteresse das selvas perigosas. Também a magua insistiu em refugiar-se na escuridão das grutas abandonadas da vaidade do fim do mundo. Fugas, fugas ! personalidades perdidas nos confins do mundo, da claridade da floresta colorida ao cantinho mais escuro e frio do céu á noite.
«Eu esqueci de lembrar de mim»
17.Agosto.2008

ainda faz sentido (?)

É curioso quando recordamos desejos e sonhos nossos, de á alguns tempos atrás. Perceber que no fundo, muito poucos desapareceram. E embora com risos os lembre-mos, maioria deles ainda fazem bastante sentido ao coração. Porque por mais patéticos que tenham sido, em certa altura foram verdadeiros e sentidos, em certa altura ouve motivo para existirem ! um motivo forte.
Aqueles motivos que não se esquecem mais ...

14.Agosto.2008

encontro.

Vi-te ao longe, natural a olhar para mim. Foi impossível esconder a minha surpresa e disse o teu nome voz alta, enquanto caminhavas com um sorriso, e corada, para junto de mim. Entrelaças-te um braço no meu pescoço e cumprimentaste-me com os teus dois beijos que mal se notam, ou "á gente fina" como me costumas dizer, gozando. Olhei para ti, ainda com espanto. Peguei-te na mão e fiz-te dar uma voltinha, para te poder ver completamente. Ali estavas tu, tão diferente de quando te vi uma ultima vez, antes de ir viajar. Tivemos aquela breve conversa, com mais perguntas que respostas. Olhaste-me sempre nos olhos, sabes melhor que ninguém como aprecio os teus, e disseste «Diverte-te», viras-te costas e sais-te pela porta que dava á esplanada e á rua.
Umas horas depois, poucas mas horas, decidi ir-me embora para casa. Estava frio e a brisa estragava um pouco aquela noite de verão. Fui ter contigo, e ainda nem me tinhas visto chegar, coloquei-me á tua frente com uma mão aberta que apanhava o teu pescoço, em que os teus cabelos castanhos me faziam cocegas e tapavam-me a mão. Com o polegar afaguei-te tranquilamente a bochecha, e disse que me ia embora. Esboças-te um sorrizinho e inclinei-te a cabeça para a minha altura, estavas sentada e eu em pé. E senti o teu corpo, que outrora gelava a aquecer á minha aproximação. Toquei ao de leve nos teus lábios, com os meus. Um esborrachar de bocas subtil, de amigos. Afastei-me e larguei-te, quando te viras-te para trás, já não lá estava. Gostei de te ver, já tinha saudades.

14.Agosto.2008

Sex !

Quero voltar a sentir o tamborilar dos teus dedos na minha barriga, quero que me consumas como se eu fosse uma droga barata. Que te vicies em mim. Não quero mais palavras, mais «amo-tes» verdadeiros. Quero palavras que me excitem, que me façam automaticamente entregar-me a ti, sem condições algumas. Faz-me morrer de estar tão viva ao sentir a tua língua nos meus lábios, faz existir fogo entre as minhas pernas. A loucura irracional, indomável e duradoura. Cravar as minhas unhas femininas nas tuas costas, nas tua pele que tão bem sabe. Mete-me contra a parede, sê machista! vê-me como uma puta, uma rameira que encontras-te numa esquina suja qualquer. Não temos a vida toda, ou uma hora. Pensa que são segundos, segundos para me mostrares o que vales quanto homem. Estuda cada parte do meu jovem corpo, toca-lhe ... come-o. Sê gentilmente bruto, ciumento e invejoso. Como se nem um pedacinho quisesses deixar para um próximo. É a nossa ultima noite, o ultimo segundo. Acabará tudo assim que eu cair cansada, dominada por ti. Sei que és a formula perfeita, usa-me. Deixa-me ser a tua cobaia.
11.Agosto.2008

tempo.

O tempo não corre, ele passeia enquanto nos reprova olhando-nos com desilusão e angustia de o termos perdido, de estar gasto sem necessidade. Estuda cuidadosamente as nossas vidas, como quem lê um livro de bom grado. Cheira a essência das nossas ideias e principalmente as nossas acções ... Tudo existe por ele querer. Portanto ele dura, consome tristezas e felicidades de toda uma existência humana e animal. Renasce e governa cada um de nós decide quando nascemos, quando morremos. Floresce em oportunidades, em períodos de tempo que ainda podem ter solução e em gotas de «Não, o tempo terminou!» .
11.Agosto.2008