quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

adeus, até breve.

Eu só queria ter-te visto uma ultima vez. como uma despedida silenciosa unicamente minha. queria ter-te visto, depois do que aconteceu só te vi ainda uma angustiante vez. e isso não chega, meu amor. Poderia até chover nos meus olhos magoadas gotas e já bem fraquinhos ... mas eu arriscaria, e percorreria horas e horas descalça pela estrada de alcatrão quente, para alcançar a meta se tu estivesses junto dela. á minha espera ou não, tanto fazia, pelo menos via-te uma ultima vez. E interiormente dizer-te-ia «adeus, até breve.»
mesmo tendo plena consciência de que para ti não seria um até breve, e sim um simples ... adeus. Sem meias palavras ou intenções e sentimentos escondidos nas entrelinhas. apenas adeus. «mais uma, no meio de tantas» dirias-me tu se tivesses coragem. mas esqueces-te das infinitas vezes em que me disseste que era linda, que te sentias tão quente quando me vias passar ... e das infinitas vezes que me olhas-te bem fundo enquanto falava e dizias baixinho "Beija-me..."

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

boy addict.

Estou louca, louca. Obcecada e dependente de ti. Tornaste-te uma autêntica droga. O álcool com que me embebedo e fico nas nuvens. O cigarro com que fud... os meus pulmões. E por isso não posso ficar sem ti de um momento para o outro. Minha coca pura, volta a fazer-te notar no paladar da minha boca. Os meus olhos já passam maior parte do tempo vermelhos e inchados só de saudades tuas, de contemplar o seu monumento preferido. A visita de estudo que faria 24 horas por dia. A minha pele vai secar se não receber a humidade que lhe davas ao toca-la com as mãos.Vou enlouquecer! É isso que queres para mim?! Quanto mais tempo te manteres ausente mais doente vou ficar. És o meu remédio, os comprimidos que tomo em demasia. Agora já nem tenho sono, porque se durmo tenho pesadelos contigo. Sonho que te perdi, e ao acordar encaro que é verdade. E isso não pode ser! VOLTA, é uma ordem. Tenho fome e o meu alimento és unicamente tu. Não te aconselho arriscares, eu vou sempre ganhar! Resiste o que quiseres, usa toda a força que tiveres. Mas entende que sem ti eu me recuso a ficar.

old.

Ele já mal vê. Pouco sente, grita e chora. Leve corpo que aguarda ansioso tornar-se imune as sensações da vida. Como um fogo-de-artificio espiritual e interior. No fundo, uma recompensa após a negação constante por parte das boas emoções á possível vinda futura de o mais breve sorriso. Aquele que por mais disfarçado, seria o 1º que daria ...

Ele, é quem nunca sorrio. E não é criança, jovem ou sequer adulto. Já se tornou velho {por dentro, e por fora}. As rugas da velhice já se misturaram com as que foram ganhas pela experiência. Homem tão velho e cansado, a quem não foi entregue o "Final da vida" mais cedo, como sempre desejou.

Em jovem teria dado a sua vida por qualquer um. Até pelo cão que perigosamente atravessa a estrada. Não por bondade, mas por um certo desespero. De tudo acabar, «finalmente». Uma vida desperdiçada, poderá assim dizer-se. Que nem foi aproveitada. Chamemos-lhe assim: o homem que viveu sem viver a vida.

et-oma.

Há sempre aquela paixão pelo sabor, pela originalidade, pela próxima onda que virá. mera acompanhante dos odores marítimos, tão bom. comparo-a á textura da tua pele, apaixonante e leve, tão leve. o teu sorriso sempre enquadrado no ambiente, tal como a flor branca que te coloquei presa atrás da orelha. olhar que embala, chama e seduz. de uma cor tão salgada que leva á sensação de suplicar por mais, por mais um momento delicioso de olhares trocados. que me petrifica, me consome, me apaixona. uma hora é um segundo, uma tarde um minuto quando entrelaças os teus dedos com os meus e damos as mãos. e ao chegar da despedida, do final de um dos melhores dias da minha vida, a saudade logo chega cedo. aperta no peito como se a eternidade não fosse suficiente para nós. sabes, um dia o mar será nosso. já nos tornamos mais que pura ligação.

domingo, 14 de dezembro de 2008

super-human

Podes ter todos os defeitos possíveis e existentes no mundo, e talvez até os tenhas mesmo. Mas para mim foste o meu autentico Super-Homem. Forte, irreverente, a minha verdadeira fonte de perdição. Resgataste-me dos maus, dando-me pequenas quantias de bem estar diárias. Era tudo aquilo que precisava. Defendeste-me dos perigos, dos momentos críticos! Pois contigo, meu Super-Homem, eu esquecia todo o mundo a volta. Porque os segundos resumiam-se apenas a tu e eu. Ao "nós" que os teus poderes de super herói sugeriram serem capazes de tornar realidade. Todos os dias, surgias no meu horizonte pelo inicio das tardes de outono e partias ao inicio da noite, sobrevoando os céus. E eu ansiosa, deitava-me cedo para o dia seguinte chegar mais depressa e ser salva da melancolia dos problemas com as tuas doces e fortes palavras. meu Super-Homem ... Conseguis-te fazer surgir em mim a vontade de querer ser outra pessoa, uma digna do teu potencial! Tornaste-me, fizeste de mim uma mistura de personalidades. características essas que julguei sinceramente serem as perfeitas. mas o horizonte diz-me que me enganei, porque em tempos sobrevoas-te os céus mais uma vez, só que desta vez, tu ainda não voltas-te ... E por baixo da minha porta caiu ontem um bilhete, dizendo que te fartas-te.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

autor desconheçido.

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência
É mais funda do que a tua.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Perfect Friend.

Sabes, é tão bom ver-te com esse sorriso estampado no rosto. Quando vens ter comigo e dizes "Mafalda, sou tão feliz."
B: Ela é mesmo perfeita, e tu também.
És aquilo a que chamo Uma Caixinha De Surpresas, um genero de pré-perfeição que com o minimo "jeitinho" chegas lá. E tão façilmente.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

- chama por mim!

Fomos mais uma aventura na vida de cada um. E por ser isso mesmo, tudo terminou. Acabou "mal acabado", sem uma ultima palavra, sem um ultimo olhar, sem um ultimo beijo ... Penso em ti todos os dias, e não preciso ver-te para isso acontecer. És agua no meu deserto interior, o grãozinho de areia que faz a diferença toda na minha praia. Pergunto-me se sentias realmente as coisas que me disseste «Quero tanto.» (um exemplo, das infinitas palavras bonitas com que me aconchegavas o sorriso) e me perguntavas se não sentia um género de química quando estávamos juntos, e eu, na altura ainda o negava. Só percebi que ela existia de facto, talvez mais que isso, mas foi tarde. A tua paixão foi pontual como a noite surda, mas uma vez murcha não voltou a reviver. Assim ficou, muito "nem sim nem não" e eu acreditar que ainda podia mudar ... Mas não, tornei-me naufrago da tua embarcação e decidis-te não me ajudar. Não por maldade. Mas porque simplesmente nem te apercebes-te da minha queda á agua. E lá fiquei. Na esperança que o meu choro fosse ouvido, só por ti, e finalmente fosse resgatada da minha mais recente dor. Mas não, uma sereia já tens tu. Fui mais um peixinho no teu aquário. Contigo ficou as boas sensações, o prazer, a breve troca de ideias de objectivos, quem sabe, de sonhos.
Posso concluir então que a tua sede foi saciada, e a minha, nem metade. Não quando nas situações de amigos comuns, e o segredo era só nosso, chegavas bem devagar e sussurravas-me ao ouvido «não penses que me vou embora sem me despedir de ti...» e o coração aquecia instantaneamente, de conhecer tão bem que brevemente sentiria aquilo que mais lhe dava prazer, o leve amor. Sempre soube que não serias tu o próximo que amaria, eu disse-to. Que não conseguiria. Mostras-te sempre compreender, cheguei a sentir até que também o sentias. Foram quase 2 meses, passados a correr e com intervalos no meio. Mas nos últimos tempos, nada me fez melhor do que realmente ter provado o sabor do risco e de errar de consciência limpa. Por prazer, pela imagem de um possível novo amor. Pois foi isto que tu foste, e infelizmente, ainda és um pouco.

Posts íntimos provocam duvidas por parte de quem me segue, chega até a magoa-las. Mas há coisas que temos de dizer. Coração temos só um, e quanto mais leve for o peso que ele sentir, melhor. Há coisas verdadeiras, outras inventadas. Mas nada é totalmente da cabeça; pois com o tempo, embora jovem, vamos vendo e passando por situações dignas de um filme, dum livro, e de noites mal dormidas a chorar ...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

António Lobo Antunes.

" (...) pergunto-me se os homens gostam verdadeiramente das mulheres. Em geral querem uma empregada que lhes resolva o quotidiano e com quem durmam, uma companhia porque têm pavor da solidão, alguém que os ampare nas diarreias, nos colarinhos das camisas e nas gripes, tome conta dos filhos e não os aborreça. Não se apaixonam: entusiasmam-se e nem chegam a conhecer com quem estão. Ignoram o que ela sonha, instalam-se no sofá do dia a dia, incapazes de introduzir o inesperado na rotina, só são ternos quando querem fazer amor e acabado o amor arranjam um pretexto para se levantar (chichi, sede, fome, a janela de que se esqueceram de baixar o estore) ou fingem que dormem porque não há paciência para abraços e festinhas, pá, e a respiração dela faz-me comichão nas costas, a mania de ficarem agarrados à gente, no ronhónhó, a mania das ternuras, dos beijos, quem é que atura aquilo? Lembro-me de um sujeito que explicava
- O maior prazer que me dá ter relações com a minha mulher é pensar que durante uma semana estou safo!
E depois pegam-nos na mão no cinema, encostam-se, colam-se, contam histórias sem interesse nenhum que nunca mais terminam, querem variar de restaurante, querem namoro, diminutivos, palermices e nós ali a aturá-las. (...)
Não tenho nada contra os homens: até gosto de alguns. Dos meus amigos. (...) Não tenho nada contra os homens a não ser no que se refere às mulheres. E não me excluo (...). Volta e meia surge-me na cabeça uma frase de Conrad em que ele comenta que tudo o que a vida nos pode dar é um certo conhecimento dela que chega tarde demais. Resta-me esperar que ainda não seja tarde para mim. A partir de certa altura deixa de se jogar às cartas connosco mesmos e de fazer batota com os outros."

sem título.

Foi dos melhores fins de semana,
revivi sensações.
vivi antigas e novas caras, já todas tão estranhas.
neguei a mim mesma a ideia de chorar
de me olhar ao espelho e comparar, alturas.


Caminhei ainda devagar ao longo do salão
tão antigo, de chão gasto das solas dos sapatos
que o percorrem e em tempos,
das danças que lá se dançaram.
Sim, é isso.
Cheirava-me a musica e antepassados
(mortos?) estou louca.


Lá no fundo, bem á vista embora
o negro piano de cauda.
pouco mas tinha pó
com aparência de artigo esquecido
numa casa enorme, tão mal aproveitada
diga-se de passagem.


Mas mesmo assim insisti,
ignorei as conversas paralelas
o choro do bebé no corredor mais adiante.
sentei-me no banco estreito, igualmente preto...
chamaria-lhe o contras-te ideal, sendo a sala
toda ela em tons tão claros
ser preto, só lhe ofereceria destaque.


Levantei a tampa que protegia o teclado
(do pó?) que má língua...
a sensação era a do costume: naturalidade. é tudo tão normal
tão normalmente natural.
acho seriamente que nunca aprendi a tocar piano,
nasci a saber.


Tocaria qualquer coisa. digam-me musicas, estilos, cantores,
até filmes ou toques de telemóvel
(ridículo, embora seja realmente verdade).


A primeira tecla foi a única difícil,
não fez som. e eu, confesso, assustei-me.
Perdera a firmeza? impossível.
não poderia ter desaprendido
mesmo após anos sem tocar, aquilo era o meu dom
(chamemos-lhe assim.)


Mas logo sorri, ao ver um pequeno dedinho na outra ponta do piano
tão imaturo, tão simpático
a premir-me uma tecla. e o som, fez o dono do dedinho sorrir
e com isso, a mim também.

Tudo o resto, deixo-o em vosso critério ...
apenas digo que aos poucos
silenciei a sala,

e as memorias da casa que tanto pesavam a vasta sala
foram esquecidas nos minutos, a cada nota que libertava.