sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

mais, mais uma das vezes.

Será este declínio uma forma de te substituir - e estar perto de ti, todos os dias e minutos das poucas horas? Hoje vi-te, mais uma vez, só mais uma das tantas vezes que os meus olhos repreendem os teus e tu perduras no silêncio. Sei, sinto mesmo que ainda mexo contigo. Observo a tua expressão de constrangimento quando surjo no teu campo de visão, sentes que o coração rebentou e és inundado por sangue a ferver, que queima, que arde na ausência de feridas. Estás feliz, dizes estar, demonstras estar, sinto realmente que estás. Então porque é que esse sangue fervilhante te congela o olhar, lança firmes e pontiagudos estalactites ao meu corpo - aquele que em segredo, disseste a ti mesmo que percorrerias; pelo prazer, pela descoberta - pergunto-me eu.
És criminoso, fizeste de mim cúmplice. Decidis-te corrigir o "erro", sem te entregares. De cúmplice passei a vítima, e tu sempre como criminoso vencedor. onde está a parte, em que eu recebo os louros da ilegalidade cometida?

3 comentários:

Maria disse...

um dia, acredito, vais ser cúmplice de alguém que não te empurre mas que te faça sorrir.

Anónimo disse...

Não tens de ser cúmplice, take control. :D

João disse...

Sim, sou um criminoso, encaro as grades do meu pensamento como a prisão que me há-de seguir para qualquer lado. Sim, fiz de te cúmplice, involuntariamente levei-te o sofrimento e a lágrima escorreu-te pelas tuas múltiplas faces. Não, não te formei numa vitima, estendi-te a mão como um sinal sôfrego de arrependimento, e assumi-me como um ilegal culpado das ilegalidades, neste mundo de loucos varridos do manicómio, e parti em busca de uma caução que me escumungasse dos prazeres carnais e dos pecados terrenos...