sábado, 31 de dezembro de 2011

HAPPY NEW YEAR!

Espero sinceramente que todos vocês tenham um ótimo 2012! O maior conselho que vos posso deixar e que foi o que aprendi este ano - entre outras coisas - é que liguem só ao que é realmente importante. Mantenham-se fies a vocês mesmos, não liguem àqueles que não trazem nada de produtivo para a vossa vida. Estamos aqui para sermos felizes, e quem não contribuir para isso, não merece a nossa alma. Felicidades!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

20:18

"Never met a man quite like you... Doing all you can, making my dreams come true. You're strong and you're smart, you've taken my heart and I'll give you the rest of me too. Never I have felt quite like this - good about myself from our very first kiss. I'm here when you call, you've got it all and confidence like I never knew. You've got the charm, you simply disarm me everytime. As long as you drive I'm along for the ride your way. You've said it before there won't be a door that's closed to us. I'm puttin' all my trust in you because you'll always be true. I never could've known this would be. You and you alone all for me. I know you're the best, you passed every test! It's almost too good to be true. You're the perfect man for me, I love you I do." - j.h.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

advertisement advertisement

Tinha mesmo que aqui falar da nova campanha da Pimkie "I like me" e nos flyers que estão espalhados por todas as lojas. São super chamativos, em várias cores e teem no verso o seguinte textinho que me chamou bastante atenção:
"Dear Me / I've changed. And I'm proud of it / I accept my faults: my big feet, my funny little ways / I move forward. I fly. I mess up. And I star again / I ispire others. My family, my mates, my boyfriend / My shoes are like my pals. They come in all styles and colours / My journeys are like my opinions. Enriched by meeting new people / I know what I want. I accept how I am. And I love myself / Hell yeah, I love mayself! And I share the love. With my friends, with your friends, with the world / I like that. I like Me / Pimkie. I like me."

MERRY XMAS!

A todos os queridos e queridas que me lêem
um ótimo Natal cheio de tudo aquilo que vos
aconchega e aquece a alma.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

maldição.

Sabe deus o buraco que tenho dentro de mim. Sabe quem a dor que ainda me corroí cá dentro quando me lembro das coisas que não devia. De ti. És sempre tu, já viste? E será(s) para sempre? É como se me faltasse a pele com que nasci. E arde. Arde bem mais do que devia. Arde bem mais do que é suposto, do que eu quero. Será sempre daquela maldita maldição.

sábado, 17 de dezembro de 2011

74.

xmas xmas

Hoje foi o meu primeiro dia de férias. Estava a precisar disto mais do que nunca. De um intervalo - por mais pequeno que fosse - de toda aquela confusão em que me instalo diariamente. Passei a tarde no centro comercial e fiz a minha última compra de Natal. Sinto que o tempo está a passar demasiado depressa e que falta animo a todas as pessoas, mas ainda assim estou entusiasmada com o Natal. E vocês?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

23:23


Contigo aprendi que o meu maior amor, aquele que existia muito antes de tu chegares, é incapaz quando serve para te amar a ti, ainda mais. É estranho então, esta minha incapacidade de canalizar as palavras para te descrever, para te celebrar, para te dar tudo aquilo a que tens mais do que legitimo direito. Derrubaste, sem eu o esperar, este meu amor pelas palavras. Mostraste-me o quão mais forte que elas és, a ponto de não haver palavras suficientes no mundo que te cheguem. Que consigam descrever o quão maravilhoso e especial és. Arrepiaste-me as veias, os poros, os cabelos quando me apercebi que nem o que eu sinto por ti é descritível. É além de tudo isso. É mais fundo e profundo, é inigualável, tanto para o bem como para o mal. Aumentaste esta minha sede pela perfeição sem o quereres, sem o saberes, mas olhar para ti é como olhar para o infinito. É olhar para um dicionário vazio mas com milhares e milhares de folhas. E nós somos isso mesmo, um só livro vazio. Numa fusão quase perfeita de sermos "o nada que é tudo".

sábado, 3 de dezembro de 2011

lose.

Difícil é fazer o percurso que não existe. Mais difícil é seguir um percurso que só existe na nossa cabeça. Uma coisa é vermos com os nossos olhos que ele não existe, outra é apenas nós o vermos mas temos a plena consciência de que lá no fundo, ele não existe mesmo, porque ninguém o vê. Então não pode ser real, certo? Não é alcançável para nós, por mais que o queiramos, que o desejemos, que o ansiemos. Ele existe como o vento. Está lá mas não se toca. Está lá mas não se cheira. E é assim que eu me sinto. Como o vento. Como o percurso que só existe na mente. Só eu é que me vejo, mais ninguém.

"triste sina é..."

A solidão é um mal tremendo. Porque ela nasce dentro de nós, porque somos nós que a fazemos com as nossas acções. Eu afastei o céu e o mundo, pelo coração. Julguei que, tendo todo o coração do mundo, não precisaria mais do céu e do mundo. E realmente não precisei durante muito tempo. Mas agora sinto a falta de tudo. Porque não há mundo, não há céu e nem sempre há coração. Há solidão. Há a ausência por mais estranho que isto soe. E eu não consigo viver sozinha. Porque já resguardo demasiado para mim tendo o mundo, o céu e o coração quanto mais quando não tenho nada e eu própria transformo-me numa bola de neve. Porque tudo está em mim, e eu enlouqueço. Faço de tesouro, de mapa e de pirata. Tudo numa só pessoa. Tudo apenas em mim. E eu não consigo. Não consigo estar só porque enlouqueço. Porque estar só tira-me a capacidade de conquistar não só o que me falta como aquilo que nem imagino. Estar só, como me sinto hoje e nos últimos todos, tira-me a ânsia de racicionar - e por isso choro. Choro porque tenho em mim guardadas todas as frustrações do mundo: as minhas, as que oiço dos outros, as que imagino e as que anseio. Mas não as solto, nem com o coração que nem sempre me escuta, nem como céu que já não me pertence. Estão cravadas em mim como espinhos da rosa. E doem tanto ou mais. Furam tanto ou mais que a pele não se restaura mais.

domingo, 27 de novembro de 2011

20:37

me me.

Preciso seriamente de calma na minha vida, de me rodear de coisas boas e bonitas, de pessoas inteligentes e com conteúdo. Afastar-me de toda esta onda negativa e desnecessária em que me insiro. Preciso de ser, quem sabe, mais eu. E não esta pele que visto todos os dias para ir estudar, para conseguir lidar com as pessoas que - infelizmente - tenho de conviver todos os dias. Julgar eu que o local que mais defendi, acreditei e me surpreendeu é o que agora me arrepia só de pensar em estar nele. Julgar que esse mesmo local onde tanto cresci profissionalmente é o ultimo em que quero estar, e faço jogos de cabeça e contas à vida para me escapar dele. E tudo por causa das pessoas. Devido, ironicamente, ao meu maior e mais antigo amor - as pessoas. Os seres que mais me intrigam, apaixonam e impressionam. Há maldade por este nosso (lindo) mundo a fora. Mas não deve ser por isso que o iremos seguir. Temos antes de ser melhores, para ao encostarmos a cabeça à almofada sabermos de coração quente que não contribuímos para essa maldade mundial. Podemos ter uma vida menos emocionante, menos lutada, mas fazemos a nossa parte e isso devia-nos satisfazer mais que qualquer outra coisa. E é assim que eu vivo. Nos cinco dias de semana em que acordo às sete da manhã e visto esta minha pele mais opaca que a verdadeira. Lembro-me bem de antigamente, quando era mais nova, mais livre, mais alegre, julgar que era com os meus amigos, colegas e conhecidos que poderia ser eu mesma. Rir alto, saltar, dançar, correr, dizer o que a minha pele necessitasse de expelir. Mas depois, como os mais velhos sempre me disseram, há pessoas que quer queiramos quer não desaparecem da nossa vida. Vemos que temos de abdicar do céu para ter uma mão cheia de coisas concretizadas. Porque sonhar é perfeito, mas só nos trás algo se fizermos por isso. E eu decidi fazer. Perdi o céu, porque quis, porque sim, porque não consegui impedir que isso acontecesse - não importa. Perdi-o e por substituição falsa encontrei uma bolha inquebrável de mentalidades distorcidas, estranhas e irreais. E não é com essas pessoas que sou eu, é comigo mesma. Ganhei muita insegurança, porque quando começamos a guardar tudo para nós perdemos também um pouco das nossas forças. Começamos a achar que não vale a pena, que é desnecessário, que não é oportuno, que não merece a importância. Mas se calhar vale, não tudo, mas há muita coisa que merece ser dita e realçada. Porque a vida são os sonhos e as palavras. E sonhos tenho-os aos montes, tal como às palavras. Mas todos refundidos em mim, e não no céu que outrora foi só meu.
A verdade é que me preocupo muito. Com todos e com tudo. Até com aqueles que são maus para mim. Tento agir sempre da melhor maneira. Não por medo mas porque quero acima de tudo saber para comigo mesma que não fui igual àquela pessoa. Então sou educada, choro por dentro - de raiva ou de tristeza - mas de mim terão sempre o mesmo, o melhor de mim que conseguir e que achar que merecem. Por vezes até escrever me preocupa. Porque nem aqui sou livre, nem aqui tenho aquele céu que tanta falta me faz. Escrever sobre mim é instintivo, mas expô-lo
não é. Porque me preocupa o quão aborrecido possa ser ler-me. Porque as pessoas não gostam de grandes textos a não ser os verdadeiros literários. Porque me podem interpretar mal, porque me podem julgar. E sabendo no meu intimo que não sou, nem ninguém é perfeito, não deixa de ser aquele tipo de ideia que não consigo aceitar. Porque eu preciso muito, muito de o ser. Porque cada vez que estou lá perto me sinto realmente feliz - como não o sou muitas vezes. Não as vezes suficientes para me apagar estas ideias da cabeça. Maioria da minha vida senti que as pessoas não davam valor ao que eu sou. Não que eu seja uma grande pessoa, uma grande mulher, um grande humano. Mas há tanta gente que admiramos na vida, e há tanta gente que eu admiro... Ou mesmo que não se vá por esses caminhos, apenas que oiçam os meus ideias, que pensem neles... O mundo está cheio de ideias estipuladas, de frases feitas e de ideias pré-concebidas mas isso não deve ser motivo para fecharmos os olhos a elas. Devemos mesmo assim escutá-las e perceber quais as mais acertadas, as que mais expõem a nossa própria maneira de pensar. E por vezes é isso que eu procuro na minha escrita. Que alguém se encontre aqui. Que haja uma alma no mundo parecida a mim. Que veja o mundo como eu. Com um amor triste - é certo - mas com muita esperança. Que saiba realçar o que de melhor há por aqui e o pior de tudo. Que veja a beleza como o agradável que é e não como uma futilidade. Que veja a educação como um bem essencial para a sobrevivência da espécie e não como falsidade. Talvez eu queira muita coisa, talvez eu me preocupe demasiado, talvez eu não consiga nunca ser perfeita realmente, mas isto são os meus ideais que espero um dia transformá-los nas minhas conquistas - com todo o meu amor e coração. E hoje, ao contrário de tantas centenas de textos que já escrevi e não os demonstrei ao céu, abro-me e aqui está - embrulhado em mágoa e confiança.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ruga.

O relógio tilintou mais do que o normal hoje. Ele balançou de um lado para o outro, rápido e ágil, freneticamente quente. Esquentou a madeira que o envolve e define, derreteu o metal dos ponteiros. Coalhou a cor e manipulou o tempo. O tempo. Esse maldito inimigo da espécie. Tolo é aquele que o ama. Que o anseia, que o espera, sentado de olhos postos no nada. O tempo quebrou-me o amor. Tirou-me a avidez de viver porque, agora, sinto-me no final da recta. Estou só, quando em tempos me senti - ironicamente - cheia de gente. Com muitos afazeres - sem tempo. E agora sou só eu e este relógio que emigra comigo todos os dias. Que me lamenta as dores, a doença e a mágoa constante da perda. O tempo deu-me as maiores alegrias, mas também mas tirou de novo um dia. Levou-me o amor, a saúde, o trabalho, a ânsia de ser. Deixou-me aqui, assim, como se abandona um cão: com nó da garganta mas sem se olhar para trás.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

espera.

Hoje o meu coração pede-me o que não lhe posso dar. Pede-me desesperadamente paz, e não está de todo ao meu alcance. Pede-me palavras sinceras, que me venham do fundo do oceano interno, aquelas quentes de café. E isso eu tento dar-lhe. Porque enquanto houver palavras à esperança. E enquanto eu tiver esperança, eu esperarei por ti. Deste lado da estrada. Junto à casa que nunca tive, sobre o chão que nunca quis. Ansiosa e magoada, numa fusão térmica instável. Do amor e do desespero, de um dia teres sido meu e agora seres de quem te levar. E se assim for, então peço-te que vás com o vento - ele saberá cuidar de ti. Saber-te-á embalar nas noites tristes e levantar nas noites mais calorosas. Ele sabe o teu nome, o teu cheiro, o teu sabor. Não tanto como eu, mas sabe-o também, porque fui eu que lhe contei. Para que te guiasse e para que, quando te sentisses pronto, ele te trouxesse de volta até mim. De memórias apagadas, para que fosse como se nunca tivesses partido.

linhas paralelas.

Não posso fechar mais os olhos a esta realidade que é a minha. À concretização dessa maldição que me lançaste faz tempo, que julguei impossível e que tu bem me avisas-te que seria real - um dia e para sempre. Verdade é que ela se deu, sem eu o esperar, sem eu dar conta. Veio tão suave até mim... Disseste-me um dia que, quando me deixasses de amar, nunca mais pensarias em mim. E que eu, pelo contrário, iria pensar em ti para sempre. Mesmo quando afirmei que já não te amava tanto. Rogaste-me a tua praga, de uma memoria viva a tempo inteiro, e ficaste tu em paz. Eu não acreditei. Porque a minha mente sempre me disse que tu me amavas mais do que eu a ti. Mas não era verdade. Passou tempo, passou muito tempo e eu penso em ti. Não todos os dias mas quase. E se tiver sozinha, de coração cheio e cabeça limpa, ainda choro. Choro porque sei que para ti já não sou nada - e esse sempre foi sem sombra de duvida o meu maior medo. O dia em que me esquecerias, o dia em que a minha terra natal deixaria de ser o teu coração. Tens uma força demasiado grande sobre mim, e daí o meu enorme medo em um dia nos voltarmos a cruzar. Porque eu não sei viver sem ti, mas também não sei viver contigo. Ainda que devesse, porque às vezes olho para mim e vejo o quanto perdi muitos dos ensinamentos que me deste. Ligo demasiadas vezes às pessoas, ao que elas pensam, ao que elas consideram o certo e o errado. Vejo-me a lidar e a envolver com pessoas que não devia, que não trazem nada de produtivo e emocionante para a minha vida - um critério que sempre foi essencial para mim. Mas, no fundo, essa pessoa que me trazia algo de produtivo e emocionante, eras tu. Só tu. E dói dizê-lo. Porque ainda que esteja feliz, estou perdida. Mais perdida talvez do que alguma vez tive. Não és o meu barco, mas serás sempre o meu leme. Espero que um dia voltes a falar comigo e me digas que és feliz, que não me amas mais mas que nunca, nunca me esqueceste.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

da autoria de Tiago Rebelo.

«Os nossos sentimentos pela pessoa que amamos são sempre egoístas porque só tratam da nossa felicidade, mesmo se lhe oferecemos incondicionalmente o nosso mundo inteiro e vivermos para ela enquanto estamos apaixonados: um dia, se deixamos de sentir esse amor, se deixamos de precisar dela nesse exacto instante partimos com pressa e sem olhar para trás. Partimos sem dor – sem a nossa dor, pelo menos – como se não houvesse uma história, como senão lhe tivéssemos jurado o nosso amor (…).»

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

pede-me que fale.

Nem sempre quem cala consente. Às vezes cala por medo, por receio. E às vezes preferia que fosses tu a calar-te, e não eu. Talvez assim não me magoasses tanto, não me fizesses sentir esta frustração e sensação de que não sou assim tão importante. Madalena viveu em segredos quase toda a vida, não me faças ter segredos de mim própria, daquilo que sou. Eu morro cada vez que não escutas aquilo que não te digo.

chegada?

Não estivemos contigo neste momento mais doloroso - é verdade. Mas verdade também é que, lá no fundo, nós já não sabemos estar contigo. Por mais que doa, por mais memórias conjuntas que tenhamos tido, a realidade é que já não nos conhecemos umas às outras. Tu foste, tal como Camões "para mares nunca antes navegados" e nós ficamos em porto, a ver-te afastares-te sem uma palavra de despedida. Mas também não fomos os teus velhos do Restelo. Nós calámos magoadas as nossas almas e não levantamos suposições quanto às tuas acções (ou talvez ao inicio o tenhamos feito um pouco - porque a verdade é que nos custou bastante perceber o porquê. Porque é que nos deixas-te, porquê a nós que sempre te demos tudo o que podíamos e o que não podíamos). Chorámos cada uma para si as suas lágrimas em Belém, com sentimentos revoltosos naquela Praia das Lágrimas que outrora foi história na vida de alguém - tal como tu. Porque nós éramos nós, e tu não eras mais um navegador português, tu eras o nosso Vasco da Gama. O barco não se afundou, porque também não deixámos que nos perdêssemos da mira. Lutámos contra o Adamastor e contra Baco e procurámos a nossa salva Ilha dos Amores. O sebastianismo ficou até ao dia, em que perdemos a fé. Dói tanto dizer, mas devias ter chegado mais cedo, com o nevoeiro.

sábado, 5 de novembro de 2011

Artigo de opinião

Tirado daqui.
"Na semana passada li um artigo sobre uma tendência que começa agora a ganhar relevo na sociedade portuguesa – o LAT, ou seja, Living Apart Together. Parece que os casais, quer tenham contraído o belo do matrimónio ou sejam apenas namorados, preferem morar em casas separadas. Amam-se, adoram-se, mas cada um tem o seu apartamento.Tenho a dizer que concordo! Há dias em que o membro feminino do casal vai querer vestir um pijama XXL de ursinhos, fazer uma máscara facial verde com as tradicionais rodelas de pepino nos olhos, comer chocolates e ver filmes lamechas. E também há alturas em que o macho quer beber minis enquanto vê jogos de futebol com os broncos dos amigos…e algumas madrugadas em quererá ver porno. Sim, sei que devemos aceitar o outro com todas as suas qualidades e defeitos. Sim, que o amor é cego (NOT). Sim, que ser casal é isso mesmo. A verdade é que acho que esta história de viver junto mas separado é uma grande ideia.
Obviamente, na maior parte das noites, ela vai dormir a casa dele ou ele a casa dela. A diferença é que quando cada um dos membros do casal precisar de fazer alguma coisa ridícula ou extremamente irritante não tem de ter o outro a assistir. E parece que há menos riscos de que a vida sexual se torne monótona. O que é uma grande vantagem, diga-se. As possíveis separações também são mais fáceis. Assim acabam os dramas do “sais tu/saio eu”e até mesmo o “esquece, o bonsai é meu!”. Caso a coisa corra mal cada um tem o seu cantinho, a sua independência. O grande senão desta nova forma de vida é o facto de cada um dos apaixonados ter de pagar a sua renda ou prestação da casa e em tempos de crise isto conta, ou melhor, desconta e muito.
Conclusão pessoal: Podem dizer que o LAT gera relações pouco profundas e comodistas. A minha opinião? O LAT ajuda a manter relações profundas e a torná-las mais divertidas. Acho que se mais casais adoptassem este sistema haveria menos divórcios. E melhor sexo."

de autoria desconhecida.

«As relações tornam-se monótonas porque a pessoa que te "tem",
deixa de fazer o que fez para te ter.»

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ser.

O pior de olharmos para nós mesmos é não nos conhecermos. É apercebemo-nos que durante tanto tempo confundimos aquilo que somos com aquilo que gostaríamos de ser. Livre de defeitos, de cicatrizes, de maleitas internas. Um sonho que era não mais que a pura ilusão e isso faz um buraco ainda maior na pele. Rasga-a com muita lentidão e dor. Como se fossemos recicláveis, capazes de nascer de novo. Mas não somos, e infelizmente, demoramos sempre demasiado tempo para nos apercebemos disso realmente.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

nó.

Não te percas de mim. Não te soltes dos sonhos, das esperanças, das verdades. Olha para o cimo de ti, olha e não revires os olhos. Vê o meu ventre destapado, calcado na parede das ilusões. Ama o teu país como um amor para a vida. Anseia a riqueza e a cultura como água no sangue dourado. Procura o melhor e pior de ti. Estabelece horas, dias, épocas para viveres. Acredita nos livros e nas pessoas. Aceita que a vida é só uma. Confia no teu coração quando ele te disser que só há um lar possível para ele. Eu.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

questionário: de onde lês o blog?

30 respostas:
10 pessoas - Lisboa
13 pessoas - Norte
2 pessoas - Sul
1 pessoa - Interior
1 pessoas - Ilhas da Madeira
3 pessoas - Estrangeiro
Quem me respondeu aqui ao questionário não me quer dizer em comentário de onde é mesmo? Estou cheia de curiosidade!
Obrigada, a autora.

o que não é dito.

É estranho ser nada para ti. Porque fui tudo durante tanto tempo. Agora piso o chão que outrora pisámos juntos e é como pisar um caixão enterrado. Até pensar em ti é estranho, ver as tuas fotografias, catalogá-las. Apetece-me escrever "a melhor pessoa", mas depois choro. Choro porque sempre chorei por ti. Pelo que foste, pelo que és. Pelas memórias, pela tristeza e tabu que se tornou a nossa história. As pessoas ainda se lembram dela? E tu, ainda te lembras de nós? Ainda te lembras do meu cheiro? De como te amei mais que ao mundo inteiro? Não consigo dizer que tenho saudades, que sinto uma falta de morte do teu abraço, porque mo proibi a mim própria demasiado tempo para agora ser capaz de tal aventura. É quase um crime.
Ainda assim, um dia poderei conquistar o mundo, casar, ter filhos, fazer tudo o que sempre sonhei... Que nunca, nunca deixarei de chorar por ti e de sentir esta falta avassaladora do teu abraço tão quente.

73.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

72.

learn.

As ondas das memórias são as mais perigosas. São as que retêm as nossas acções, as que nos tornam cautelosos e desconfiados. O ensinamento nem sempre é positivo. Às vezes só atrapalha. Só nos tira a irreverência porque floresce o medo e a apreensão. Então não aprendam. Ou então tentem não errar e torçam sempre para que corra tudo bem, pelo melhor.

domingo, 16 de outubro de 2011

ego.

Eu sou tudo e não sou nada. Sou o teu mar longínquo e a terra que pisas diariamente. Sou a música que cantarolas no banho, sou o som do búzio que apenas alguns ouvem. Sou o vidro mais bem limpo e os cacos partidos e esquecidos no soalho. Eu sou o teu transporte público para o destino e o jacto privado para a salvação. Sou a esperança de um coração desenhado e a faca que não perfura nenhum peito. Eu sou o bem e o mal. A cor e o invisível. O preto do mundo branco, e o branco de um mundo dolorosamente preto.

Desafio "Alta Definição nos blogues"

Nome? Mafalda H. Macedo
É fácil gostar de ti? Felizmente, sempre foi. Porém, à uns anos para cá parece que deixou de ser, pela primeira vez na minha vida, ou talvez eu me tenha começado a dar com as pessoas erradas. Só que a verdade é que eu também não as escolhi.
Quais são os sons da tua infância? música e birras e risos.
O que mais marcou a tua infância? os Natais e as férias de Verão.
O que mais gostas em ti? de ser perfeccionista, de querer sempre ser a melhor pessoa possível.
O que menos gostas em ti? Da minha constante insatisfação. Eu sei que devia agradecer por tudo o que tenho, mas não consigo deixar de querer sempre mais e melhor. Seja em mim própria ou naquilo que gosto e que me rodeia.
O que és hoje já nasceu contigo? Sinceramente muito do que sou sim. Porque se fosse influenciada pelas pessoas à minha volta e pelos meios por onde "caminho" seria muito diferente. E prefiro mil vezes ser assim.
Já desististe de algum sonho? De certeza que já, eu sempre sonhei tanto.
Gostas de te ouvir? Não! O meu timbre de voz é tão infantil, i hate.
O melhor de ti está visível Não, definitivamente.
Não gostas de? Injustiças. Eu tenho uma grande, grande necessidade de justiça e igualdade. E dá cabo de mim sentir e ver esse tipo de situações. A igualdade para mim é obrigatória, e claro que para isso tem de haver justiça.
Olá ou Adeus? Claro que prefiro um "olá", mas a minha veia melodramática adora sempre um "adeus", tem mais sentimento/mais peso. Porque um adeus tem matéria, um olá é o desconhecido.
Heróis ou Vilões? Heróis, sempre mas há poucos no mundo.
Drama ou comédia? As duas, em iguais porções.
Devagar ou depressa? Depressa.
Traças o teu próprio caminho? Tento fazê-lo o máximo que consigo.
O que aprendeste na vida? Nestes últimos tempos aprendi que se fizermos o certo, não precisamos que alguém nos dê uma "palmadinha nas costas". A nossa consciência está salva porque praticamos o correcto mesmo que os outros não o vejam ou não dêem o devido valor. E isto faz mais parte da minha vida do que possam imaginar.
Arrependes-te de alguma coisa? De muitas, infelizmente. Exactamente porque preciso muito que as coisas sejam acertadas e justas, e ao longo de uma vida não o conseguimos sempre. Ninguém consegue. Mas eu gostava.
Quando apontas o dedo? Quando tenho moral e consciência para isso. Não é que me dê prazer criticar ou "descambar" nos outros, mas há coisas que me tiram do sério. Ás vezes basta ter dois dedos de testa e as pessoas não são capazes disso.
Acreditas no destino? Não, de todo. Isso é apenas um bode-expiatório para as pessoas meterem as culpas e não se sentirem responsabilizadas e levarem com as consequências. Tal como a religião e por aí. Existimos nós, e ás vezes corre bem e outras nem por isso.
Tentas perceber o outro? Sempre, tento ter o pensamento o mais racional possível. Porque a moeda tem sempre duas faces. Mesmo que não nos convenha por vezes, temos de ser justos.
Tens um lado pior? Faço de tudo por não o ter. A vingança e o ódio é o pior do mundo. E temos de fazer de tudo para sermos sempre os melhores dos seres humanos.
Quando perdes a razão? Admito-o. Mas eu também não sou muito de afirmar quando não tenho 100% de certezas. Odeio falhar.
Tens saudades de quê? De quando as pessoas acreditavam neste país e se juntavam até ao fim por ele. Na altura da pátria, do amor pela nossa terra que é a mais bonita do mundo.
Foges do medo? Sinceramente fujo. Porque tenho medo de muita coisa, pode se dizer que sou uma pessoa de pequenos terrores.
Ao longo do caminho tiveste dúvidas? Muitas, se calhar demasiadas.
Estás a viver o que queres? Depende da perspectiva. Não me sinto no "local" onde devia, estou muito atrasada em àquilo que idolatrei para o meu futuro. Por outro lado não deixo de estar feliz. E no fundo, é isso que importa.
Tens muitos amigos? Não. Os amigos como tudo na vida precisam de dedicação, paciência, amor e todos os nossos 5 sentidos a funcionar perfeitamente e às vezes não o consigo. E eu ou dou 100% de mim ou não dou nada. Mas os que tenho são os melhores - na minha visão. Mas talvez a real verdade seja que é difícil encontrar pessoas parecidas connosco.
As maiores saudades? de quando não me preocupava com tanta coisa.
O que dizem os teus olhos? Talvez digam o que não devem. Mas também ninguém os entende. Por isso durmo descansada.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Projecto de Aptidão Profissional

No final deste ano vou ter uma super apresentação de um projecto da minha exclusiva autoria, que conta imenso para a minha média final de curso. O problema é: que tema. Tenho de criar uma empresa, de produtos ou serviços e ajudava muito que fosse algo inovador para o mercado - ou algo que, mesmo que já exista, seja pouco desenvolvido e promovido. Ando com isto à volta a imenso tempo. O tempo passa num instante... Alguém tem sugestões? Se criassem uma empresa, do que seria? Preciso de conceitos, de inspirações. Ando a pensar em sapatos (ainda não o confessei a ninguém, só a vocês) porque quero apostar bastante na publicidade e sapatos dá para mil e uma coisas - e eu nem sou nada de sapatos, por acaso, mas ocorreu-me. Sapatos de dança. Sapatos inspirados em filmes. O que acham?

sábado, 8 de outubro de 2011

fashion fashion

Cheguei agora da Moda Lisboa Transfusion.
Só tenho uma coisa acrescentar: adoro estas coisas!

O que é nacional também é bom.

Este é um programa da Carmo super original chamado "Bloggers of Portugal" que consiste em mini entrevistas a bloggers de moda e as suas perspectivas. Aqui fica o do Artur Araújo e o da Vanessa Santos:


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

por um momento.

Não esperes nada de mim. Às vezes sou triste e infeliz - às vezes nem sei quem sou. Eu já sofri demasiado por outro amor, não te estou a comparar, mas tenho traumas para esquecer... Porque sempre que penso que me libertei e que me posso entregar finalmente, vem a tona a desconfiança e toma conta de mim. Tu queres que eu esqueça e que viva um novo amor mas preciso de tempo para esquecer tudo o que se passou. Olha-me nos olhos e beija-me, mata este meu desejo só por um breve momento. Faço-te um pedido: sê tu mesma, antes que anoiteça, e faz com que eu me esqueça de tudo o que eu sofri.

música de Alexandre Pires, adaptação minha em texto.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

dos amores.

Às vezes perco-me na tua própria perdição. Talvez preferisse que me dissesses de uma vez por todas, que para ti, já nada existe. Que não te sou nada. Que os sentimentos-fruto que colhemos das nespereiras já se amachucaram demasiado. Por sol em demasia. E coração também.

domingo, 2 de outubro de 2011

days days.

Ao contrário de toda a minha vida, quando entrei neste local de ensino eu dei o triplo de mim. Eu quis ser a melhor aluna, ter testes bem acima do razoável, ter as melhores médias. Eu decidi crescer, deixei de brincar tanto porque percebi o quanto isso me distraía e prejudicava nos meus objectivos. Fiz, no fundo, finalmente jus à idade que tenho. Até à altura tinha as piores notas e os melhores colegas. Desde à dois anos que tenho as melhores notas e os piores colegas. E, ainda que as vezes isso seja difícil de suportar, fez-me ver que talvez nem toda a gente me visse para além de uma pessoa alegre. Aqui, onde estou, vêem em mim tudo aquilo que não sou. Acham-me fraca, falsa e secante. E quando brinco, acham que me esforço para tal, que não é algo natural. Eu, que nunca tinha ouvido tais adjectivos dirigirem-se a mim. Isto começou aos poucos, porque sou muito diferente deles: sou das mais velhas, a que tinha experiênciado mais vivências e a única que já tinha habilitações tal como um nível de ensino mais acima do deles. E eu tinha dado o salto, percebido de que as coisas agora eram a sério, e eles continuavam a brincar, como tinha eu feito antes de entrar para este novo mundo e conhecê-los. Se fosse à uns anos atrás, pensaria que "queria lá saber", há mais gente. Mas ali é diferente. É necessário que haja uma certa ligação, estamos muitas muitas horas juntos num espaço escolar que não é assim tão grande. Sentiu-se aquela breve rivalidade dos cursos, a trivialidade dos anos mais acima do nosso. A sensação de ascensão e de responsabilidade de que iremos trabalhar quando sairmos dali. Formaram contra mim a relação mais estranha de todas. Nem sequer é bem um amor-ódio, é um interesse com alguma simpatia ocasional. E enquanto por um lado isso me aborrece imenso, porque é um dia-a-dia numa situação cansativa, por outro lado vejo o quanto eles estão a perder e eu a ganhar. Porque eu vou vencer, e eles vão continuar a brincar e a criticar aqueles que fazem o que eles deveriam fazer.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

circuito.

O teu coração bombeia para mim. Verte num ledo vagar, gota a gota, sobre o meu colo. Mas eu não vejo, não oiço, não sinto. Só te cheiro. Essa brisa transcendente que trazes todos os dias contigo. Que te caracteriza, que te identifica, que me faz amar-te. Não te oiço, porque à tempos que decidiste comer todas as palavras que havia entre nós. Foges-me num esgar de tempo, por uma distância mínima surpreendentemente difícil de alcançar. E não te vejo por isso. Estás tão longe mas tão perto que não tenho perícia suficiente para te avistar. Para focar esses olhos que já foram o baú do meu tesouro - o cofre dos meus mais profundos segredos. Não te sinto, porque no meu leito já só percorre frio e dúvida. Não te sinto nem aos raios quentes de sol, não te sinto mas desejo-o tal como Eneias desejou Vénus.

relógio com tempo.

O relógio badala as horas porque sim. Porque o tempo é o maior e único inimigo do ser humano. O único que ele não consegue vencer, derrotar, travar. Nem ele nem toda a bagagem pesada que trás consigo. E eu não uso relógios - não sei se por medo da imprevisibilidade que este tal tempo trás consigo ou, se pelo contrario, pelo medo dele passar por mim e não trazer rigorosamente nada. E o ambiguo de tudo isto é que dizemos sempre que o 'relógio dá horas', quando ele na verde só as tira de nós, sem dó nem sensibilidade ao perdão.

bad feelings.

Não, não ganhei o concurso de escrita criativa que falei aqui uma ou duas vezes. E sim, afectou-me. Não era a 'coisa mais importante da minha vida neste momento', mas era importante porque era uma maneira de eu ver se aquilo que escrevo é bom e se tem algum valor. E pelos vistos, nem por isso.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

+ de 200!

Obrigado, a todos os 202 queridos que já fazem parte disto!

parou.

És tão frio - e essa calamidade assusta-me. A tua falta de tacto para certas coisas, certas preocupações, certas histórias e, por consequência, certas mágoas. Confundes-me, colocas-me numa ilha isolada de pensamentos atribulados. Às vezes não sei se dizes as coisas por dizer, ou se as sentes realmente e trazes escondida em ti toda essa maldade. No bolso das calças, que parece sempre tão cheio - talvez seja disso. Disso e de tudo. Talvez seja isso que me cegue, perfurando-me.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

everything.

Alecrim solidário. De cheiros mil e gritos trinta. Olhares cruzados pelos ares históricos. Em que pedaço de céu voou o primeiro avião? E quem o guardou num frasco? Às primeiras gotas de agua onde os navios dos descobrimentos flutuaram. Quem as tem? Emolduramento das primeiras folhas da primeira árvore do mundo que caíram. Dissecação do primeiro e último ser vivo a falecer no planeta. Crescimento mórbido dos desejos, fuga da simplicidade. Admiração pela honestidade, esses trilhos percorridos com turbulências. Faíscas dos maiores e piores raios sobre a primeira pele humana que não apodrece.
O amor, tal como a vida, é uma fórmula que infelizmente não está disponível a todos.

71.

70.

morte escolhida.

Se o cachecol te aconchegasse verdadeiramente a garganta, não morrerias enforcado. Estarias antes quente, aconchegado, embalado num sono perpétuamente doce. De cheiro a alfazemas, a mel e cerejas congeladas e não a toda essa podridão. Terias os olhos num brilhante azul esverdeado devido à magia e à auto-satisfação e não esbranquiçados. Terias sido mais homem. Mais corajoso senão tivesses morrido. Mas pelos vistos não o eras, ou talvez, nem o nunca tenhas sido.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

tributos.

A ti, alguém que és, que me demonstras constantemente a diferença ténue entre o calor e o frio, entre a compaixão e o ódio, entre a morte e o nascer. A ti, lua de todas as noites desafogadas, que me embalas no teu relento, escuridão e silêncio obsceno. A ti, voz insana que tanto escuto, por todas as lições, surpresas, desilusões e esticões na pele a que me expuseste. A ti, meu longínquo e rosado mar, que me colhes com toda essa imensidão arrepiante, que me julgas quando te envio pedras. A ti, sentimento mútuo, que te reproduzes, embrulhas e desfazes à mesma velocidade com que me lavo para te tirar do corpo. A ti, amor que tanto me consomes, desolas e provocas. E a ti, meu amor algures, que tanto me casas, foges e atormentas mais que qualquer outra coisa no mundo.

paladares, línguas e (des)gostos.

O coração reparte-se. Entre o livro e o feiticeiro. Entre a cabra e o guião. A mascara cai, lenta e trémula que só ela. Vinga o clarão de luminosidade a uma esfregadela dos olhos, uma dor de cabeça e um palavrão. O coração corrói-se, quente, esponjoso e preto. Preto como a pele que camufla o ser ou não ser. Vêem os navios com os gregos, os cavalos com os troianos, vêm as palavras de outra época e o cheiro que ladra no ar. Humedece a ocasião, num coração que esmigalhado se refresca. Lambe-se a si próprio para uma noção final daquilo de que era realmente feito. Também nós nos deveríamos lamber mais vezes - para nos apercebermos do que está mal em nós, para evoluirmos e termos um melhor sabor.

domingo, 28 de agosto de 2011

curta-metragem «Move»


artigo de opinião #1 - relações.

Eu acredito que uma mulher é capaz de mudar um homem. E é por isso que não entendo as relações passageiras, de meses, à base da falta de respeito e da pouca dedicação mútua. Quando falo em mudar, falo na mais bela e positiva das mudanças, não daquelas que deixam magoa porque foram, precisamente, magoados pelos desvios à fidelidade da parceira. Eu acho que, nós mulheres, se quisermos realmente, se tivermos dispostas a tal entrega, conseguimos mudar realmente o mundo. Pegamos no mais aventureiro dos homens, no com piores maneiras, no infiel, no desajeitado, no indiferente e conseguimos faze-lo mudar. Não mudar por obrigação ou por pedido, fazemo-lo querer mudar, para que se entregue a nós de uma melhor maneira, para nos fazer feliz e retribuir de braços abertos todo o amor que nós lhe dispusemos e que, até à altura, nunca ele tinha provado igual. E ele não será uma pessoa diferente por isso, continuará a ser ele, com a sua personalidade irreverente, mas será um homem que é e quer ser amado de verdade. E isso, fará a maior das diferenças quanto à qualidade e durabilidade de uma relação.

sábado, 27 de agosto de 2011

numa pequena caixa.

Há em cada poro da nossa pele uma melodia inacreditávelmente inspiradora. Melodias que, se nós fossemos sequer capazes de ouvir, nos mudava por completo. Cobriria-nos os olhos de uma outra cor oposta e faria-nos lacrimejar da possibilidade de tamanha grandiosidade ser contida num tão pequeno espaço. (...)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

de autoria desconhecida.

''No amor, ninguém pode magoar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso. Já me senti ferida quando perdi os homens por quem me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém. Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem a possuir.''

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

és (um) estranho.

Cheiraste-me a estranho - tal como tantas vezes já me cheiraste. O teu odor já não me é familiar, do teu perfume desconheço a marca, e muito menos coabita ainda o meu sabor no teu palato. É estranho ver-te sequer, quanto mais falar contigo. Ainda bem que a sociedade moderna nos tornou surdos e não te oiço mais. Seria o meu fim, o fim desta estrutura de penas que coloquei em meu redor. Elas voam ao sabor da tua voz - que julgo já não ser capaz de reconhecer. Antes eras música para mim, um violino para Mozart, uma saudação para a velha solitária. Agora não sei o que és senão fragmentos de acordes rigorosos com um cheiro que desconheço e que ainda não tenho certeza se quero descobrir.