sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

23:17

Vem, vem viver comigo. Já não faz sentido a infinidade de horas nocturnas que passo só, dentro de lençóis que já partilhei contigo. Falta-me um elemento, e se eu sou a agua, tu és o meu fogo. Falta-me a presença perspicaz e sábia que és nesta relação, o picante doce que as minhas papilas gustativas saboreiam sempre que caiu na tua rede. Prende-me nela com todas as tuas forças. Amargas e tristonhas são as madrugadas que nascem e o meu corpo não se encontra sobre o teu odor masculino. E já são tantas que o meu coração canela e alfazema desfalece a cada vez. Vem, vem fazer-me feliz. Queria a seda perfeita para costurar o meu nome nesse teu coração rigoroso e amanteigado. Há mel que só lambido dos dedos é que sabe bem. Perdoa-me se piso a linha ás vezes, acredita não há uma única dúvida nas cordas do meu violino, é tudo amor, apenas e só amor crescente.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

omg omg

Um módulo para recuperar, montes de trabalhos de grupo, testes para dar e vender, aulas das nove da manhã ás seis/sete da tarde, cadernos das técnicas para organizar, decoração da escola para a festa de carnaval, turma sempre ás divergências, notas injustas, alteração de horário duas vezes por mês, muito muito frio, mudança constante de formadores, prazos curtos para ensinar as matérias, transportes públicos a toda a hora: em soma,
ausência de vida pessoal.

domingo, 24 de janeiro de 2010

15:15

(...) Então eu sinto a tua falta a toda a hora. Eu não olho para ti e procuro o comum, eu respiro-te procurando o diferente que és. O que em ti me seduz, como um poema escrito cuidadosamente. É tudo tão fresco, e ninguém escreve livros sobre relações como a nossa (até que ponto somos únicos?). Mas eu gosto disso. Gosto de ti. Da maneira como andas, como inspiras, como olhas para as coisas e as aprecias. Gosto da maneira como te vestes, como te despes, do movimento do teu peito num sobe-e-desce quando descansas os olhos. Gosto da forma como me tocas nas pernas - como nos filmes, sabes? - gosto muito do teu peso sobre mim, de me sentar ao teu colo e encostar-me perto do teu pescoço, da expressão transparente dos teus olhos. Gosto também da maneira como por vezes pensas, por alturas do teu ego refinado, das tuas mãos, dos teus ombros... Dos teus dedos no fundo das minhas costas, de ler algo e me lembrar de ti, de escrever para ti, porque é ao ter-te em meu redor que me surgem linhas de poesia na cabeça. Gosto de brincar contigo, de ver o teu brilho e explorar-te cada vez mais, de te conhecer aos poucos e poucos, da tua maneira única de falar, a forma como arrastas as palavras e as colas, quando trocas as letras e fazes beicinho. Eu gosto do teu cabelo, de te despentear, da tua idade - não cresças mais. Gosto das tuas orelhas pequeninas, da tua mão ser maior que a minha, gosto de te tocar nos lábios com as unhas e do confortável que o teu coração se sente quando estou perto. Gosto de quem sou quando estou contigo, da forma como me fazes sentir melhor, da nossa evolução, da confiança, do avontade, da forma como me abraças, como me cheiras a pele, como sorris... Gosto tanto de tanta coisa em ti - e em nós - que se torna impossivel dizer sequer metade. E ainda que por vezes o corpo me trema com receios, eu amo-te.
- "gosto tanto de te ver dormir... ficas tão bonita, sinto mesmo que és minha."

a minha forma justa.

Ainda recordas a composição justa das palavras? A alegoria infindável da epifania do pensamento duradouro? Há um crescente a desfalecer nas tempestades do horizonte longe, perpétuo, afastado da união dos ignóbeis. Ajuda-me a compor excertos viris, acertados, justos como o verde da terra. Quero ser mesquinha como os filamentos microscópicos desfavorecidos das raízes que penetram a terra. E esta bela bolsa orgasmos chamados p'lo povo de Primaveras. Necessito do autenticismo, cuspir os conservantes e alterações genéticas que tudo o que existe já possui. Dêem-me o natural de cada partícula, os meus dedos também são finos o suficiente para se confundirem com raízes e penetrarem o solo, seco ou molhado. Humificarei ainda mais o tapete da sociedade com a minha língua queimada pelo o fogo das desventuras propositadas. Minhas acções nunca são de cabeça fria, o batimento cardíaco compulsivo não me permite tal requinte, ele possui-me, viola-me, faz amor comigo sem dó nem piedade, tudo por necessidade de pensamento, tudo por amor à solução.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dear city,
tem soado na minha cabeça uma voz fininha que me guia o peito. As coisas estão a melhorar e eu nem sei como reagir a isso. Por vezes parece mentira ser sequer possível haver dias aqui na cidade sem chuvas emocionais, sem perseguições de bicicleta à paciência alheia. Há poluição no ar mas eu hoje respiro e nem sempre sinto o odor pesado, sabe-me leve, puro transpirando esperança. Acordo manhã a manhã e espreguiço-me no pêlo do gato, surgem mil imagens na minha mente se vejo sol a invadir-me pela janela que me resguarda do teu som natural, minha cidade. Eu quero muito subir a escadaria que há na rua acima da minha, mas há degraus ainda muito escorregadios.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

note:

Queridos leitores, venho cá só vos dizer que devido a problemas com a Internet não vou poder vir aqui ao D'um detalhe por tempo indeterminado. Custa tanto! também ando com um problemazinhos de saúde, com sorte tudo se resolve e volto o mais cedo possível a estas andanças.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

da autoria de Sophia de Mello Breyner Andreson

"Sempre a poesia foi para mim uma perseguição do real. Um poema foi sempre um círculo traçado à roda duma coisa, um circulo onde o pássaro do real fica preso. E se a minha poesia, tendo partido do ar, do mar e da luz, evoluiu, evoluiu sempre dessa busca atenta. (...)"
e desta forma tantas vezes é a minha escrita.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lost in you

«Porque ainda vives dentro de mim e mesmo estando separados, acredita que serás sempre a mulher da minha vida
Eu julguei sinceramente que tu já não fosses mais capaz de me surpreender, de me apedrejar o coração positivamente e me deixar sem reacção. Só lágrimas - mas essas por ti já não é preciso esforço para caírem, elas estão sempre à espreita da próxima vez que me resgatas as memorias e o peito para descaírem. Orgulha-me as fragrâncias que ainda residem em ti de um perfeito coração, de um bom homem. Esta historia cada vez é mais difícil de guardar na estante. Eu não consigo tirar(-te) da minha mesinha de cabeceira.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

00:00

Está frio e tenho saudades.. Dorme comigo esta noite.

melodies.

Eu sempre preferi as melodias pequenas, os sons minúsculos esmigalhados pelos grandes e mais vistosos. Eu sempre preferi os instrumentos leves à voz potente que lhes tira valor. Mas nada naquela composição seria o mesmo sem aquelas gotículas de som que fazem de fundo, de ambiente para aquilo que mais queremos ouvir: palavras. Verdadeiras ou falsas, longas ou curtas. Eu cá prefiro muitas vezes os sons; antes escutar a respiração ou o comprimir dos lábios, o coração a bater ou as lágrimas a demolharem a íris, que a junção das letras.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Dear city,
Hoje aprendi que a felicidade pode estar realmente no sitio mais óbvio. Porque é que complicamos tanto as coisas? Porque é que pensamos mais do que sentimos? Ás vezes queria meter um sinal de "stop" desses que tens nas tuas ruas na minha mente e deixar-me simplesmente levar. Aprender realmente a esperar, saber aproveitar, desfrutar de cada segundo. Todos eles valem a pena se são o melhor do meu dia, se forem aqueles minutinhos sagrados em que o meu sorriso não podia ser mais genuíno. Quero também aprender a aceitar a noite por inteiro, não quero só gostar do seu início e passar o resto dela num pranto angustiante. Quero gostar dela tanto quanto tu. Mover-me e dormir com ela, todos os dias daqui para a frente.

missing

Tu tens muita sorte, sinceramente acho que tens. Passas o dia contigo próprio, sabes lá o que é sentir a tua falta... O que é ter saudades tuas. O que é começar com um ponto final bem escuro na folha clara. Ainda vou trepar o teu prédio com as minhas teias de aranha lilases e reconstruir a teia maior.

sábado, 2 de janeiro de 2010

01:40

Porque gostar de ti, nunca é em demasia. É simplesmente o melhor rolo fotográfico que eu podia revelar.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

erro teu

Ela quis dizer muita coisa. Mas o tempo nunca foi um dos pontos fortes da vossa relação. Ela deixou de pintar o cabelo de ruivo por ti, por teima tua de que o seu preto natural lhe ficava melhor. Devias estar cego para não veres que lhe fazia parecer tão mais velha. Ou talvez ate te tenhas esquecido que ela ainda era praticamente uma miúda. E nunca quis enterrar as poucas fragrâncias infantis que tinha a bombear-lhe sangue lá dentro.
Ela nunca olhou para ti como uma bóia de salvamento, ainda que de certa forma o tenhas sido, ela estava carente de colo e tu pegaste-lhe sem pedir nada em troca. Ou pelo menos, no inicio não exigias nada. Só os sorrisos simples, as caricias, os passeios. Sinceramente, ainda hoje não percebi o que fez com que mudasses. Tiraste-lhe do poço onde se afogava, mas enfiaste-a noutro quase parecido. Tiraste-lhe a liberdade, e ela que nunca foi de grandes esperanças para ela própria percebeu que havia limites, que tu não podias simplesmente proibir. Quantas noites foste o motivo para quedas dela? Quantas manhãs lhe iluminaram o rosto e os olhos inchados do choro? Ela daria a vida por ti. Deu-te tudo o que tinha e não tinha. Mas tomaste-a como certa, como um robot que recebia as tuas ordens e as cumpria sem vacilar. E agora estás aí, sozinho, a fazer sabe-se lá o quê e em que estado. (...)

no no

Meus caros amigos, isto de 2010 é tudo muito fantástico mas segunda-feira: aulinhas!