sábado, 26 de julho de 2014

passado e presente.

A máxima de que nós só damos valor às coisas quando as perdemos tem o seu lado de verdade mas também o seu lado de mentira. Porque quando estamos bem, sentimo-nos agradecidos e isso é uma forma de dar valor.
Eu nunca pensei que ser feliz me fizesse tanta falta... Mais do que aquele sitio em si, eu sinto saudade do cheiro do café do Miguel logo pela manhã a inundar o estúdio, das conversas disparatas com as minhas colegas, do cansaço e do stress. Nunca pensei que podia perder a vontade de me vestir e arranjar de manhã, quando eu sempre fui uma apaixonada por moda. Há muita coisa que mudou em mim, sinto que tenho vindo amargar e isso sempre foi algo que não quis para mim: ser uma daquelas pessoas que olham de lado para o futuro e perdem aos poucos a esperança. Mas é um mal silencioso, como um cancro maligno que só nos apercebemos da sua existência quando dói ou quando já é tarde demais. Também nunca esperei que as pessoas que por vezes mais me incomodavam fossem as que mais contribuíam para o meu bem estar... Sair presencialmente da vida delas é o que custa mais todos os dias. A saudade é um mal português, e é como portuguesa que me assombra todos os dias a vida. Tivesse eu previsto o futuro para aproveitar ainda mais cada pedacinho daquele trabalho e daquelas pessoas.