domingo, 26 de maio de 2013

your eyes your eyes.

Eu só queria que visses aquilo que eu vejo. Como é que podes odiar o que vês no espelho, quando eu nunca vi mulher mais bonita que tu. Só queria que tu entendesses o quão esses teus olhos são mentirosos, e o quanto eu por vezes os odeio por não verem a realidade que eu vejo.

sábado, 25 de maio de 2013

misery.

Há épocas da nossa vida em que estamos lindas por foras e feias por dentro. Tenho os bolsos e o coração vazio.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

o desemprego

Eu tenho tentado, não está a dar mais para aguentar esta tristeza que tenho sentido todos os dias no ultimo mês. Está-se apoderar de mim e a transformar-se em amargura e frustração... Por o simples facto de: eu não sei o que fazer da minha vida.
Eu trabalhei 9 meses numa das maiores industrias de moda deste país. Eu trabalhei com prestigiados profissionais, passaram-me peças de desfile pelas mãos, eu aprendi a destingir um vestido Prada de um vestido Gucci. Eu, ainda que mal paga, percebi ainda mais que era aquilo a minha casa profissional. Vesti a camisola, lutei com os meus colegas por aquilo como se fosse nosso. Eu estava a fazer o que ambicionava para a minha carreira. Até ao dia em que fui despedida. 
Hoje em dia ser-se despedido não significa que não somos bons o suficiente, tal como o facto de não arranjarmos emprego seja por esse mesmo motivo. Isso já passou. Já passou o tempo em que nos rescindiam o contrato por não "reunirmos as condições necessárias para as funções". Agora somos despedidos porque somos 1 em mil. Tal como não arranjamos emprego porque para uma oferta, há cem candidaturas. E no meio dessa candidatura existe alguém que, desesperado, já se candidata para um estágio curricular não-remunerado - porque é "currículo, que se lixe" - e nós não conseguimos competir com isso. Não se compete com mão de obra à borla. Não se compete com alguém de 22 anos, recém-licenciado que se oferece para trabalhar sem pedir nada em troca.
As empresas não têm dinheiro, ou têm pouco, ou até têm e fingem que não para poderem também usufruir desta situação. E vivem esta ideia iludida de tal forma que acabam por acreditar nela e enquanto deitam a cabeça na almofada porque deixaram de ter problemas de consciência - se alguma vez os houve - nós não deitamos a nossa porque continuamos sem emprego e sem saber o que fazer.
E é por isso que não aceito o "se fores mesmo boa naquilo que fazes, consegues", porque nós somos todos muito bons, e quem diz isso é porque não tem fé nas capacidades dos portugueses. Nós somos todos bons, cada um da sua maneira, cada um com as suas manias, mas nós somos mesmo todos bons quando gostamos do que fazemos.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

transborda-me a alma.

E se eu morrer com tudo isto que suporto dentro de mim? Se eu morresse amanhã, amar-me-ias por mais quantos anos? 

dívidas

"Eu enxaguei as tuas lágrimas secas sem nunca te tocar. Espero que nunca te esqueças disto." - disse ele.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

vintage love.

Eu adoro paixonetas antigas; mentia se dissesse o contrário. Porque é impossível não se sentir nada, ser-se indiferente. Nós gostámos, adorámos e até amámos aquela pessoa. Seriamos loucos? Não, havia ali um certo sustento - um motivo. E eu continuo a gostar dos meus. Porque eu sou a mesma, sempre a mesma. Com os meus amores e desamores, com os meus hábitos insolentes e a minha veia fadista.
Ver as caras das pessoas que amámos ou julgámos amar, passados tantos anos, é sentir que aquela pessoa mesmo sem saber tem um pedaço de nós dentro dela. E eu tenho um pedaço de cada um deles em mim que não trocava por nada deste mundo.

A ti, meu amor de sempre, e a todos os outros pequenos e grandes passados que serão sempre meus também.

é.

Quando te conheci o peito mal sabia eu o longo caminho que estava a começar a percorrer. Doíam-me as pernas, e foi de tanto correr psicologicamente em ti - curioso. Eu sei cada linha tua, e pior é que agora já odeio isso: todo este meu conhecimento de ti, como se tu fosses eu própria. Como se nós fossemos um só, coisa que afinal nunca fomos. A vida é uma puta. É uma puta porque te tirou de mim. Raptou-me da tua cabeça, do teu coração e até te tirou a sede que tinhas pela minha carne. Eu preferia isso a este nada em que agora vivo. A vida é mesmo uma puta. E eu também.

terça-feira, 14 de maio de 2013

segredos

Eu sou tudo aquilo que tu não conheces. E nada descreve mais as nossas relações que este simples facto. Sabes o meu nome, a minha idade, onde moro e onde trabalho. Mas não sabes quem sou, por mais anos que passem, por mais tempo que estejamos juntos. Enquanto não souberes isto, nada sabes de mim afinal. Mas eu não to conto, tu que descubras, se realmente me conheces.
Algum dia alguém saberá? 

falta oxigénio.

Viver segundo aquilo que nós não somos deve ser das coisas mais dolorosas que conheço. Não mata mais que o amor, mas mói mais que tudo neste mundo. Seguir regras que não concordamos, conviver com pessoas com quem não nos identificamos, viver nesta bolha de ignorância e crítica permanente. Se alguma vez eu achei que este ia ser o meu plano actual, e que ia piorar de ano para ano, que quanto mais velha ficasse mais insuportável ficaria esta sina? Nunca. E não o desejava a ninguém. Claro que há sempre coisas piores - como tudo na vida - mas esta sensação é tão constante que começo a desconhecer qualquer outra.