quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ser.

O pior de olharmos para nós mesmos é não nos conhecermos. É apercebemo-nos que durante tanto tempo confundimos aquilo que somos com aquilo que gostaríamos de ser. Livre de defeitos, de cicatrizes, de maleitas internas. Um sonho que era não mais que a pura ilusão e isso faz um buraco ainda maior na pele. Rasga-a com muita lentidão e dor. Como se fossemos recicláveis, capazes de nascer de novo. Mas não somos, e infelizmente, demoramos sempre demasiado tempo para nos apercebemos disso realmente.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

nó.

Não te percas de mim. Não te soltes dos sonhos, das esperanças, das verdades. Olha para o cimo de ti, olha e não revires os olhos. Vê o meu ventre destapado, calcado na parede das ilusões. Ama o teu país como um amor para a vida. Anseia a riqueza e a cultura como água no sangue dourado. Procura o melhor e pior de ti. Estabelece horas, dias, épocas para viveres. Acredita nos livros e nas pessoas. Aceita que a vida é só uma. Confia no teu coração quando ele te disser que só há um lar possível para ele. Eu.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

questionário: de onde lês o blog?

30 respostas:
10 pessoas - Lisboa
13 pessoas - Norte
2 pessoas - Sul
1 pessoa - Interior
1 pessoas - Ilhas da Madeira
3 pessoas - Estrangeiro
Quem me respondeu aqui ao questionário não me quer dizer em comentário de onde é mesmo? Estou cheia de curiosidade!
Obrigada, a autora.

o que não é dito.

É estranho ser nada para ti. Porque fui tudo durante tanto tempo. Agora piso o chão que outrora pisámos juntos e é como pisar um caixão enterrado. Até pensar em ti é estranho, ver as tuas fotografias, catalogá-las. Apetece-me escrever "a melhor pessoa", mas depois choro. Choro porque sempre chorei por ti. Pelo que foste, pelo que és. Pelas memórias, pela tristeza e tabu que se tornou a nossa história. As pessoas ainda se lembram dela? E tu, ainda te lembras de nós? Ainda te lembras do meu cheiro? De como te amei mais que ao mundo inteiro? Não consigo dizer que tenho saudades, que sinto uma falta de morte do teu abraço, porque mo proibi a mim própria demasiado tempo para agora ser capaz de tal aventura. É quase um crime.
Ainda assim, um dia poderei conquistar o mundo, casar, ter filhos, fazer tudo o que sempre sonhei... Que nunca, nunca deixarei de chorar por ti e de sentir esta falta avassaladora do teu abraço tão quente.

73.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

72.

learn.

As ondas das memórias são as mais perigosas. São as que retêm as nossas acções, as que nos tornam cautelosos e desconfiados. O ensinamento nem sempre é positivo. Às vezes só atrapalha. Só nos tira a irreverência porque floresce o medo e a apreensão. Então não aprendam. Ou então tentem não errar e torçam sempre para que corra tudo bem, pelo melhor.

domingo, 16 de outubro de 2011

ego.

Eu sou tudo e não sou nada. Sou o teu mar longínquo e a terra que pisas diariamente. Sou a música que cantarolas no banho, sou o som do búzio que apenas alguns ouvem. Sou o vidro mais bem limpo e os cacos partidos e esquecidos no soalho. Eu sou o teu transporte público para o destino e o jacto privado para a salvação. Sou a esperança de um coração desenhado e a faca que não perfura nenhum peito. Eu sou o bem e o mal. A cor e o invisível. O preto do mundo branco, e o branco de um mundo dolorosamente preto.

Desafio "Alta Definição nos blogues"

Nome? Mafalda H. Macedo
É fácil gostar de ti? Felizmente, sempre foi. Porém, à uns anos para cá parece que deixou de ser, pela primeira vez na minha vida, ou talvez eu me tenha começado a dar com as pessoas erradas. Só que a verdade é que eu também não as escolhi.
Quais são os sons da tua infância? música e birras e risos.
O que mais marcou a tua infância? os Natais e as férias de Verão.
O que mais gostas em ti? de ser perfeccionista, de querer sempre ser a melhor pessoa possível.
O que menos gostas em ti? Da minha constante insatisfação. Eu sei que devia agradecer por tudo o que tenho, mas não consigo deixar de querer sempre mais e melhor. Seja em mim própria ou naquilo que gosto e que me rodeia.
O que és hoje já nasceu contigo? Sinceramente muito do que sou sim. Porque se fosse influenciada pelas pessoas à minha volta e pelos meios por onde "caminho" seria muito diferente. E prefiro mil vezes ser assim.
Já desististe de algum sonho? De certeza que já, eu sempre sonhei tanto.
Gostas de te ouvir? Não! O meu timbre de voz é tão infantil, i hate.
O melhor de ti está visível Não, definitivamente.
Não gostas de? Injustiças. Eu tenho uma grande, grande necessidade de justiça e igualdade. E dá cabo de mim sentir e ver esse tipo de situações. A igualdade para mim é obrigatória, e claro que para isso tem de haver justiça.
Olá ou Adeus? Claro que prefiro um "olá", mas a minha veia melodramática adora sempre um "adeus", tem mais sentimento/mais peso. Porque um adeus tem matéria, um olá é o desconhecido.
Heróis ou Vilões? Heróis, sempre mas há poucos no mundo.
Drama ou comédia? As duas, em iguais porções.
Devagar ou depressa? Depressa.
Traças o teu próprio caminho? Tento fazê-lo o máximo que consigo.
O que aprendeste na vida? Nestes últimos tempos aprendi que se fizermos o certo, não precisamos que alguém nos dê uma "palmadinha nas costas". A nossa consciência está salva porque praticamos o correcto mesmo que os outros não o vejam ou não dêem o devido valor. E isto faz mais parte da minha vida do que possam imaginar.
Arrependes-te de alguma coisa? De muitas, infelizmente. Exactamente porque preciso muito que as coisas sejam acertadas e justas, e ao longo de uma vida não o conseguimos sempre. Ninguém consegue. Mas eu gostava.
Quando apontas o dedo? Quando tenho moral e consciência para isso. Não é que me dê prazer criticar ou "descambar" nos outros, mas há coisas que me tiram do sério. Ás vezes basta ter dois dedos de testa e as pessoas não são capazes disso.
Acreditas no destino? Não, de todo. Isso é apenas um bode-expiatório para as pessoas meterem as culpas e não se sentirem responsabilizadas e levarem com as consequências. Tal como a religião e por aí. Existimos nós, e ás vezes corre bem e outras nem por isso.
Tentas perceber o outro? Sempre, tento ter o pensamento o mais racional possível. Porque a moeda tem sempre duas faces. Mesmo que não nos convenha por vezes, temos de ser justos.
Tens um lado pior? Faço de tudo por não o ter. A vingança e o ódio é o pior do mundo. E temos de fazer de tudo para sermos sempre os melhores dos seres humanos.
Quando perdes a razão? Admito-o. Mas eu também não sou muito de afirmar quando não tenho 100% de certezas. Odeio falhar.
Tens saudades de quê? De quando as pessoas acreditavam neste país e se juntavam até ao fim por ele. Na altura da pátria, do amor pela nossa terra que é a mais bonita do mundo.
Foges do medo? Sinceramente fujo. Porque tenho medo de muita coisa, pode se dizer que sou uma pessoa de pequenos terrores.
Ao longo do caminho tiveste dúvidas? Muitas, se calhar demasiadas.
Estás a viver o que queres? Depende da perspectiva. Não me sinto no "local" onde devia, estou muito atrasada em àquilo que idolatrei para o meu futuro. Por outro lado não deixo de estar feliz. E no fundo, é isso que importa.
Tens muitos amigos? Não. Os amigos como tudo na vida precisam de dedicação, paciência, amor e todos os nossos 5 sentidos a funcionar perfeitamente e às vezes não o consigo. E eu ou dou 100% de mim ou não dou nada. Mas os que tenho são os melhores - na minha visão. Mas talvez a real verdade seja que é difícil encontrar pessoas parecidas connosco.
As maiores saudades? de quando não me preocupava com tanta coisa.
O que dizem os teus olhos? Talvez digam o que não devem. Mas também ninguém os entende. Por isso durmo descansada.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Projecto de Aptidão Profissional

No final deste ano vou ter uma super apresentação de um projecto da minha exclusiva autoria, que conta imenso para a minha média final de curso. O problema é: que tema. Tenho de criar uma empresa, de produtos ou serviços e ajudava muito que fosse algo inovador para o mercado - ou algo que, mesmo que já exista, seja pouco desenvolvido e promovido. Ando com isto à volta a imenso tempo. O tempo passa num instante... Alguém tem sugestões? Se criassem uma empresa, do que seria? Preciso de conceitos, de inspirações. Ando a pensar em sapatos (ainda não o confessei a ninguém, só a vocês) porque quero apostar bastante na publicidade e sapatos dá para mil e uma coisas - e eu nem sou nada de sapatos, por acaso, mas ocorreu-me. Sapatos de dança. Sapatos inspirados em filmes. O que acham?

sábado, 8 de outubro de 2011

fashion fashion

Cheguei agora da Moda Lisboa Transfusion.
Só tenho uma coisa acrescentar: adoro estas coisas!

O que é nacional também é bom.

Este é um programa da Carmo super original chamado "Bloggers of Portugal" que consiste em mini entrevistas a bloggers de moda e as suas perspectivas. Aqui fica o do Artur Araújo e o da Vanessa Santos:


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

por um momento.

Não esperes nada de mim. Às vezes sou triste e infeliz - às vezes nem sei quem sou. Eu já sofri demasiado por outro amor, não te estou a comparar, mas tenho traumas para esquecer... Porque sempre que penso que me libertei e que me posso entregar finalmente, vem a tona a desconfiança e toma conta de mim. Tu queres que eu esqueça e que viva um novo amor mas preciso de tempo para esquecer tudo o que se passou. Olha-me nos olhos e beija-me, mata este meu desejo só por um breve momento. Faço-te um pedido: sê tu mesma, antes que anoiteça, e faz com que eu me esqueça de tudo o que eu sofri.

música de Alexandre Pires, adaptação minha em texto.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

dos amores.

Às vezes perco-me na tua própria perdição. Talvez preferisse que me dissesses de uma vez por todas, que para ti, já nada existe. Que não te sou nada. Que os sentimentos-fruto que colhemos das nespereiras já se amachucaram demasiado. Por sol em demasia. E coração também.

domingo, 2 de outubro de 2011

days days.

Ao contrário de toda a minha vida, quando entrei neste local de ensino eu dei o triplo de mim. Eu quis ser a melhor aluna, ter testes bem acima do razoável, ter as melhores médias. Eu decidi crescer, deixei de brincar tanto porque percebi o quanto isso me distraía e prejudicava nos meus objectivos. Fiz, no fundo, finalmente jus à idade que tenho. Até à altura tinha as piores notas e os melhores colegas. Desde à dois anos que tenho as melhores notas e os piores colegas. E, ainda que as vezes isso seja difícil de suportar, fez-me ver que talvez nem toda a gente me visse para além de uma pessoa alegre. Aqui, onde estou, vêem em mim tudo aquilo que não sou. Acham-me fraca, falsa e secante. E quando brinco, acham que me esforço para tal, que não é algo natural. Eu, que nunca tinha ouvido tais adjectivos dirigirem-se a mim. Isto começou aos poucos, porque sou muito diferente deles: sou das mais velhas, a que tinha experiênciado mais vivências e a única que já tinha habilitações tal como um nível de ensino mais acima do deles. E eu tinha dado o salto, percebido de que as coisas agora eram a sério, e eles continuavam a brincar, como tinha eu feito antes de entrar para este novo mundo e conhecê-los. Se fosse à uns anos atrás, pensaria que "queria lá saber", há mais gente. Mas ali é diferente. É necessário que haja uma certa ligação, estamos muitas muitas horas juntos num espaço escolar que não é assim tão grande. Sentiu-se aquela breve rivalidade dos cursos, a trivialidade dos anos mais acima do nosso. A sensação de ascensão e de responsabilidade de que iremos trabalhar quando sairmos dali. Formaram contra mim a relação mais estranha de todas. Nem sequer é bem um amor-ódio, é um interesse com alguma simpatia ocasional. E enquanto por um lado isso me aborrece imenso, porque é um dia-a-dia numa situação cansativa, por outro lado vejo o quanto eles estão a perder e eu a ganhar. Porque eu vou vencer, e eles vão continuar a brincar e a criticar aqueles que fazem o que eles deveriam fazer.