Nas minhas (mais) intimas navegações em alto mar de dúvidas, ânsias e preocupações ocupei as minhas últimas tardes de vida. Eu podia ter saído praia fora, satisfazer ordens da mente e sugestões do coração. Podia. Mas não foi assim. Fechei-me a sete cadeados ferrugentos em casa. Com o sal a gretar-me os dedos. Só, vulnerável, angustiada... com os ouvidos a serem violados pelas palavras reais e conselhos correctos dos que estão em volta. Sabia - apenas eu - porque a vira e ouvira. Uma poça com água-trovoada do passado atravessou-se no meu caminho no outro dia (um próximo) e fez ondulação bárbara suficiente para me salpicar o corpo e martirizar o coração. Que aqueceu e tremeu, coberto de frio doloroso. A verdade, a realidade está-me exposta a olhos fechados ou bem abertos. Mas a lógica vai contra o sentimento, e é esse capitão do mar que me guiou tantas vezes. Meti lágrimas de instabilidade no aguado passado, que faz de meu impasse destemidos últimos dias.
Chegas-te cedo, no amanhecer da maresia. Após tanto tempo. E sussurras-te o meu nome, leve. Arrepiei-me tanto por fora como por dentro «hum?», silêncio e o mar embateu na madeira do porto pescador, «eu prometo que não te faço sofrer...».
regressa à tua gruta no rochedo, por favor, eu não quero sentir mais nada.
4 comentários:
eu gostava de ouvir uma dessas, mesmo que por dentro tivesse um "hum?".
li e reli cada palavra. percebi cada uma delas. *
eu também gostei do que li.
Estou como a Joana . =$
Está lindo :D
Esqueci-me do meme que tinhas para mim :x
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