terça-feira, 23 de junho de 2009

detalhes da tua ausência VI

Tu nunca me abraçavas com força. Era preciso pegar-te nos braços, enlaça-los bem a volta do meu corpo; mostrar que assim me sabia melhor. Sinto falta disso. Acho que no fundo percebo a ausência de intensidade. Tu sabias, tinhas certezas que eu não ia fugir. Não precisavas de me prender para que não me fosse embora, nem eu a ti. Mas eu sabia que um dia poderia fugir. Talvez, eu não sei, interiormente estivesse a mostrar-te que precisavas de me apertar com força, com amor. Para que não fugi-se realmente. Fugi. Não digo com isto que a culpa foi tua. Longe disso, trataste-me sempre como uma princesa. Deste-me tudo o que quis, tudo que sonhei um dia sentir correspondido. E eu precisei de deixar de te amar por isso... É bizarro. Estúpido. Idiota e infantil. Lembro-me de me deitar no teu peito só para ouvir o teu coração bater. Era como se ele ao meu aproximar fala-se comigo, dizia-me que era todo meu. E eu não cheguei aperceber-me nem metade da sorte que tinha por isso. Mas sabia-me tão bem, ter algo tão puro, assim, só para mim. ... Sabes a sensação de casa?

4 comentários:

Anónimo disse...

Existem sempre erros numa relação. Acho que tu e ele devem ter percebido quais foram os vossos. É por isso que neste mundo existem segundas oportunidades. Deves aproveita-las. Lindo este texto :D

Mara disse...

Nunca se deve dar algo por garantido. Se negligenciamos o amor ele pode fartar-se e bater com a porta. Talvez ele deve-se ter pensado nisso e agarrar-te com força. Até porque tu sentias falta disso.

qel disse...

«Sabes a sensação de casa?».
Faz-me lembrar momentos daqueles enroscados no sofá com as cores da tv de fundo e uma mantinha (:

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Inês disse...

Adoro ler as tuas palavras

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