não sei como te sentes mas prevejo uma tempestade agreste para este final de tarde. Ele voltará com ela.
(Ainda) não sei até que ponto estará disposto a intervir no sal que me cobre a pele, mas só o seu re-aparecimento destabilizou a minha atmosfera envolvente. Eu sabia que ele viria, no seu avontade natural. Como peixe a nadar dentro de agua até mim, procurar a sereia de quem o coração nunca parte. Sabe a estrela mais bonita que te cobre com a noite em como ele não se apercebe de meus sentimentos. Sinto-me vulnerável, saturada destas marés de peixe podre a dar à costa. Anseio por um tornado no teu centro, que se alonga-se até ao mais fundo local do oceano, e que ele fosse sugado para lá. Está apoderar-se de mim um sentimento de vingança insustentável - eu que nunca fui dessas coisas. Como num filme, como num mar revolto em dias de calor, ando abrir caminho com o inimigo, apenas para o pressionar. É cruel, mas não mais do quanto fui usada. Coloquei-me numa encruzilhada sem saída, nadei demais e agora estou sem forças para nadar de regresso... e é fundo demais para meter os pés no chão e correr.
ainda que sem barbatanas,
Mafalda
4 comentários:
O mar é tão grande para estar sem barbatanas, nadar fica tão difícil. E se é para ir ao fundo, o melhor é deixar uma mensagem numa garrafa, mas com a certeza de ser entregue, para pedir ajuda. Se, antes de ir ao fundo, a ajuda chega ou não, só se sabe depois. Mas pelo menos chegas-te avisar. Não é fácil encontrar uma garrafa resistente o suficiente, as de vidro partem-se tanto e são frias, mas até agora ainda não há melhor, e o que conta mesmo é a mensagem.
Que doce.
Atiro-te as barbatanas, para que te safes sem problemas, Mafalda.
Já li o mail, nao tive tempo para responder isto de tar sem net é uma treta!
Podes mandar novidades respondo na quarta, sem falta.
Está tudo a ir abaixo, preciso mesmo de falar.
Beijinhos, Diana
Diana, não se já escreves-te mas leio amanha. Fiquei preocupada. Nem sonhas o que me aconteçeu hoje, nem me consigo olhar ao espelho. Beijinhos
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