sábado, 24 de outubro de 2009

Querido diário e namorado,

São cinco da manhã. Fizemos hoje, ou melhor ontem, um ano de relação. Não estivemos juntos.
Estar fora do país esta semana tinha de tudo para ser fantástico. Iríamos aprender a estar um tempo um sem o outro, a ocupar o tempo com outras coisas ainda que o coração estivesse sempre com a imagem das nossas mãos dadas. Telefonei-te todos os dias, de noite, antes de me deitar e sonhar contigo. Só não esperava era que a cabeça fosse traiçoeira e estraga-se todas as minhas teorias para esta semana. Passas-te o dia de hoje com a tua ex-namorada. Sabes que não me importo, que aceitaria qualquer escolha tua desde que ela te fizesse feliz, como tento eu todos os dias fazer-te também. Passei o dia em casa, não me apeteceu sair, e por acaso era o meu dia de folga do que vim cá fazer a Luxemburgo esta semana. Acordei e mandei-te uma sms, disse-te o quanto te amava e que tinha saudades. Respondeste-me algo idêntico. Ainda que a inovação seja coisa habitual em nós, ao final de um tempo torna-se difícil. Não falámos mais, só a noite quando me contas-te que tinhas estado com ela. O pior de tudo fui eu. Ao menos tu ainda tens uma antiga relação com quem ter outro tipo de relação: uma amizade. Eu nem isso, ainda a mesma ausência, a mesma cicatriz. E foi nisso que passei o dia a pensar. Tenho por habito chorar, não é segredo para ninguém, e ainda que não seja propriamente um orgulho, não tenho vergonha de o afirmar. Mas nunca o meu choro é tão pesaroso como é quando o tema é ele. Passei um dia como não passava a muito. Acabar os estudos e ter-te a ti ocupa-me perfeitamente a vida, e o sorriso é uma constante. A verdade é que a muito que não estava sozinha, e sozinha sou apenas eu e as minhas memorias. Só lamento não ter como as fazer presente. Tudo isto me fez estar agora, ás cinco da manha, a um dia antes de voltar para os braços que á um ano me aconchegam tão bem, num embarque de perguntas sobre mim e nós. Pergunto-me se será apenas coincidência as pessoas que nos ocuparam a mente hoje. Antigas relações, quando até poderíamos ter estado a trocar e-mails ou eu nas compras e tu nos jogos idiotas com os nossos amigos. Não tenho dúvidas de que te amo, muito menos que tu a mim. Mas, não estaremos apenas a compensar um com o outro, a falta que eles nos fazem no peito?

4 comentários:

Z. disse...

estar longe é sempre tao dificil :/ mas quando vale a pena há que tentar! ;) xx

N R disse...

Tapa os ouvidos e segue o teu coração, não há melhor conselheiro.

anita disse...

adorei!

pequena amadora ^^ disse...

é uma boa pergunta... mas como o Nuno disse aqui segue o coraçao e vive o presente.
aproveita cada momento como se fosse o ultimo, como se nao houvesse mais amanha, pois pode mesmo nao haver...