terça-feira, 15 de dezembro de 2009
até quando?
Eu disse a mim mesma que não voltaria a sangrar do lábio (mas eu sempre disse tanta coisa a mim mesma...). Que não iria fazer mais feridas, que não voltaria a estar assim nervosa e me deixar cair quando o tapete me escorrega dos pés. Eu jurei a mim mesma que as mãos que me tiram o chão não sentiriam mais na pele a textura de meu sangue. Que não ouviriam mais o ferver da minha pele rasgando e o sangue solto escorrer. Tão delicado... decidido, lento causando impacto. Eu disse a mim mesma que não vestiria mais sutians apertados, que nada me cortaria de novo a respiração. Que apenas a morte drástica e repentina me tiraria a fala e a respiração sempre controlada. Eu disse também que não haveria mais secadores a esvoaçarem-me o cabelo. Que não haveria mais puxões maliciosos, que não admitiria mais reprovações sobre as minhas acções. Eu afirmei que não voltaria a juntar o terço a meu peito por suplicio, por desespero, com mãos húmidas tremendo boas-novas. Mas há sempre o momento da excepção à regra, e eu não esperava que tu nadasses tão depressa e me alcançasses as barbatanas.
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5 comentários:
uau. mais um texto fantastico. eu adorei...porque realmente nos as vezes queremos mudar, lutar contra qualquer coisa, definir regras ou o que quer que seja... mas torna-se impossível as vezes, e outras vezes as coisas são imprevisiveis e nem nos estamos a espera. existe sempre a excepçao à regra.xx
Parece-me uma bela surpresa, ainda bem. :)
é mais ou menos como o meu roer das unhas. Sabemos que é feio...
Se cumpríssemos tudo o que dizemos a nós próprias..
E quando menos esperamos, apanham-nos.
E não é justo, por lutamos muito para chegar onde chegamos.
Tu és fantástica*
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