sábado, 12 de dezembro de 2009

passo a passo

um risco. um traço. um lápis que escorre. tinta que não sai. vagabundo rigor que quase perfura a folha limpa. branca, suave. um céu sem nuvens. nem uma só. e mais tarde chega o breu. os azulados escuros, os pretos negros. numa repulsa interminável de um suspiro asmático. que surge entre os soluços do choro, contínuo e sentido. dando inicio a escritura de um livro. grosso, muito rascunhado. transcrito do coração para a mão. melodia pequena. curta, mole, suave, desconhecida. tão simples. em tom baixo para não ferir. não faz ferida ou abrir antiga. ela solta-se fina. bocejando ajuda. em língua estrangeira. mundial. para que qualquer ouvido entenda. qualquer um auxilie, ou tenha tal iniciativa. um circulo este risco, este traço de lápis que solta tinta escorregadia. um ciclo contínuo como é uma vida. como são as vidas que nunca se sabem.

4 comentários:

N R disse...

A tua língua estrangeira chega aos meus ouvidos, podes contar sempre com eles. Em troca peço-te estes grandes textos cheios de emoção, e já me fico muito bem. :)

Anónimo disse...

Sia - Breath me (:
eu tambem acho que é lindaa!

. disse...

Muito fixe! adorei a escrita!

débora miriam disse...

bestial