sábado, 20 de fevereiro de 2010

mergulho.

Hoje renasceu em mim aquele antigo carinho por ti, como se tivesse saudades mas não as quisesse satisfazer. Lembrei-me de ti tanto tempo depois e isso quer dizer algo, vieram-me à memoria momentos nossos, do simples ao envolvente. Como flashbacks, o dia em que te conheci, a forma como te cumprimentei pela primeira vez - tão minha, bem o sei - como sorris-te para mim, a forma como mostras-te querer conhecer-me melhor, o cuidado que tiveste para não exagerares e ires depressa demais, o envolvente que foste com os gestos pequenos, chorei no dia em que te conheci e foste o primeiro a ir ter comigo - disseste-me que as meninas bonitas não deviam chorar - não segui a tua regra mas nunca mais a esqueci. Lembro-me dos teus olhos a guerrearem com o mar, em como parecia tua filha quando te abraçava no tronco, como me afastava um pouco saber que não era o teu "tipo de rapariga", mas o quanto que os teus amigos gostavam de mim, e com o conviveo dia após dia se tornaram meus também. Afinal ficou firme na minha memoria tanta coisa nossa que julguei ter partido juntamente com o calor do verão. Lembro-me da noite em que bebi demais e te liguei a dizer que gostava muito de ti e tu te ris-te, da minha figura claro, mas também houve ali uma ternura da tua parte. Lembro-me de tu me ligares também uma noite, quando estavas fora da nossa cidade só para saberes se estava bem e para dizeres - por outras palavras mais discretas - que tinhas saudades minhas. Lembro-me de te mexer no cabelo, de te tirar areia da cara, de andarmos os dois a rebolar pelas toalhas de toda a gente, de me molhares com a agua do mar, de quando conheces-te as minhas amigas, da tua timidez genuína mas também das frases que sei que dizias a tudo o que era rapariga. Não me lembro da última vez que nos envolvemos, sei somente que fizemos um intervalo demasiado grande. E os nossos corações estavam longe de serem um do outro para saberem esperar "tanto tempo". Lembro-me sim da ultima vez que tivemos juntos, não foi a muito tempo aliás. Uns quantos meses. Lembro-me do nosso adeus, lembro-me de dançar contigo e tu perguntares se aquilo era a despedida, e eu disse-te nostálgica que sim. Lembro-me de como te abracei tão forte e tu me enches-te de beijos. Lembro-me de me afastar de ti a querer chorar, tal como no dia em que te conheci, mas prendi-as e sorri-te, fui-me embora e a meio do caminho olhei para trás, tu não olhas-te. Sorri para mim mesma, lembro-me bem. Foi uma historia com inicio, meio e fim. A única na minha vida até agora.

7 comentários:

Anónimo disse...

Ah esses flashbacks...eles nunca partem. Por mais que tentemos ignorar - quando queremos ignorá-los- há sempre qualquer coisa, uma música, um som, uma palavra, uma imagem, um gesto, ou um silêncio que nos fazem voltar no tempo.
Faz parte de nós, temos que aprender a lidar com eles.

Está lindíssimo o post.
Lindo.
Beijinhos*

Maria Ana Castello-Branco disse...

O post está perfeito.

N R disse...

Tal como bem sabes, ele será sempre alguém na tua vida, mesmo que um dia coloques outra(s) pessoa(s) em lugares mais fundos do teu coração.

Ai Mafalda, nem sabes o quanto me apeteceia falar agora contigo. Estou bem - quer dizer, cá me aguento - mas agora deu-se finalmente o final por uma coisa que descobri. Pelo menos uma pausa prolongada. O final sem alguma vez ter havido princípio. :S
(Não tens de preocupar, a sério. Desculpa este pequeno desabafo, não consegui resistir. Apenas gostava de falar isto contigo. Beijo, e obrigado. *)

Inês Ferreira disse...

Gostei mesmo mesmo muito!

Anónimo disse...

adorei :')
às vezes as histórias de amor são apenas pequenos contos *

Anónimo disse...

Tenho novidades e saudades de saber de ti!
Beijinho, Diana

Soraia disse...

Tens um selo no meu blog :D

Beijinhos!