quarta-feira, 17 de março de 2010

Crónica "Utopia da vampiragem"

Desde sempre, e quando digo sempre, é mesmo desde há milhões e milhões de anos atrás, que se ouve histórias e lendas de vampiros. Mas o que é exactamente um vampiro? Uma criatura do sub-mundo, muito pálida e maléfica em que o seu único objectivo é sugar o sangue sem dó nem piedade do primeiro pescoço que lhe surja à frente? Não, isso era dantes. Ao que parece surgiu nestas novas gerações uma paixão e fascínio por estas criaturas que incansavelmente - segundo as dezenas de novelas e séries televisivas que têm passado ultimamente - se tentam tornar vegetarianas e tudo. Os novos vampiros não só se apaixonam loucamente por humanos - o que é completamente compreensível, eu também me posso apaixonar pelo pacote de batatas fritas que vou comer daqui a pouco – como se preocupam com a sua imagem e ainda frequentam escolas com a justificação de “não darem nas vistas”. E é aqui que a porca torce o rabo, e eu começo a desconfiar destes vampiros modernos. Então antigamente era raro vê-los, já que viviam em mansões escuras e assombradas, dormiam em caixões, tornando-se cinza se fossem atingidos por um mísero raio solar, e agora qualquer um se cruza com eles nos corredores e no próprio pátio da secundária sob um sol abrasador? Tudo isto me causa uma enorme dúvida existencial, porque quando eu era miúda – ou ainda mais miúda – não era muito normal eu e todos os meus amigos acharmos “giro” ver mortos na televisão. Ou sequer brincarmos aos mortos, comprarmos material escolar com pessoas mortas ou nós meninas sonharmos em um dia namorarmos com eles porque são lindos e têm olhos azuis. Tínhamos medo, não só porque faziam maldades ás criancinhas, mas também porque estavam… mortos. Mas isto é a minha mente antiquada a falar mais alto. Temos é que nos modernizar e acompanhar o evoluir dos tempos, com sorte daqui a uns quantos meses até façam uma série com fantasmas amigáveis ou bruxas com corpos esculturais.
Foi esta a crónica que apresentei hoje, e que me proporcionou o prazer de ouvir a minha professora de Português a dizer "Está mesmo muito boa... Mas eu também já estou habituada a que a Mafalda escreva bem."

3 comentários:

N R disse...

Ahah Esta crónica está muito divertida mesmo. :P
E estou contigo! Não consigo ver o interesse em vampiros, e principalmente em vampiros versão light. Não é que me assustem por aí além - como acontecia às miúdas de tempos já tão remotos - mas acho que há mesmo melhor coisas para ver e passar o tempo. Nem que seja com um pacote de batatas fritas. :P

E é claro que a tua professora diria tal coisa, a Mafalda escreve mesmo bem. :)

zir disse...

de acordo com a tua professora ;)

Unknown disse...

esta realmente boa :)*