terça-feira, 13 de julho de 2010

ruptura.

Eu não queria que as coisas se estivessem a desenrolar desta maneira. Eu não me queria ter afastado tanto do "meu" mundo. Não quero dar esta imagem de quem já não liga, de quem já não se importa se vocês estão bem. Eu em tempos condenava as pessoas como eu, aquelas que fazem o que eu agora faço. A distância é um pau de dois bicos. Ela pode ser inconsciente ou propositada. E eu ao início desculpei-me muito com a impossibilidade de tempo. Mas sei que no fundo, agora sei e vejo-o, o tempo que tenho e digo não ter. Não sei ao certo o porquê. As vezes sinto que é o melhor para mim. Porque cresci muito mais sozinha do que com alguém. Mas por outro, quando as coisas correrem mal, para que lado me viro? Um lado que ao longo do tempo vou apagando. Com as minhas próprias mãos. Com os dedos que garanti sempre entrelaçados aos vossos. Ao início ficava triste por não me conseguir organizar, agora fico por ser organizada e mesmo assim parecer que não quero preencher as minhas planícies brancas. É como andar sobre pregos, dizer que dói, e mesmo assim preferir fazê-lo a sair e caminhar sobre a calçada. É ridículo. E magoa ter noção disso. Ter noção que conquistei algo e agora não lhe ligar mais. Não é que tenha sido uma luta. Sabem o quanto natural sou, o quanto prefiro e gosto de escutar. E há essa confiança, mas eu nem a mando embora nem lhe digo para ficar. Evito-a. Faço mil planos para não me encarar com ela, com vocês. Um porquê exacto não sei. Uma razão concreta não sei. Sei somente, com todas as certezas do mundo, que não sou insubstituível. É estranho, porque eu nunca tinha pensado no assunto. Deixei que a vida mo demonstrasse. E foi o que aconteceu. Ou neste caso, o que provoquei.

4 comentários:

AndreiaVarela disse...

Eu sei bem o que isso é, acredita.

JL disse...

adorei, a serio

joana disse...

«Sei somente, com todas as certezas do mundo, que não sou insubstituível. É estranho, porque eu nunca tinha pensado no assunto. Deixei que a vida mo demonstrasse. E foi o que aconteceu. Ou neste caso, o que provoquei.»
como eu compreendo tão bem estas palavras..

N R disse...

Neste momento também ando a passar por uma ruptura que practicamente sou eu próprio a provocá-la e também me sinto um pouco mal por ela, não me parece que isto seja bem fugir, até me sinto um pouco mais sereno como se como dizes neste texto esta ausência também desse para crescer, talvez por libertar um espaço que é agora ocupado de outra forma, não sei bem, mas tal como tu o risco principal e a única coisa de negativo que vejo seriamente daqui é desligar-me um pouco de algumas pessoas, tenho mais esse medo do que até perder algo de mim. Desejo que esse receio nunca aconteça.
Força Mafalda.