domingo, 8 de agosto de 2010

- 1 letter to your best friend


Querido melhor amigo,
é curioso este "rotulo" o de
o melhor amigo
de todos os amigos que temos. É também um lugar injusto, porque tantas vezes é difícil destacar alguém a esse ponto, amando nós de maneiras tão diferentes cada um dos membros do nosso circulo de amigos. Mas decidir a quem escrever esta carta foi-me fácil. Ainda que nunca nos tenhamos chamado um ao outro de melhor amigo, curiosamente sabemo-lo tão bem que o somos. Eu cresci contigo. Melhor, eu nasci contigo. As nossas mães eram amigas, engravidaram na mesma altura, e na hora de dar a luz eu nasci primeiro - como não poderia deixar de ser, ou não seria um apetite meu em miúda fazer tudo primeiro que tu - e uma semaninha depois, nasces-te tu. Portanto conheço-te desde sempre, e é esta uma frase tão dita mas que tão poucos a podem realmente utilizar. Nós podemos.
Temos uma relação curiosa, somos como irmãos. Não de sangue, de afecto e vivência. E por isso mesmo, como dois autênticos irmãos, não somos de contacto físico um com o outro. Eu não me lembro da última vez que te dei um beijinho na cara, muito menos um abraço. Mas sabes, isso não importa nada, e tu decerto concordarás comigo. É como se tivéssemos saltado essa fase, a necessidade de carinho para aguentar uma relação. Nós somos amigos, mesmo que um dia um de nós parta e nunca mais nos abracemos. Crescemos juntos, em todo o sentido das duas palavras. Em miúdos passávamos férias juntos, e aos nossos 4/5 anos vieste morar para o meu prédio. Primeiro andar, eu esquerdo e tu direito.
O que é também irónico nisto, é saber que mesmo assim, morando um ao lado do outro, que tu nunca lerás esta carta. Porque de longe desconfias que tenho um blog, ou conheces o meu lado mais melodramático e apaixonado. Conheces sim e acho que melhor que ninguém o meu sentido de humor, que é tão parecido ao teu. Os nossos gostos & as nossas cusquices, e toda uma extensa lista por aí adiante que não vale a pena depositar aqui. Ás vezes parece que quanto mais convivemos com as pessoas, mais temos para descobrir, não é?
Até daqui apouco,
Mafalda Luísa*
*não é o meu nome real, era o que ele me chamava quando eramos crianças.

3 comentários:

Margarida disse...

podia ser eu a escrever uma carta assim, para um irmão assim. mas não vou fazer, portanto.. obrigada : )

nikki disse...

yeah, já voltaste de férias :')
já estava com saudades das tuas palavritas mágicas.
beijinhoooos *

N R disse...

Acho que essa descrição que fazes desse teu amigo parece-me ser mesmo de melhor amigo, o que dizes especialmente no segundo paragráfo acho que tem tudo o que deve ser uma relação desse genéro, o natural que é e como assim funciona tão bem.