quarta-feira, 1 de setembro de 2010

amor também é... amizade.

Senti o meu coração parar repentinamente, e em seguida quebrar-se em mil pedaços. O meu corpo fraquejou e senti-me desmoronar como a acrópole em Atenas um dia ruiu. Ele amparou-me a queda, erguendo-me com força pelos braços, que mais tarde vim a descobrir uma nódoa negra em cada um deles. Olhou-me nos olhos, numa mista de preocupação e revolta. Gritou o meu nome, e as lágrimas sem medo do olhar dele deslizaram-me pela cara como se fosse a ultima vez que teriam oportunidade de o fazer. Voltei a sentir força nos pés e assim equilibrar-me e soltar-me dos seus braços firmes. Os dentes dele estavam cerrados, e olhava sistematicamente para o local e para a pessoa que me tinha provocado aquela reacção. Abraçou-me, com o coração a transbordar de compaixão e apertos de inutilidade. Não sabia o que fazer. E isso deixava-o doente, ainda mais sendo eu o assunto. Então olhou-me nos olhos à procura de respostas, mas eu via tudo embaciado devido ao tremor do choro que expelia. Os meus lábios tremiam, como tremem tantas vezes no Inverno. Mas agora era do nervosismo e da angústia. Eu não estava preparada para encontrar novamente determinada pessoa, e a tristeza e a desilusão foram maiores que a boa disposição com que estava até à altura. Agarrou-me o rosto que cambaleava com as mãos, e enquanto me limpava as lágrimas intermináveis tentou acalmar-me. Disse que por vezes as pessoas têm que fazer escolhas. Ainda que nós muitas vezes não entendêssemos essas necessidades, mas a verdade é que elas existem e são realmente feitas. Exigiu-me que fosse forte, que aceitasse que o tempo não voltava atrás, e que as pessoas que realmente nos amam nunca nos abandonam. Que tudo pode ter sido maravilhoso num dia, mas no dia a seguir a escuridão pode muito bem invadir relações e provocar um fim. Gritou-me que eu não me sentisse culpada, que eu não podia fazer nada quando aquela pessoa decidiu mudar de vida, e infelizmente, não me incluir nela. Abraçou-me, e eu consegui finalmente regular a respiração e parar de chorar. Mas o meu coração ainda estava partido, e ainda hoje está. E eu sabia isso, já naquela altura, tal como ele. Beijou-me ao de leve nos lábios e os olhos dele ficaram inconscientemente húmidos. Odeia ver-me chorar, ainda mais quando acontece porque alguém me magoou. Afastou-se de mim e finalizou. Disse-me que me amava e que eu tinha de ser corajosa e aguentar tudo isto, ultrapassar a situação de cabeça erguida. Apagar as saudades e desistir. Porque nada iria voltar a ser como antes, por mais que eu o desejasse com todas as minhas forças...

2 comentários:

Joana disse...

gostei :')

JL disse...

está lindo mafalda :o