segunda-feira, 15 de agosto de 2011

és (um) estranho.

Cheiraste-me a estranho - tal como tantas vezes já me cheiraste. O teu odor já não me é familiar, do teu perfume desconheço a marca, e muito menos coabita ainda o meu sabor no teu palato. É estranho ver-te sequer, quanto mais falar contigo. Ainda bem que a sociedade moderna nos tornou surdos e não te oiço mais. Seria o meu fim, o fim desta estrutura de penas que coloquei em meu redor. Elas voam ao sabor da tua voz - que julgo já não ser capaz de reconhecer. Antes eras música para mim, um violino para Mozart, uma saudação para a velha solitária. Agora não sei o que és senão fragmentos de acordes rigorosos com um cheiro que desconheço e que ainda não tenho certeza se quero descobrir.

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