É o amor dos outros que nos consome, viril e espesso como sangue derramado... E nem sempre é isso justo ou uma coisa boa. A vida ensinou-me, da forma mais difícil, que viver com o amor do outro é uma responsabilidade demasiado grande - um crucifixo que carregamos às costas para todo o lado, a vida inteira. E que, quer queiramos quer não, somos responsáveis pelo bom e o mau que isso acarreta. Porque é a nossa língua que engrossa quando dizemos o que magoa esse amor, as nossas mãos que se contorcem com os gestos errados mas é o coração do outro que rebenta em mil gotas de oceano.
Apaixonarmos-nos é fácil, e eu que achava que amar também o era, descobri que para alguns não é tanto assim. Nós achamos que sabemos o que é o amor, até começarmos a ler os romances dos livros. E é aí que tudo se confunde, porque aquilo que achávamos impossível de ser mais profundo, afinal nem a meio gás vai. Afinal até que ponto é que não se consegue amar mais? Onde está a linha tenuemente fina que separa o amor-sufoco do amor-saudável? Quão cheio está o nosso coração quando se começa a perder a sede um do outro?
Mas é também o amor do outro por nós, uma dádiva que até hoje ainda não consegui medir a grandiosidade. Um presente daqueles impagáveis, uma honra da qual nós nem nos apercebemos que com esse amor, é-nos entregue uma parte da pessoa que ela nunca mais vai recuperar. E por isso quão ingratos somos nós ao estragarmos esse amor? Quanto de nós é egoísmo e quanto é medo dessa responsabilidade...?
É impossível dizer o quanto anseio que o universo seja justo, e nos dê outras novas vidas e encarnações para podermos amar mais e saber cuidar ainda melhor dos corações que nos são entregues. Eu falhei nesta, e isso é algo que nunca mais se recupera. Cuidem bem dos vossos amores, não vá o universo ser mesmo injusto e só nos dar uma vida.
Estás feliz com quem possui o teu coração?
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Praia não é sexy.
Na praia ninguém é sexy. Principalmente nós, as moças. Pois nós podemos ir com o melhor dos vestidos ou até com aquele chapéu maravilhoso, que quando chega a dita hora de apanhar sol tudo muda de figura. Porque lá estámos nós: descabeladas, sem um acessório ou maquiagem que nos salve o (pequeno) outfit. Até os oculos que nos tapam as olheiras da noite anterior temos de os tirar para não ficarmos com duas bolas gigantes em volta dos olhos por causa do sol. E há ainda o famoso baixar das alças do bikini, para evitar as marcas quando começamos a ficar bronzeadas, mas que apenas resulta num peito ligeiramente, ou muito, descaido - mas sempre descaido, nada a fazer. Enquanto isto a nossa pele ainda brilha, não glamorosamente como nas capas de revistas, mas como se tivessemos sido mergulhadas numa piscina de banha - e aí a areia cola-se-nos às pernas, às mãos, à embalagem de protetor solar, enfim...
Depois, há ainda, como se nada disto bastasse, a ida à água. Com as conxinhas da beira a furar-nos os calcanhares, que nos fazem andar todas tortas, ou a rebentação das ondas que nos mete areia em TODO o lado (sim, exactamente aí, e muita). Mas a custo nós lá entramos, e chocalhamos nas ondas ficando ainda mais descabeladas, ou nadamos graciosamente quanto levamos com os salpicos do miúdo irritante ao nosso lado e, consequentemente, nos entope os ouvidos. Aí saimos da água, numa tentativa de andar sexy, mas na verdade vamos aos saltos porcausa das conxinhas que nos furam os pés e com sorte com uma mama de fora, porque nos esqueçemos de puxar as malditas alças do bikini para cima.
Pois, na praia ninguém é sexy.
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