segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lembranças, aquelas passadas.

Momento destemido este, em que me encontro agarrada ás memorias anteriormente vividas. Agarrada a elas com cordas espessas de vastas ervas com espinhos e os meus olhos fechados devido a pressão da fita que lhes tira a visão. A minha boca é impedida de respirar, de se exprimir, de gritar ! Envolvida num pano sedoso mas sufocante, que me magoa então os lábios, provocando feridas impossíveis de disfarçar mais tarde. Os meus braços, reles marionetas no meio daquelas correntes de ferro tão pesadas, livres apenas estão as minhas pernas, que me permitem caminhar lentamente sem direcção alguma, apenas voltas que dou sem sentido... Com dificuldade as minhas lágrimas surgem escorregando pela cara gelada, atravessando as fitas, as correntes, os espinhos, as cordas. Atingindo a liberdade que jamais tivera.
20.Maio.2007

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