13.Outubro.2007
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Passos inconscientes
Passeava pela rua, no meio de passos inconscientes, sem direcção alguma. Queria só estar sozinha, eu e o meu mundo! Naquele frio estranho de uma manha de Inverno, com o sol a bater na cara. Andava por andar, olhava as ruas, as pessoas, as pedras da calçada! Levava um caderno debaixo do braço, como tantas outras vezes o fiz. A capa estava já com as pontas amolgadas, do uso, era impossível adivinhar as inúmeras vezes que já lhe tinha pegado. Sentei-me num banco de jardim, numa praceta sem nome, coloquei o caderno no meu colo e olhei o rio há minha frente. Sorri, apertei os botões do casaco de lã fina bege. Agora sim, sentia-me bem! Tinha uma paisagem bonita há minha frente, o meu caderno ao colo para escrever o que quisesse, e estava aconchegada com o sol de inverno a bater-me na cara. Mas o melhor de tudo, é que na minha mente estava em branco! Em nada pensava, para não me sentir nem feliz, nem triste. Olhei uma estátua do lado direito da grade que dividia o rio de mim, era um homem velho, que pela pose e pelo nome deveria ter sido algum politico importante há uma data de anos atrás. Pensei em como as pessoas enquanto vivas são desvalorizadas, e depois de mortas tão acarinhadas .. Abri o caderno, tirei o meu lápis novo do bolso e escrevi na primeira linha: "Não seremos todos tão importantes, a ponto de merecer uma estátua?".
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