sábado, 18 de outubro de 2008

about me.

Escuta-me bem, aqui nada ensinas apenas aprendes. A vida as vezes foge-me escorregando-me por entre os dedos, e o tempo não parou e murchou tudo. Vou seguir, como sempre fiz. Horas bem, horas mal. A rotina é algo difícil de mudar, está podre e já não insiste mais na acção recusando-se a abrir as cortinas ao palco. Aprendi a não esperar que o sol nasce todos os dias, ele também tem direito à sua solidão, a chorar de noite enquanto a lua recebe os aplausos. Por vezes obrigada a tomar grandes decisões, algumas que os outros não compreendem. Mas é melhor assim ! Vou deixar-me ficar assim, sabendo que nunca ninguém me conhecerá realmente... Não é complicação, é resistência. E no fundo: impossível. Ninguém precisa de saber a real razão porque eu sou eu. Penso o que não faço, faço o que sinto e outras vezes nem isso. É instabilidade, é insegurança, não faz mal, que seja. Já não importa, sabes. Porque em tempos fui um caso perdido, mas acidentalmente deixei uma ponta da folha de papel de fora, e alguém pegou nela. E fez-me acreditar que afinal eu ainda não aprendi tudo. Mas que para aprender é preciso admitir-mos a nós próprios que precisamos que quem sabe mais nos dê a mão e que após sabermos ainda mais, não receberemos um sorriso por isso. Posso saber pouco então, mas sei o mais importante. Que é ao avisarmos os outros do perigo que estes mais depressa iram provoca-lo. Não para embirrar, apenas porque o sentido do risco e descoberta é o que move cada um de nós, queremos sempre arriscar ao máximo para ver o que vira depois e depois. Afinal "O fruto proibido é o mais apetecido", mas os impulsos também têm de ser controlados nem que seja para evitar uma lágrima confusa. A ausência repentina começasse a tornar algo comum para mim. Não um caso, não dois, alguns isso sim. Quem hoje está amanha já não estará! Mas enfim, o corpo habitua-se e consequente a isso a cabeça também. As vezes as saudades dos velhos tempos vem ao de cima, penso que seja normal, é sinal que afinal algo naquela altura foi boa e nos marcou. certo? Não sou a mesma de há um ano, de há 5 meses, mas sou a mesma de ontem. Porque do dia para noite muita coisa muda. Mas o coração não deixa de bater, e a ausência não se transforma num tormento. Pode fazer um intervalo grande, quase insuportável, mas não eternamente. Não me vou queixar da minha vida, sofra ou seja feliz, tenho a vida que eu própria provoquei. Os outros influenciam, mas na hora da decisão a escolha é só minha. As duvidas e os medos sempre foram e serão os principais obstáculos, mas agora assustam-me menos porque eu sei que todos nós os temos! O receio pode provocar um atraso no trabalho, mas no fim o vestido vai estar acabado. E "mais vale devagar e bem do que depressa e mal". A tristeza é o mais terrível, mas quem se habitua habitua. Defendo a ideia de que nos podemos habituarmos-nos a qualquer situação, e mais facilmente se for a única coisa que vimos pela vida fora. Não falo por mim, nem deixo de falar. Porque quem diz o que quer esconder, ouve o que não quer.

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