quarta-feira, 1 de outubro de 2008

mas ...

Não lhe disse tudo o que queria, não fui capaz. Nem sequer usei as palavras certas, mas despedi-me. Na verdade, nada disse, o meu coração doía tanto, o meu corpo tremia, e a voz não saía. Dei-lhe um beijo a pressa e corri para a porta... Mas não, eu não podia ser tão fraca ao ponto de me despedir dele assim, de forma rápida e indiferente. Olhei para trás e devagar fui até ele, e abracei-o. Tão forte, tão doce. O nosso corpo foi um só, como já fora tantas outras vezes... mas agora era diferente, la no fundo eu sabia que seria a ultima vez. Ficamos ali os dois durante tanto tempo... Mas não o tempo suficiente para a minha dor passar. Afastei-me e disse-te « adeus » e tu nada disseste. Saí pela porta com rapidez, não olhei para trás porque não queria chorar a tua frente! Entrei no carro e sentada olhei-me no retrovisor .. estava tão pálida, assustada, tão acabada. Olhei para a porta de tua casa pelo canto do olho, estavas lá a olhar para o meu carro. Meti a chave e não contive as lágrimas, liguei o carro e arranquei. Agora estou em casa, a gritar do desespero batendo na porta com as mãos já doridas. Mas tu não estás. Provavelmente estas a passear talvez até com um sorriso nos lábios de consciência tranquila, a pensar em como és feliz agora.
3.Dezembro.2007

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