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Os experientes destas andanças encontram-se a vista de qualquer um, pedir esmola, pedinchar amigavelmente aos empregados dum café na natural busca de alimento por mais raquítico que seja. É como um género de profissão, um habito adquirido que jamais possível será esquece-lo. Contudo, e embora os rabugentos ou loucos, a sujidade da falta de lavagem no corpo, não chega ao coração. São mendigos, pobres, mas muito mais que nós sabem. E sortudo seria aquele, de tamanha maravilha que recebia, que o escutasse. Soaria como uma canção profunda, sentindo-se criança outra vez de tão pouco desse mundo fora conhecer.
2 comentários:
eles sim, conhecem o mundo nu e cru que os outros, todos os outros, gostam de enfeitar.
gostei (:
"E sortudo seria aquele, de tamanha maravilha que recebia, que o escutasse. Soaria como uma canção profunda, sentindo-se criança outra vez de tão pouco desse mundo fora conhecer."
Foi a parte que mais gostei. Tão bem terminado este pedaço de tudo! Reamente a pobreza enche-nos o tempo. O facto de não termos nada leva-nos à tentativa de nos abstrairmos com alguma coisa. E atento é o olhar de quem nada tem para fazer, e boa é a sabedoria daquele que tem tempo para pensá-la. Gostei, magnifico.
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