domingo, 19 de setembro de 2010

hoje é o dia.

O espanta-espíritos tilintou ao soar da brisa matinal. Acorda-me. Ao início resmungo baixinho, e luto por abrir os olhos que parecem colar, e com a visão ainda turva esforço-me para focar o melhor possível o meu espanta-espíritos pendurado na janela escancarada. Esboço um sorriso. É arroxeado e com laivos de branco pérola. Tem formas em meias luas e estranhas estrelas. Disformes e trabalhadas com a perícia a que as maquinas – na minha opinião - não são capazes, só as mãos humanas. Daquelas rugosas e ásperas – as mãos trabalhadoras. Tinha chegado o dia. Não importavam as horas, nem sequer metera despertador antes de adormecer ontem à noite. Sabia que o meu cérebro despertaria automaticamente cedo, tal é a minha ânsia a balbuciar-me sangue nas veias. Eram precisamente seis minutos para as oito da manhã. Teria tempo para tomar banho, perder alguns momentos no meu entulho de roupa disperso pelo roupeiro e ainda, com sorte, tomar o pequeno-almoço. Ainda que goste da calma sou uma rapariga despachada. E hoje faria de tudo para ir o mais rápido possível para a estação de comboios e apanhar o primeiro comboio que aparecesse com direcção ao meu destino de eleição. O grande Porto, e aí sim puder contrabalançar esta minha pressa natural com a paz com que me inundas o coração todos os Verões.

2 comentários:

joanaa ' disse...

Como eu te entendo.. Este verão foi um desassossego. Sempre que ela estava para chegar, eu acordava sempre primeiro que o despertador e despachava-me em cinco minutos e depois fica mal disposta, de tão ansiosa e nervosa que estava. E quando era para ir para o Porto, a situação era idêntica.. É terrível, só me apetecia vomitar! -.-

Gostei das palavras <3

A. disse...

gostei muito!