Sinto um vazio quando não estás. Quando partes para longe e me deixas cá, sozinho, de coração saudoso nas mãos e o meu mundo parece cair. Corrói, do interior para o exterior, apodrecendo, desfazendo-se em granulado tamanha é a sua tristeza. Eu já nem me lembro de mim quando tu não existias na minha vida... E pergunto-me tantas vezes: Será que a tinha? Será que saberia realmente o que era viver antes de acordar todos os dias e imaginar o sorriso maravilhoso que tens? Eu antes simplesmente acordava. Vestia-me bem porque ás vezes sentia que a única coisa que tinha era a imagem, e tudo o que conseguia com ela. Eu não mostrava, nunca, aquilo que era por dentro. Do que era feito, independentemente se fosse de ferro ou manteiga. Eu caminhava com certezas dos meus passos, mas sem uma motivação real para isso. Sentia-me um ser no mundo. E agora, contigo, sinto que o mundo é o meu ser. Porque me mostraste a grandiosidade das coisas, o quão fantásticas e bonitas podem ser se soubermos prestar atenção. Em como a simplicidade pode conter mil surpresas e nos apaixonarmos realmente por ela. Mostraste-me que há mais para além do amor à carne, a um corpo nos nossos braços. Em como aceitar um corpo de alguém como parte do nosso. Como dois num só, e amar isso até caírem lágrimas de gratidão. E é por isso que dói quando vais, mesmo que por instantes, e eu fico à espera sentado no banco. Já não me importa se não sei viver sem ti, porque na verdade não quero nunca mais saber o que isso é. Viver sem acordar de manhã e saber que verei mais uma vez - e sem me cansar - esse sorriso maravilhoso...
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
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