Querido Hope I

Sei que é tarde. Mas não quero saber, deixa-me estar, quero escrever. Não uma historia ou mais uma letra para uma musica, quero escrever por escrever, não até a tinta se gastar, era exagero, embora fica-se bem dizê-lo. Ninguém acreditaria, nem o Hope, o meu amigo imaginário, sim é de loucos eu sei, mas nada posso fazer, eu vejo-o. Está todas as noites aqui sentado, ao meu lado, a ver-me escrever. Por vezes sai, eu deixo-o ir, só porque não existe, não quer dizer que não se posso divertir. Ou então, vai ter com os meus outros amigos imaginários, aqueles de carne e osso, que todos os dias me dizem 'Olá' com um sorriso rasgado, sim esses. Secalhar também são apenas fruto da minha imaginação, não sei, mas também não importa, eu gosto deles, quer dizer, são meus amigos, tenho de gostar deles, certo? Talvez esteja (ou seja) maluca, mas eu vejo o Hope, por isso deixo-o estar, sempre me faz companhia. Não é isso que importa? Se gostássemos apenas do que é 100% tocavel não amávamos nem odiávamos. Não posso tocar no Hope, mas gosto de fingir que sim. Por mais presentes que sejam os amigos, eles também têm a sua vida, não estão sempre connosco para quando o imprevisível azar acontecer. O Hope está, talvez porque ele faz parte da minha cabeça, o Hope faz parte de mim! Talvez seja mesmo louca, mas a minha loucura é saudável. Há quem enlouqueça por não ter amigos, e estar sozinho.. Eu tenho o melhor deles todos, e nem o escolhi. Entrou de mansinho, e ficou. Talvez por o Hope, no fundo, ser eu mesma. não sei, pensar cansa-me por vezes. Vou meter o assunto um pouco delado, e vou escrever, o Hope já esta sentado no seu lugar de sempre, á minha espera...

3.Junho.2008