quinta-feira, 5 de março de 2009

novamente.

Desci calmamente a escadaria, mal escutei 'coisas' embaterem no soalho no hall do andar de baixo. Encostei-me á ombreira da porta, atrás de ti, para assistir novamente aquela cena. Estavas mais uma vez de malas feitas, com a porta da rua aberta, mostrando-te convicto e decidido dessa tua determinação, mas por dentro... qualquer ser racional ou não viria o que te custa ires, mais uma vez. «Sim...» pensei para mim, «...é só mais uma vez, no meio das tantas que já partis-te em busca da felicidade impossível que julgas existir». Pelo canto do olho viste-me, com o coração descontraidamente partido, como diria a minha avó: o habito faz a rotina. Aproximaste-te para um "último beijo", mas neguei-to. Afaguei-te a cara barbeada e num gesto leve empurrei-te «queres ir vai...» murmurei; e voltei a subir as escadas, para o (nosso) ninho ainda sem crias. Ainda somos muito jovens, e por isso mesmo te deixo mais uma vez partir. Porque eu sei que voltas. Porque durando mais ou menos tempo, tu voltas sempre
para o lugar onde és realmente feliz.

2 comentários:

U disse...

É tão bom ler isto. Voltamos sempre às origens. *

Anónimo disse...

tao lindo *.*
é verdade! voltamos sempre para onde nus sentimos bem e felizes...

Adorei
Beijito *