segunda-feira, 21 de setembro de 2009

detalhes da tua ausência XII. - Nem tudo o vento leva

Ainda que sem efeito, ainda que uma canção muda e uma visão nula, repito novamente, sem efeitos ou indirectas: não consigo viver sem ti. Tenho um sentimento por ti daqueles do caralho. Amo-te como um verdadeiro amor, como um mestre, como um filho do peito, como um amigo de uma vida inteira. Passou um ano, hoje, dia vinte e um de Setembro, um ano que fugi. Mas escuta ainda assim, que ficar sem ti é perder parte de mim. Habituei-me a ti de uma maneira estúpida e decadente, ao ponto de ser fascinada por ti e pelo complicado que és. Ouve-me, admiro-te mais que qualquer ser. Odeio muita coisa em ti, choro quase todos os dias por ti, pela tua ausência e pela dor que me fazes sentir ao magoar-me tanto. Só que por ironia, nada disso tem valor perto do quanto sinto por ti - não por todo o bem que me fizeste - mas pelo que eu te fiz e faço, e também por aquilo que és. Não sei se é mais correcto dizer-te obrigada se pedir-te desculpa. Como tão certo sabes, fiz ambas e volta e meia caímos no mesmo buraco. Não tenho trunfos na manga, como te disse anteontem, só necessidade de que o saibas. Peço-te sempre que sejas feliz, e com isto esqueço-me o quanto te magoou. Repito: para mim és perfeito, e ver-te agir mal desilude-me tanto. No fundo, esqueço-me que não o és, que ninguém o é. Nem tão perto disso eu sou, como me afirmas tantas vezes. Lembro-me deste dia á um ano atrás como se fosse ontem. As coisas más nunca se esquecem, é verdade. Mas mais que as más, as mais fantásticas também não. Por isso o meu peito descansa a mente, pois sabem que nunca sairás do interior de nenhum deles.
Nem tudo o vento leva. Ainda que o teu vento me leve a mim para longe perdida, tu serás sempre a folha preferida da minha árvore.

3 comentários:

N R disse...

O que sentes por esta pessoa é incrível, é algo tão puro e enorme. Mesmo com tudo o que se passou, mesmo com um ano em cima em que o vês regularmente, só lhe consegues desejar o melhor. Admiro a tua força. A lucidez das tuas decisões, por muito que te façam sofrer. Temos mesmo de ser como o mar: por vezes suaves, outras revoltos. Sem nunca esquecer a nossa natureza, como tu bem o sabes. Será sempre a tua folha favorita, com toda a justiça.

E quanto ao teu aviso, não há problema, é mesmo isso que quero. E aviso-te desde já, só para clarificar qualquer mal entendido, que sou muito mais chato do que tu. È impossível alguém ser pior do que eu nesse campo. :)

Mara disse...

Já me aconteceu isto muitas vezes. Esta é só mais uma. Quero escolher uma frase, uma palavra, um definição do teu texto que mais se pareça comigo e chego ao fim, de "mãos vazias" de tão cheias. Tudo se enquadra comigo, tudo sinto comigo, e não seria justo escolher uma parte. Eu sou esse todo que escreves. Tal como ele.

beijinho Mafalda*
adoro tudo o que escreves

Afonso Arribança disse...

Adorei este texto.

"Nem tudo o vento leva. Ainda que o teu vento me leve a mim para longe perdida, tu serás sempre a folha preferida da minha árvore."

Amorosa a frase :)
Beijinho*