terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

brick by boring brick.

Durante tempos viveu num conto de fadas - um lugar demasiado longe para o encontrarmos - esqueçeu até o sabor e o cheiro das coisas do mundo que deixou para trás. Porque houve um dia em que a encontrou a chorar no chão sujo. O príncipe veio finalmente salva-la, pensou, e o resto é façil de imaginar. Mas o real é que era tudo uma armadilha e o relógio bateu a meia-noite.
Por isso garante a construção do teu abrigo, tijolo por tijolo, ou um dia talvez um lobo a mande abaixo com um simples sopro. Mantém os pés no chão quando a tua cabeça está nas nuvens. Tu construis-te um mundo mágico porque a vida real te é trágica. Mas o que não é real não podes segurar com as duas mãos, não podes realmente senti-lo com o coração. Porque no fundo nada é mais que imaginação. E a verdade poderás vê-la sempre (até mesmo no escuro ela está lá). E é nesse mundo que eu quero viver. Pega na tua pá e juntas cavaremos um buraco profundo para enterrarmos juntas o castelo de fantasia. Ainda que te ampare, não te podes refugir mais nas ilusões.

6 comentários:

N R disse...

Podes ter dado um pé em falso, mas acredito que apesar de tudo conseguirás sair de lá e montar de novo esse muro, não só por tijolos. Pois esse muro é quase inevitável, não podes simplesmente deixar de o criar pois ele vem muito do que vês, e isso não é apenas imaginação, a realidade não é só o que é palpável. Não se pode viver dentro duma casa sem janelas para libertar qualquer curiosidade ou impulso, sem entradas de ar para respirar, sem portas para ir buscar o que for necessário, para ver fora desses muros o que pode ainda tornar mais forte esse mundo imaginário. È um desafio enorme, que procura harmonia, e precisa de lucidez. E a imaginação, ou a idealização, também é uma forma de ver, que aparece não só de forma inconsciente, e que complementa a forma de ver, e a torna mais real, completa, verdadeira. Acreditar nisso de forma crua é como uma forma de prisão, uma venda para os olhos, e tentar tornar a vida não só trágica como também uma espécie de ilusão.
Tenta levantar-te dessa queda - sem a esquecer e aprender com ela, ao ver o sítio onde caíste dás um passo atrás e tomas cuidado - mas não podes arrancar uma parte de ti. Acho que não és capaz de deixar de lado todo esse mundo que entra em ti a todo o momento, muitas vezes de forma inconsciente, e que é tão teu. Espero que consigas manter a imaginação e a fantasia, e acima de tudo o que tens agora e que é mesmo a tua prioridade e o que mais amas, mas se arrancares partes tuas serás outra pessoa, e aquilo que vês, fazes, sentes agora passará a ser diferente, e isso também é perigoso.

Desculpa o texto tão grande, mas só o fiz porque ao ler este texto pareces estar mesmo confusa, e não quero que o desespero te vença. Força Mafalda, faz o que achares mais certo. Em última análise garante a construção do teu abrigo, pois precisas dele e amas esse abrigo, mas espero que não cortes friamente uma grande parte tua. Eu acredito que vais superar tudo isto, pois sei como és, já vi a tua força. Desculpa se te deixei mais confuso, e se falei do que não sei, mas escrevi isto para te tentar ajudar, e sabes que podes contar sempre comigo. Beijo. *

vânia disse...

PER-FEI-TO!

Unknown disse...

este texto deixou me sem palvras.
Força, depois das quedas à que levantar a cabeça e seguir ;)*

Anónimo disse...

www.weareoutofstock.blogspot.com

Margarida disse...

deixa uma flor do jardim do castelo de fora do buraco. só para as cheirarmos de vez em quando. tambem dá força, sabes?

pequena amadora ^^ disse...

os contos de fadas so tem trazido problemas.
a realidade (como referist) esta sempre a frent dos nossos olhos esta escuro ou nao...
nos e qe muitas vezes, inconscientement achams qe coisas de contos de fadas podem acontecer na realidade...
a inocencia tem tanta ilusao =X

lindo miuda ^^
bju @@@