domingo, 28 de fevereiro de 2010
never knew i needed.
Pela maneira como tu mudas-te os meus planos, por seres a minha distracção mais perfeita, pela tua forma única de veres que eu agora tenho tudo o que sempre quis ter, que o que me faltava eras realmente tu. E tinhas razão. Para isto começar algo teve que acabar, bem sei. Mas espero que tudo valha a pena agora que o passo está dado. Pela forma como tu és, algo que eu nunca escolheria para mim, mas ao mesmo tempo, és a ultima coisa que quero perder. Tu és a melhor coisa que um homem pode ter, e eu cego sem perceber que é alguém como tu que eu mais precisava na minha vida. E agora que tudo é uma realidade, quero-te sempre do meu lado. A minha felicidade sempre foi acidental, sempre me caiu nas mãos uma chave que abriria a porta certa para me fazer feliz. Mas nunca nada se comparou com nós agora. Pela forma como tu me abraças e me confortas com esse teu sorriso. Tenho que confessar, e já tu o sabes, que nunca suspeitei ter uma personagem como tu no meu livro. Mas agora abro-o e encontro-te no inicio ao fim de cada capitulo. Gostava que soubesses que eu estarei sempre aqui, tão inesperadamente, tão inegavelmente feliz... E dizer-te-ei sempre, contigo bem junta a mim, que és tu a minha menina. A melhor coisa do mundo, e eu nem sabia que precisava tanto de ti.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
s.o.s note:
Depois de organizar uma festa de lançamento de um novo produto como Relações Públicas, agora está na altura dos Media. Preciso de temas para a minha Crónica Jornalistica que tenho de entregar daqui a duas semanas. O tema da cronica tem que ser fictício, ou seja, não posso falar de um tema da actualidade. Preciso de uma noticia/tema inventado e, a partir daí, farei a minha crónica. Agradeço as ajudas!
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
good night.
Ela fez-lhe beicinho. Ele franziu a sobrancelha com um pequeno sorriso «tenho mesmo que acabar isto, gatinha, desculpa.», deu meia volta e sentou-se abruptamente na cadeira vermelha da secretária. Ela estava descalça, por isso andava em pontinhas-dos-pés pelo quarto por causa do frio. «porque é que não te calças?», «pintei as unhas.» e sorriu, um sorriso largo, como se tivesse sido a primeira vez que as pintava. Aproximou-se da secretária, e num pulo sentou-se mesmo ao lado do teclado do computador. A camisa era curta, pouco das pernas lhe cobria. Olhou para o ecrã, só via letras e muitos números. Torceu o nariz. «que seca...» - pensou. Depois olhou-o fixamente, e por momentos teve a impressão de que ele nem tivera notado que ela ali estava. Tinha o noivo perdido na luz forte do monitor, sussurrando baixinho aquilo que lia. Fez-lhe uma careta. Ele nada. Inspirou, expirou, mordeu o próprio lábio. Deu-lhe uma palmadita na testa. Ele saltou com o susto, levou as mãos ao peito e olhou-a de olhos muito abertos sem dizer nada. «vou p'ra cama, não te demores.» sorriu-lhe, como sempre, mordeu-lhe o lábio. Elevou e esticou a perna, apoiando-a no ombro dele e observou atentamente os pés. Já estava seco o verniz. Noutro pulo saiu da secretaria e correu p'ra cama. O quarto era grande, a cama de ambos espaçosa, atirou-se como uma criança e enfiou-se dentro dos lençóis. Riu-se para dentro. Tinha um bom campo de visão dali, via todo o quarto, via-o a ele. A única luz era a do computador. Fazia-lhe doer a cabeça se olhasse muito tempo. Mas também não era isso que lhe interessava. Era o ser silencioso que se encontrava a frente dele. Só se ouviam as teclas, muito rápido, umas a seguir as outras. tec-tec-tec-tec. Ela bocejou, estava exausta, mas custava-lhe dormir sem ele do seu lado. Agarrou na almofada e afundou a cara nela, procurava o cheiro a homem. Cheirava. Os olhos dela brilharam, e baixinho rosnou. De amor. Olhou para ele. Tão atento no trabalho, a mexer no cabelo, despenteando-o, a olhar de esgueira para os óculos ao pé das colunas. Odiava usa-los. Ela achava sexy. As vezes colocava-os, vestia uma camisola dele, e andava atrás dele pela casa, a gozar, a brincar com ele. Ele ria-se a bom rir, outras vezes fingia-se de desinteressado. Mas no fundo adorava. Adorava aquela mulher. Amava a mulher com quem ia casar. Por momentos, virou-se de costas para ele e encolheu-se. Esticou as pernas o máximo que conseguiu e rebolou de um lado para o outro na cama. Involuntariamente soltou uma gargalhada. «alguém que se divirta, hein.» disse-lhe ele, em tom de gozo, provocando-a. Ela virou a cabeça muito rápido e deitou-lhe a língua de fora. Ele ripostou de igual forma e voltou a centrar-se no trabalho. Era difícil. Era difícil trabalhar com algo tão melhor e chamativo à nossa espera. Mas ao fim de cinco minutos focou-se somente naquilo que tudo o resto deixou de existir. Ela sentiu isso. Conhecia-o bem demais. Quando estava só com ele próprio os olhos perdiam um pouco do brilho e resmungava mais. Detestava errar, enganar-se. Aos poucos os pálpebras dela foram descaindo, a visão ficou turva, o sono chegara e ela ainda estava sem o calor dele a seu lado. Adormeceu por fim. Cinco minutos depois ele desligara o computador. Tirou a t-shirt e encaixou-a no seu peito.
brick by boring brick.
Durante tempos viveu num conto de fadas - um lugar demasiado longe para o encontrarmos - esqueçeu até o sabor e o cheiro das coisas do mundo que deixou para trás. Porque houve um dia em que a encontrou a chorar no chão sujo. O príncipe veio finalmente salva-la, pensou, e o resto é façil de imaginar. Mas o real é que era tudo uma armadilha e o relógio bateu a meia-noite.
Por isso garante a construção do teu abrigo, tijolo por tijolo, ou um dia talvez um lobo a mande abaixo com um simples sopro. Mantém os pés no chão quando a tua cabeça está nas nuvens. Tu construis-te um mundo mágico porque a vida real te é trágica. Mas o que não é real não podes segurar com as duas mãos, não podes realmente senti-lo com o coração. Porque no fundo nada é mais que imaginação. E a verdade poderás vê-la sempre (até mesmo no escuro ela está lá). E é nesse mundo que eu quero viver. Pega na tua pá e juntas cavaremos um buraco profundo para enterrarmos juntas o castelo de fantasia. Ainda que te ampare, não te podes refugir mais nas ilusões.
Por isso garante a construção do teu abrigo, tijolo por tijolo, ou um dia talvez um lobo a mande abaixo com um simples sopro. Mantém os pés no chão quando a tua cabeça está nas nuvens. Tu construis-te um mundo mágico porque a vida real te é trágica. Mas o que não é real não podes segurar com as duas mãos, não podes realmente senti-lo com o coração. Porque no fundo nada é mais que imaginação. E a verdade poderás vê-la sempre (até mesmo no escuro ela está lá). E é nesse mundo que eu quero viver. Pega na tua pá e juntas cavaremos um buraco profundo para enterrarmos juntas o castelo de fantasia. Ainda que te ampare, não te podes refugir mais nas ilusões.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
O que foi realmente nosso, nunca voa sem regresso.
(...) Ela sempre teve certezas de que a tal teoria de que só damos realmente valor ás pessoas quando as perdemos não se aplicava nela. Ela dava e daria sempre o valor correcto aos amigos, aos namorados, à família, aos conhecidos. Não era por perder alguém que lhe daria mais valor, ela amava as pessoas de tal forma constante, que lhes dar mais importância até soava a absurdo. (...) Mas então chegou o dia em que arriscou, por uma curiosidade morta, e foi preciso deitar tudo fora para entender quem era realmente o homem da sua vida...
domingo, 21 de fevereiro de 2010
life life
sábado, 20 de fevereiro de 2010
mergulho.
Hoje renasceu em mim aquele antigo carinho por ti, como se tivesse saudades mas não as quisesse satisfazer. Lembrei-me de ti tanto tempo depois e isso quer dizer algo, vieram-me à memoria momentos nossos, do simples ao envolvente. Como flashbacks, o dia em que te conheci, a forma como te cumprimentei pela primeira vez - tão minha, bem o sei - como sorris-te para mim, a forma como mostras-te querer conhecer-me melhor, o cuidado que tiveste para não exagerares e ires depressa demais, o envolvente que foste com os gestos pequenos, chorei no dia em que te conheci e foste o primeiro a ir ter comigo - disseste-me que as meninas bonitas não deviam chorar - não segui a tua regra mas nunca mais a esqueci. Lembro-me dos teus olhos a guerrearem com o mar, em como parecia tua filha quando te abraçava no tronco, como me afastava um pouco saber que não era o teu "tipo de rapariga", mas o quanto que os teus amigos gostavam de mim, e com o conviveo dia após dia se tornaram meus também. Afinal ficou firme na minha memoria tanta coisa nossa que julguei ter partido juntamente com o calor do verão. Lembro-me da noite em que bebi demais e te liguei a dizer que gostava muito de ti e tu te ris-te, da minha figura claro, mas também houve ali uma ternura da tua parte. Lembro-me de tu me ligares também uma noite, quando estavas fora da nossa cidade só para saberes se estava bem e para dizeres - por outras palavras mais discretas - que tinhas saudades minhas. Lembro-me de te mexer no cabelo, de te tirar areia da cara, de andarmos os dois a rebolar pelas toalhas de toda a gente, de me molhares com a agua do mar, de quando conheces-te as minhas amigas, da tua timidez genuína mas também das frases que sei que dizias a tudo o que era rapariga. Não me lembro da última vez que nos envolvemos, sei somente que fizemos um intervalo demasiado grande. E os nossos corações estavam longe de serem um do outro para saberem esperar "tanto tempo". Lembro-me sim da ultima vez que tivemos juntos, não foi a muito tempo aliás. Uns quantos meses. Lembro-me do nosso adeus, lembro-me de dançar contigo e tu perguntares se aquilo era a despedida, e eu disse-te nostálgica que sim. Lembro-me de como te abracei tão forte e tu me enches-te de beijos. Lembro-me de me afastar de ti a querer chorar, tal como no dia em que te conheci, mas prendi-as e sorri-te, fui-me embora e a meio do caminho olhei para trás, tu não olhas-te. Sorri para mim mesma, lembro-me bem. Foi uma historia com inicio, meio e fim. A única na minha vida até agora.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Sabem,
e volto a repeti-lo, que ainda hoje ao fim da tarde o disse ao meu namorado, gostava muito de viver em plena Lisboa. A minha terra é linda. Gosto do Marquês ao Chiado, Alfama, o Rossio, toda a Baixa, tudo. São as ruas muito largas, as muito estreitinhas, a floresta de betão a conjugar com o monte de árvores e arbustos, os parques, os jardins. E o que me fascina o misto entre a urbanização e os azulejos de cores esbatidas pelo sol que já lhes atingiu geração após geração. Parece que, se olharmos para tudo o que não pertence aqueles arredores lisboetas, não tem realmente vida, não é sinceramente agitado e vivo. Não há estradas no Marquês que tenham sido ali feitas ou construídas sobre pedra, elas fazem parte: sobem e descem, afundam, elevam-se de acordo com o solo. Com a terra firme e tenra que antepassados nossos já pisaram. Já aqui houve sangue, suor, animais em manada, crianças a nascer na terra que hoje mesmo pisámos. É uma admiração prematura, de ideais fixos, um amor-constante por uma cidade. My dear city. As pessoas são em demasia, mais bonitas, mais marcantes, mais poderosas. É como se cada olhar tivesse realmente uma vida própria, histórias mil para contar aqueles que sonham um dia morar nos mesmos prédios em que estes diariamente vivem e crescem, aprendem, reproduzem e se amam. Tem tudo uma leve brisa de romantismo e consciência a tempo e horas da realidade que atravessam. A cada janela aberta olho de esgueira, imagino a decoração, os tons, se os cheiros lá dentro serão iguais aos de cá de fora. Este cheiro carnal de perfume humano, com as castanhas e o fumo dos carros. São as luzes, fortes, garridas, penetrantes nos olhos dos seus admiradores, minha cidade. São os teus estendais nas janelas com roupa a esvoaçar, tão tipicamente nosso. As escadarias e rampas a qualquer esquina, a calçada pombalina, os monumentos, as antiguidades. Oh, tantas outras coisas... Aquela música abundante, os sonzinhos que me acrescentam brilho aos olhos. É um orgulho sistemático não só pelo teu exterior minha cidade, a minha terra, é também o teu interior fadista que nos faz ter garra portuguesa.
e volto a repeti-lo, que ainda hoje ao fim da tarde o disse ao meu namorado, gostava muito de viver em plena Lisboa. A minha terra é linda. Gosto do Marquês ao Chiado, Alfama, o Rossio, toda a Baixa, tudo. São as ruas muito largas, as muito estreitinhas, a floresta de betão a conjugar com o monte de árvores e arbustos, os parques, os jardins. E o que me fascina o misto entre a urbanização e os azulejos de cores esbatidas pelo sol que já lhes atingiu geração após geração. Parece que, se olharmos para tudo o que não pertence aqueles arredores lisboetas, não tem realmente vida, não é sinceramente agitado e vivo. Não há estradas no Marquês que tenham sido ali feitas ou construídas sobre pedra, elas fazem parte: sobem e descem, afundam, elevam-se de acordo com o solo. Com a terra firme e tenra que antepassados nossos já pisaram. Já aqui houve sangue, suor, animais em manada, crianças a nascer na terra que hoje mesmo pisámos. É uma admiração prematura, de ideais fixos, um amor-constante por uma cidade. My dear city. As pessoas são em demasia, mais bonitas, mais marcantes, mais poderosas. É como se cada olhar tivesse realmente uma vida própria, histórias mil para contar aqueles que sonham um dia morar nos mesmos prédios em que estes diariamente vivem e crescem, aprendem, reproduzem e se amam. Tem tudo uma leve brisa de romantismo e consciência a tempo e horas da realidade que atravessam. A cada janela aberta olho de esgueira, imagino a decoração, os tons, se os cheiros lá dentro serão iguais aos de cá de fora. Este cheiro carnal de perfume humano, com as castanhas e o fumo dos carros. São as luzes, fortes, garridas, penetrantes nos olhos dos seus admiradores, minha cidade. São os teus estendais nas janelas com roupa a esvoaçar, tão tipicamente nosso. As escadarias e rampas a qualquer esquina, a calçada pombalina, os monumentos, as antiguidades. Oh, tantas outras coisas... Aquela música abundante, os sonzinhos que me acrescentam brilho aos olhos. É um orgulho sistemático não só pelo teu exterior minha cidade, a minha terra, é também o teu interior fadista que nos faz ter garra portuguesa.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
last to know.
Ela simplesmente se afastou, sem anúncios prévios, sem acenos. Não disse uma única palavra, não me disse sequer onde eu iria passar a noite. Isto não me está acontecer, não pode estar acontecer logo comigo. Não me disse uma palavra, só se afastou, devagar, na expectativa de que eu nem notasse. Como se fosse possível. Ela foi a primeira a dizer que não estávamos bem, foi a primeira a mentir quando não estávamos bem. Este foi sem dúvida: o meu primeiro amor - e ela foi a primeira a ir. «Um bilhete de ida, sem regresso...» pediu ela ao coração. Eu sinto muitas vezes que ela me deixou por ti, e por isso mesmo fui o ultimo a sabe-lo. Como é que ela conseguiu simplesmente ir?
Mas agora sou eu o primeiro a dizer que estou bem, que sou - quem sabe - feliz. Foi como se pela primeira vez abrisse os olhos e visse com nitidez que este foi o meu pior amor. Tu estás cego, por ela, tal como eu estive, mas agora não vais entender. Mas serás tu o primeiro a ser deixado, e quando sentires que ela te deixou por outros, também serás o ultimo a dar por isso.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
letras grandes.
Saí do comboio, eu e um amontoado de pessoas. Umas tão apressadas, como que atrasadas para a própria vida; outras porém tão vagarosas deslizavam sob o mosaico azulado da estação e desciam a escadaria para o exterior - para o frio deste Inverno com letra grande. Também eu desci essas escadas, um poucos sujas, com pastilhas elásticas pregadas e húmidas das chuvas constantes neste Inverno (com letra grande). As pontas dos meus dedos sentiram os 6 graus dos finais de tarde, e calcei as luvas, apertei ainda o botão que faltava do meu casacão e passei a mão nas madeixas ruivas que escorriam do gorro branco. Atravessei a rua, escutei um comboio a chegar e avistei um outro lá ao fundo a ir para as suas paragens seguintes. Desci uma outra rua, e recebi uma mensagem tua, perguntavas-me se estaríamos juntos hoje. Agora. Era simples ir para tua casa, fazia um desvio à esquerda no final desta rua e podia ver a tua varanda num terceiro andar. Mas não havia vontade, já não havia aquela vontade. Não sabia se queria realmente ir, tal como todos os dias anteriores, ou se simplesmente fazia o desvio neste Inverno com letra grande porque me pedias e eu não te conseguia dizer que não. Um não com letra grande. Então respondi-te que estava exausta e que só queria paz para hoje. E não perder-me, quase afogada, nos lençóis da tua cama - pensei. Porque uma coisa leva a outra, é verdade, e ainda que nunca me obrigues, insistes até conseguires aquilo que queres. Ponto, eu bem o sei. Cheguei ao fim da rua e virei à direita, um passo acertado na minha cabeça tonta - julguei. Coloquei a chave pequena na ranhura da fechadura e rodeia um pouco insegura. Até que ponto esses desejos carnais são superiores ao teu amor com letra grande?
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