São muitos e vastos os oceanos. As correntes que nos arrastam e aquelas que exploramos por vontade própria. Mas ainda assim, por mais enriquecedoras que sejam as experiências, os lares, as verdades das vidas que lá habitam, nós saberemos sempre onde é a nossa casa. E é aqui, independentemente de tudo e mais do que em qualquer outra, a minha casa - aqui, bem junta dos palavreados e das minhas leituras.
terça-feira, 31 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
sem escrituras.
Hoje não vou escrever. Não escrevo porque iria canalizar todas as minhas energias para ti, para as tuas agridoces palavras, para as tuas mentiras e ilusões. Não escrevo porque em seguida me irias tirar satisfações. Fazes-me sentir contra a parede, tiras-me mais liberdade do que aquela que imaginas. Tens o rei na barriga, e lamento que isso te cegue. O amor é uma coisa perigosa, tão perigosa quanto viver. A cada segundo da minha respiração conseguir-te-ia contar uma história de amor diferente, de várias perspectivas, partidos, épocas. Chama-se estar de mente e olhos abertos e o coração, aquele que tudo decide, entreaberto. E sabes duma coisa? Eu serei sempre feliz, mais ou menos, porque aquilo que me faz realmente feliz provêm de mim mesma.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
de autoria desconhecida.
"I gotta say what's in my mind... Something about us doesn't seem right these days, life keeps getting in the way. Whenever we try, somehow the plan is always rearranged. It's so hard to say... But I've gotta do what's best for me. You'll be ok. I've go to move on and be who I am. I just don't belong here, I hope you understand. We might find our place in this world someday but at least for now I gotta go my own way."
quinta-feira, 19 de maio de 2011
love my old man.
Talvez seja pela forma como me falas, com todo esse desdém, essa voz grossa repreensiva como se eu estivesse constantemente a errar. Talvez seja da forma como me bates sem nunca ter sentido a tua mão embater no meu corpo. Talvez seja pela tua ausência frequente, dia após dia, cada vez maior e justificas-la com assuntos que não me dizem respeito. Em tempos fui o teu maior tema de conversa com os amigos, no emprego. Era a nossa relação aberta, feliz, saudável. Foi o nosso casamento, a forma como choraste de felicidade quando disse que sim. Mas a vida é um minuto, e tu de um para outro apagaste a minha cara da tua memória. Apagaste a textura da minha pele, apagaste o sabor da minha língua, as palavras que te disse sempre que te foste abaixo por causa da vida vazia que levavas. Quando deixaste de me amar levas-te também contigo a minha auto-estima, a minha confiança, o amor-próprio. Levaste tudo dentro de um saco negro como um ladrão que entra pela janela durante a noite. Tu esqueceste-me e não me avisaste sequer - não me anunciaste que um dia mudarias a ponto de eu não reconhecer o homem com quem me casei.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
bff.
E-mail from Carina:
"(...) Sempre achei que tinhas muito jeito para a escrita e és bastante criativa. Ao ler o teu blog eu pensava comigo: onde é que ela vai buscar tudo isto? Estes sentimentos? Por vezes até pensava que estavas menos bem ou que podias estar a passar por uma fase má só ao ler os teus textos e ficava preocupada… Mas sempre adorei o que escrevias/escreves. (…) Pelo que sei a maior parte das pessoas que escreve ou já teve experiências de vida complicadas ou já são mais velhas, porém não ponhas essa ideia do livro de parte. Talvez num futuro próximo sintas que está na hora. (…) Acho que deves pensar sinceramente nisso. Não te digo isto porque te considero a minha melhor amiga e me fica bem dizer-to para não ficares triste, mas é o que acho mesmo. Tu tens feitio, tens talento e porque não escrever um livro? Obvio que terás que aprender técnicas possivelmente - porque não se escreve um livro de qualquer maneira - mas penso que não deves desistir nem achar que não és suficientemente “velha” ou “boa”. (...)"
"(...) Sempre achei que tinhas muito jeito para a escrita e és bastante criativa. Ao ler o teu blog eu pensava comigo: onde é que ela vai buscar tudo isto? Estes sentimentos? Por vezes até pensava que estavas menos bem ou que podias estar a passar por uma fase má só ao ler os teus textos e ficava preocupada… Mas sempre adorei o que escrevias/escreves. (…) Pelo que sei a maior parte das pessoas que escreve ou já teve experiências de vida complicadas ou já são mais velhas, porém não ponhas essa ideia do livro de parte. Talvez num futuro próximo sintas que está na hora. (…) Acho que deves pensar sinceramente nisso. Não te digo isto porque te considero a minha melhor amiga e me fica bem dizer-to para não ficares triste, mas é o que acho mesmo. Tu tens feitio, tens talento e porque não escrever um livro? Obvio que terás que aprender técnicas possivelmente - porque não se escreve um livro de qualquer maneira - mas penso que não deves desistir nem achar que não és suficientemente “velha” ou “boa”. (...)"
terça-feira, 17 de maio de 2011
asas negras, asas brancas.
Hoje quase me fizeste meter tudo em causa. Eu voei e tu permaneceste em terra. Eu senti as vibrações mais ternurentas do céu longitudinal, eu senti a frieza da desilusão e a frescura aromática da paixão. Eu esvoacei as minhas asas com cautela mas também arrisquei correndo o risco de embater no chão muitas vezes, é verdade. Mas por apreensão minha e da vida, correu sempre tudo bem. Nunca perdi valor, dignidade, nunca subi demasiado alto para aquilo que sou capaz e acredito. E tu ficas-te aí, a apalpar terrenos duvidosos, a ir contra tudo aquilo que eu sabia de ti. Lamento que vejas o facto de eu voar como uma prova de que não sou nem nunca fui tua, tal como eu lamento que não tenhas sabido voar - não digo como eu - mas com alguma esperança em cada pena dessas tuas asas de pequeno pássaro.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
pequeno amor.
Hoje pensei em dizer-te cada uma destas palavras, mas depois cheguei a conclusão que por vezes, se o que se quer dizer não contribui para melhor, então que se guarde as palavras para nós.
É estranho ver-mos alguém que em tempos amámos, e principalmente, que nos amou a nós, amar uma pessoa nova. É sempre estranho, é sempre aquela obscura sensação de pertença, de estranheza, de que ainda que sentimentos mais fortes se tenham dissipado, em tempos aquele alguém foi o nosso amor, e agora, por trocadilhos da vida, é o amor de outro alguém. A vida foi feroz connosco, a distância sempre foi a pedra no nosso sapato, tal como a idade que atravessávamos. Ainda assim julgo que se senão fosse a distância, tudo teria funcionado. Tu eras o homem ideal para mim. Tinhas o humor que mais aprecio, o puro humorista que faz troça e não se importa em expor. Tinhas a mente, a capacidade de raciocinar que eu mais admirava. Tu problematizavas, vias os dois lados da questão, não julgavas e isso foi talvez isso que mais me apaixonava em ti. Tinhas o bom-amigo dentro do teu coração. Estiveste sempre lá, quer eu precisasse, quer não. Tu ouvias. Ouvias-me a mim que mais ninguém ouvia. Apoiavas a minha escrita, ainda que talvez nunca tenhas acreditado que ela vingasse. Talvez a palavra amar seja demasiado forte para descrever os sentimentos que percorremos. Mas era amor. Era amor porque ainda o nutro por ti. Disfarçado, mais suave, como um carinho ternurento por algo que ainda sentimos que nos pertence. Estás feliz. E era isto que te queria perguntar. Porque eu estou. Ainda com os meus altos e baixos que soubeste há tantos anos atrás, mas feliz por tal como tu ter encontrado alguém que não mora longe. Um dia escreverei um livro, e também to dedicarei a ti. Porque enquanto maior critica e defensora do amor, sei reconhecer que foste tu que me deste a mão nos meus primeiros passos na maré das paixões. E por isso mesmo, só tenho a agradecer.
É estranho ver-mos alguém que em tempos amámos, e principalmente, que nos amou a nós, amar uma pessoa nova. É sempre estranho, é sempre aquela obscura sensação de pertença, de estranheza, de que ainda que sentimentos mais fortes se tenham dissipado, em tempos aquele alguém foi o nosso amor, e agora, por trocadilhos da vida, é o amor de outro alguém. A vida foi feroz connosco, a distância sempre foi a pedra no nosso sapato, tal como a idade que atravessávamos. Ainda assim julgo que se senão fosse a distância, tudo teria funcionado. Tu eras o homem ideal para mim. Tinhas o humor que mais aprecio, o puro humorista que faz troça e não se importa em expor. Tinhas a mente, a capacidade de raciocinar que eu mais admirava. Tu problematizavas, vias os dois lados da questão, não julgavas e isso foi talvez isso que mais me apaixonava em ti. Tinhas o bom-amigo dentro do teu coração. Estiveste sempre lá, quer eu precisasse, quer não. Tu ouvias. Ouvias-me a mim que mais ninguém ouvia. Apoiavas a minha escrita, ainda que talvez nunca tenhas acreditado que ela vingasse. Talvez a palavra amar seja demasiado forte para descrever os sentimentos que percorremos. Mas era amor. Era amor porque ainda o nutro por ti. Disfarçado, mais suave, como um carinho ternurento por algo que ainda sentimos que nos pertence. Estás feliz. E era isto que te queria perguntar. Porque eu estou. Ainda com os meus altos e baixos que soubeste há tantos anos atrás, mas feliz por tal como tu ter encontrado alguém que não mora longe. Um dia escreverei um livro, e também to dedicarei a ti. Porque enquanto maior critica e defensora do amor, sei reconhecer que foste tu que me deste a mão nos meus primeiros passos na maré das paixões. E por isso mesmo, só tenho a agradecer.
p.s: quer o destino que tu me leias, pois por minhas mãos não te farei chegar estas palavras. Estás feliz, e a antigos amores, é tudo aquilo que mais desejo.
domingo, 15 de maio de 2011
far away.
Eu queria falar de ti - mas não posso. Não posso porque tu me descobririas, não posso porque tu me lerias. E entre nós, as soluções são já miragens. Queria falar "de" ti e não "para" ti apenas por descargo de sentimentos acumulados ao longo de todos estes anos. Queria escrever sobre ti, para deixar a mágoa, a desilusão e os nervos irem embora e não regressarem mais. A cada dia que passa acredito mais no que dizem, quanto às pessoas que mais amamos serem as que mais nos desiludem. E tu desiludiste-me mais do que qualquer outra pessoa na minha vida. Logo tu, que eras das pessoas mais importantes para a minha sobrevivência. Agora vivo bem sem ti. Porque embora as tuas palavras-mágicas, lá no fundo, nunca acreditei que fossem realmente reais. E é por isso que chegaste ao fundo do meu poço. Daqui já não passas, não me consegues desiludir mais porque também já só me deixas zangada - mas comigo mesma, por ainda deixar que tu sejas ponto influênciador dos meus dias. Não te quero mais, acreditei realmente inocente que nunca te diria tal, um dia, mas estava mais do que iludida. Quer gostes ou não, esta altura é mais do que hora de dizer que só (me) faz falta quem está do meu lado - ao sabor do mesmo vento que eu, e não a navegar contra ele.
sábado, 14 de maio de 2011
sopro do coração.
Ás vezes julgo que a felicidade me tira a capacidade de escrever. Me afasta da ternura das palavras, me faz regredir naquilo que mais gosto de fazer. E isso não deixa me deixar apreensiva. A felicidade não é um bem adquirido, ela conquista-se por nossas mãos mas também corrói pelas nossas e pelas de terceiros. Por isso mesmo, quase que me faz desejar nunca ser completamente feliz. Porque não deixar nunca de escrever, de acreditar na intensidade e garra que cada letra tem a ponto de todas juntas formarem as mais maravilhosas palavras, frases, contos, romances, histórias de vida. Lamento os que padecem de surdez, que não podem escutar o voraz barulho do mar. Lamento os que não distinguem sabores, que não conseguem provar o requintado sabor do chocolate. Lamento ainda os que são desprovidos de olfacto, que nunca sentiram a brisa das flores na primavera. Mas lamento sobretudo, com todo o coração, aqueles que não vêm. Que nunca puderam vislumbrar um livro, sentir a vibração das letras pequeninas a brincar com os nossos olhos que as lêem e com o nosso coração que se enche quando estas são das bonitas.
da autoria de Ivar Corceiro
"(...) A vantagem de ser criança é essa: acreditarmos que alguma coisa ou alguma pessoa pode ser a mais não sei o quê do mundo. Um carro em miniatura pode ser o mais rápido do mundo, um boneco do super-homem pode ser o mais forte do mundo, um chocolate pode ser o mais saboroso do mundo e a cama onde se dorme pode ser a mais confortável do mundo. Dizemo-lo acreditando que é verdade. É o estado de adulto que nos tira essa capacidade. O nosso carro pode até nem ser mau, mas se tivéssemos dinheiro comprávamos um melhor. Quando vamos jantar fora e gostamos do sabor, acabamos sempre a conversar sobre outros restaurantes mais famosos. Já nada é o melhor do mundo. Resta-nos o Amor nessa decadência determinista do mundo. Resta-nos apaixonarmo-nos para tornar a acreditar que é verdade que uma mulher é a mais bonita do mundo. E quando lhe dizemos isso ela até pode responder, porque também já é adulta, que lhe estamos a mentir. É aí que eu penso sempre que ela não percebe nada sobre ela mesma. É tão cega que nem sequer sabe que é a mais bonita do mundo. E ainda bem, porque se soubesse talvez eu nem gostasse dela."
sexta-feira, 13 de maio de 2011
localização.
Eu gostava. Gostava de muita coisa que não encontro, que desconheço o caminho até elas. Eu gostava de soluções. Gostava da mais banal máxima de todas, a tal de paz e aquele outro, o amor. Eu gostava deles. Eu gostava deles até não ter forças para sequer respirar, eu ansiava-os de tal forma fugaz e angustiante que sofri cada milésimo de segundo enquanto não os reconheci lá ao longe na linha do horizonte. Foi a luz do farol, foi a ultima onda - mais forte e poderosa de todas - que me abalou, e fez-me imergir num estado melancólico que não conhecia tão sofredor até outrora.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
questionário "que gostarias de ver no blog?"
Foram apuradas 32 respostas ao questionário. Sendo que:
15p. - Mais textos
4p. - Venda de artigos
11p. - Mais vida pessoal da autora
8p. - Mais fotografia
8p. - Está bom assim (o blog)
Agradeço verdadeiramente a todos os que participaram, e espero que - pelo menos segundo o que planeio - haverá novidades para breve. Muito obrigada, meus queridos leitores!
p.s: continuo com muita dificuldade em publicar porque as ferramentas de texto tal como a opção "Publicar mensagem" não funcionam. Tenho de optar por ir a outros computadores publicar aquilo que escrevo... Já aconteceu a alguém? Como resolveram o problema?
A autora,
Mafalda M.
Mafalda M.
luto permanente.
Há alturas em que nos apercebemos do quanto a vida é curta. Da velocidade a que elas nos escapa das mãos, sem o conseguirmos prever. O quanto dói, o quanto é capaz de ferir um coração a ida sem regresso de alguém. Percebemos o fácil que é levar uma vida cheia de banalidades, acha-la cheia, mas em retrospectiva ver o quanto podia ter sido tão, mas tão melhor. Habituamo-nos a viver com o satisfatório, a ver a felicidade como um grão de areia em mil. Afastamo-nos das pessoas com o passar da vida, e é quando esta lhes deixa de ser realidade que nos lembramos, que lhes damos valor, que pensamos na quantidade de coisas que podíamos ter feito e dito. É impossível existir uma vida sem arrependimentos. Por mais que o queiramos degredir da nossa mente, há sempre aquela pessoa que nos partiu o coração e que não queremos ver - achamos nós - nunca mais. Mas quando ela nos desaparece como uma nuvem no céu lá longe, sofremos o dobro por nunca lhes termos dado o perdão e viver o resto das nossas vidas em paz.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
amor de letra "E".
Era um amor a fugir-lhe por entre os dedos, era a possibilidade de um futuro a ir-se embora na carruagem do inexistente. A tentativa de não dar importância saiu vitoriosa, o seu coração bombeava mais rápido só de pensar no seu sonho realizado, mas aos olhos dos outros deixou permanecer a calma, a indiferença, o segredo. Ela queria-o mais do que tudo, ou pelo menos, mais do que muitas outras coisas na sua humilde vida. Ela só queria escrever. Queria fazer disso a sua vida, independentemente da área, das estações do ano, dos dias da semana, da sua altura ou da sua tenra idade, ela queria era que incluísse a escrita. Que fosse essa a sua máxima, a sua vida, o seu futuro. E quando tudo parecia encaminhar-se para lá... Algo falhou. E o grande sonho que se encaminhava tão bem para uma breve realidade, passou novamente a ser apenas mais um sonho.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
noção própria.
Os meus segredos morreram comigo. Não me tirem esse direito, não me critiquem com os vossos padrões do certo e do errado - não me julguem sem conhecerem os reais sentimentos que deposito nas minhas acções. O amor tem as mais variadas formas, os mais variados cheiros. Organiza-se, forma-se, cresce quanto nós queremos e quebra-se na altura que nós o desejamos. Ele altera-se, murcha, desaba sem o conseguirmos evitar - é verdade - mas então que seja de forma natural, e não por mãos vermelhas terceiras. O amor deve fluir, moldar-se ao seu mais ínfimo gosto. Ao meu gosto. Não ao teu.
o secreto.
Descobri que o medo da verdade é o que mais me corrói. Eu, dona da abertura, defensora da liberdade, apologista da confiança, caí no buraco mais fácil de todos. No mais aberto, mais visível, mais espaçoso. Ao primeiro mísero sinal de algo anormal, divaguei por marés que nunca, nunca me deveriam sequer balançar pela cabeça. Desconfiei - à velocidade de um piscar de olhos, e sem os voltar abrir. O meu coração está confuso. Ele, tal como muitos outros decerto, prefere secretamente a ignorância à cruel verdade. Pois se viver numa mentira é ser-se feliz, o rompimento dessa mesma vida e a sua devida queda é mil vezes mais dolorosa do que quem vive sempre a verdade e lhe pregam uma mentira.
terça-feira, 3 de maio de 2011
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