terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Dear city,
Há dias em que sentimos que nos falta algo, que nos esquecemos de certo objecto ou que perdemos alguma coisa. Até aí tudo bem, são só sensações que entretanto passam com o desenrolar do quotidiano. O problema é quando chega o dia em que isso acontece. Que realmente alguém nos escapa por entre os dedos que não soubemos pressionar bem. Nem dá para sentir a textura do tecido das roupas, o cheiro do perfume, recordar uma ultima vez o brilho dos olhos. É um arranhar profundo na alma miudinha no nosso interior, é como cortar a sangue frio uma parte do corpo sem nos pedir sequer autorização, sem dar anestesia. Sem nos colocar a dormir longas horas, e com sorte o coração esquecer entretanto essa perda. Porque é algo que não nos ensinam desde crianças, a manter uma segunda vida junto da nossa eternamente. Eu queria tudo calculado, tudo expresso nas manchas de texto dos jornais, todas as teorias certas que levariam ao retardar dos magoares, dos bolsares de impurezas e desamores.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

(how to save a life) - música.

«(...) Onde é que eu errei? eu perdi um amigo num momento de amargura.
Eu ficaria acordada contigo a noite toda se eu soubesse como salvar uma vida.
- Mostra-lhe que tu és mais experiente. Porque és mesmo. (...)
Faz uma lista do que está errado, dos conselhos que sempre lhe deste.
E reza a Deus que ele te escute. (...)»

domingo, 27 de dezembro de 2009

me&u

E tudo isto perde sentido quando fujo das minhas próprias iniciativas. Acções tomadas de cabeça fria e coração quente. Eu nunca quis que isto levasse este rumo, nunca desejei esta direcção, nunca pensei que não tivesse força suficiente para alcançar o travão enquanto tudo descia descontrolado ravina abaixo. Não imaginei que o início da minha liberdade, fosse o final da tua. E curioso é que por isso mesmo, também a minha se tornou limitada. Cheguei a não saber sequer o que ela era. Lamento também não ser tão capaz de enfrentar e preferir o silêncio quando me são exigidos dialectos. Eu achava realmente que nem todos os ciclos tinham de ter um fim. Eu achava que este nunca acabaria. Eu achava que ia ser para sempre. Mas não foi, e acho que por estas alturas não é culpar alguém que realmente importa, é perdoar. Pegar na agulha fina com linha transparente e cozer os rasgões e feridas abertas. É travar as memórias más que surgem importunamente. Haverá força para isso? Não gosto das situações «sim ou não». Eu acabo sempre por não escolher nenhuma e ir embora, fico somente a perder, mas ao menos não tive que escolher entre a felicidade e a miséria. Nunca direi Adeus, nunca direi Olá. Espero sempre por um Até já. O tempo navega tão veloz que o futuro é já amanhã. Não vale a pena dizer-mos que mais tarde se discute certo assunto, se esse mais tarde chega mais rápido que a noite aos corações. Eu nunca quis nada disto. Odeio com todas as minhas forças esta situação, este desamparo comum. E ainda mais odeio a escolha que tenho de ter. Porque é injusta. Mas reconheço que não é só para mim que o é. Tenho evitado divagar sobre tudo isto, sobre o tempo que passou que pareceu décadas. É difícil chegar e admitir por alto a situação penosa em que estamos. Ainda te lembras do meu cheiro? Eu já esqueci o teu. E não o queria, porque não quero lembrar só o pior que vi de ti, que recebi de ti. Nada se compara ao melhor que recebi na vida, mas a verdade é que cada vez é mais difícil lembrar. Só choro, só desamparo e muitas, muitas escolhas. Sabes tão bem quanto eu que o nosso tempo acabou. Que por mais que custe, e que eu saiba que não sou feliz sem ti, seria um erro arriscar. Não acredito que fossemos capaz, por mais sentimento que exista. Amar só não basta. Mas para o bem e para o mal, guarda para ti somente uma coisa: eu irei sempre buscar-te. Mesmo que me agridas, mesmo que me berres, que me insultes, eu atravessarei o mundo para te puxar para mim. Um dia, quando me perdoar a mim mesma e esquecer tudo. E com sorte, também tu me desculparás as escolhas erradas que tomei. Até logo

sábado, 26 de dezembro de 2009

19:43

- "I wasn't jealous before we met, now every man that I see is a potential threat. And I'm possessive, it isn't nice. You've heard me saying that smoking was my only vice, but now it isn't true, now everything is new and all I've learned has overturned... I beg of you: don't go wasting your emotion, lay all your love on me."
- "It was like shooting a sitting duck. A little small talk, a smile and, baby, I was stuck. I still don't know what you've done with me... A grown-up woman should never fall so easily. I feel a kind of fear when I don't have you near. 'Cause everything is new, and everything is you. And all I've learned has overturned. What can I do?"

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O D'um detalhe deseja a todos

Um FELIZ NATAL!

i lost you(?)

Eu travei tantas batalhas apenas com um trapo sujo vestido e uma pequena faca na mão. Se foste o lenço branco que esvoaçou decidido no céu trazendo-me paz, porque me fazes sentir agora que esse lenço está mais sujo que o que me reveste o corpo, e me obrigas a guerrear contra ti? só quero tréguas.

(Lawrence) - música.

«Cada palavra que eu escrevo é sempre a pensar em ti.
Cada música que eu canto é com o teu rosto na minha mente.
Eu preciso que tu percebas o quanto eu preciso de ti na minha vida.
Mantens-me viva, e eu vou sempre lutar por ti. (...)
Todos os dias eu acordo e agradeço a deus por te ter dado a mim.
Eu sei que ás vezes cometo erros.
Eu fui e escolhi o caminho errado.
Mas eu preciso que tu saibas que sempre te amarei e precisarei de ti

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ela é a noite.

Eu vi cada movimento do teu corpo esguio. Eu ouvi-o comunicar em várias línguas, pedindo a minha nele. Eu pude sentir esse teu odor corporal naturalmente fresco à mistura com o jasmim. Senti a textura sedosa do teu vestido preto que somente balançava nos vagões energéticos de luz. A minha pele arrepiou-se ao vislumbrar esses olhos pintados muito escuros e brilhantes, como a união de todas as estrelas do céu em dois únicos pontos: esses olhos profundos, famintos e assanhados que bolçam diversão. Apreciei as tuas mãos compridas e magras a percorrerem o próprio corpo, as unhas vermelhas que imaginei instantaneamente a arranharem-me as costas ainda nessa mesma noite. As minhas pernas fraquejaram ao ver o teu pescoço tenro, suave, a cheirar a mulher, ligeiramente tapado pelos cabelos ruivos rebeldes e guerreiros. O meu coração parou com a visão já turva das tuas pernas, muito altas e perfeitas, desejei-as enlaçadas na minha cintura ainda nessa mesma noite, juntamente com os peitos cheios que suportas a roçarem no meu tronco já despido. Molhas-te os lábios rosados com a língua ágil. Devias estar quente. E era assim que te queria, quente e inerte nos lençóis vermelhos da minha cama, ainda nessa mesma noite.

domingo, 20 de dezembro de 2009

please please

Querido São Pedro, sabes que não me importo nada de volta e meia passar um fim-de-semana em casa á base de leite suíço com chocolate, filmes e música. Mas a partir de segunda começa a minha vida social e este frio não ajuda muito os meus ricos ossinhos que viram barras de gelo quando saiu de casa. Vamos lá a melhorar aqui o tempo que no Natal é bom o frio, mas eu tenho ainda compras para fazer e o Chiado é ao ar livre caso não te lembres! Agradecida.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

i don't understand.

Nem sempre percebo estes nossos tremores - os motivos concretos pelo qual o chão abana forte e vai rachando tão depressa. Não sei se sou eu, se o epicentro é bem aqui no mar, na mais funda escuridão oceânica. Ou se és tu, no espesso da tua relva, planalto que quase alcança o céu. E desse pico me vês, cada passo em falso, cada indecisão. Desse pico lacrimejas por estares tão agarrado a esse céu que já foi o nosso limite. Comigo aqui longe, tão no fundo mas ainda assim o azul mais brilhante reveste-me os olhos e as escamas. Não sinto o sol e a lua que no teu topo pousam á muito tempo. Por vezes sinto saudades de sentir o teu aconchego térmico e das folhas a avermelharem-me o coração.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

wish wish

Ai como me saberia bem trocar de vida por uns diazitos com uma das minhas adoráveis gatas e passar o dia estendida no quente da minha rica sala sem fazer nenhum. A dormir, e a levantar-me somente para comer ou para ir a um quarto assim ao calhas (como por exemplo aqui o da Mafalda) partir umas coisinhas ao desfilar-me antes de voltar a ir dormir. Isto não há consideração por ninguém!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

até quando?

Eu disse a mim mesma que não voltaria a sangrar do lábio (mas eu sempre disse tanta coisa a mim mesma...). Que não iria fazer mais feridas, que não voltaria a estar assim nervosa e me deixar cair quando o tapete me escorrega dos pés. Eu jurei a mim mesma que as mãos que me tiram o chão não sentiriam mais na pele a textura de meu sangue. Que não ouviriam mais o ferver da minha pele rasgando e o sangue solto escorrer. Tão delicado... decidido, lento causando impacto. Eu disse a mim mesma que não vestiria mais sutians apertados, que nada me cortaria de novo a respiração. Que apenas a morte drástica e repentina me tiraria a fala e a respiração sempre controlada. Eu disse também que não haveria mais secadores a esvoaçarem-me o cabelo. Que não haveria mais puxões maliciosos, que não admitiria mais reprovações sobre as minhas acções. Eu afirmei que não voltaria a juntar o terço a meu peito por suplicio, por desespero, com mãos húmidas tremendo boas-novas. Mas há sempre o momento da excepção à regra, e eu não esperava que tu nadasses tão depressa e me alcançasses as barbatanas.

domingo, 13 de dezembro de 2009

19:31

E sabes, é por ti que me levanto todas as manhãs. Por saber certo que mais tarde verei o anoitecer ao teu lado, com o teu respirar no meu cabelo a encher o espaço e aquecer-me o peito.

sábado, 12 de dezembro de 2009

passo a passo

um risco. um traço. um lápis que escorre. tinta que não sai. vagabundo rigor que quase perfura a folha limpa. branca, suave. um céu sem nuvens. nem uma só. e mais tarde chega o breu. os azulados escuros, os pretos negros. numa repulsa interminável de um suspiro asmático. que surge entre os soluços do choro, contínuo e sentido. dando inicio a escritura de um livro. grosso, muito rascunhado. transcrito do coração para a mão. melodia pequena. curta, mole, suave, desconhecida. tão simples. em tom baixo para não ferir. não faz ferida ou abrir antiga. ela solta-se fina. bocejando ajuda. em língua estrangeira. mundial. para que qualquer ouvido entenda. qualquer um auxilie, ou tenha tal iniciativa. um circulo este risco, este traço de lápis que solta tinta escorregadia. um ciclo contínuo como é uma vida. como são as vidas que nunca se sabem.

my bird

Ainda moras em mim. Ainda sinto no meu ombro o nosso ninho.

sumário.

A minha professora de Relações Públicas ensinou-me no outro dia
que não se deve deixar espaços em branco.
"e para bom entendedor, meia palavra basta."

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

films films

Sessão das 15.30pm do "New Moon" está decerto a espera aqui da dona e da minha Rachel, amanhã sem falta. Não tenho ouvido assim grandes comentários acerta do filme, portanto espero bem surpreender-me e sair de lá a querer levar um Jacob e um Edward para casa e metê-los debaixo da árvore de Natal (que por sinal ainda não habita cá em casa).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

18:01

Porque o mundo inteiro me pode falhar, negar vela acesa quando a rua está escura, que tu... tu estás sempre lá. Quero continuar a entregar-me a ti por inteira, de mansinho, e construir carta a carta este castelo firme. Todos os dias, todas as noites numa mesma cama, sobre ti com um beijo teu na testa. Em honra do maravilhoso e incansável que és para mim, em prol de um amor-semente que cresce sempre que a minha mão vazia é preenchida pela tua. e escutar-te ao ritmo de uma bateria dizendo que «não há maior felicidade do que a que tenho contigo ao meu lado.»

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

detalhes da tua ausência. XIII

«não escrevo para me lamentar nem para que me venhas buscar outra vez. não sei, é mais como um último desabafo... disseste que te pisei muito, que te mal tratei, que te magoei (compreendo isso tudo). o facto de teres sido a única faz de ti perfeita, diferente - ainda faz - quem é imperfeito aqui sou eu. as pessoas conseguem sê-lo para quem lhes é importante, tu foste. quero que vivas com isso. de que mesmo que eu morra, tu conseguiste fazer-me feliz. algo que nunca ninguém conseguiu. agradeço-te mesmo por isso. não digo que a culpa não é tua do estado em que estou, custa-me dizê-lo, mas és. se eu estou a morrer é porque ainda precisava de ti ao meu lado, da forma que te tinha. se não o consegui aceitar foi porque não era a altura certa de o fazer. mas não me arrependo de nada, de te ter amado e de ter sido teu namorado e teu amigo. não foste uma desilusão, apenas foste como todas as pessoas e não conseguiste ajudar-me nesta situação. mesmo que eu te tenha conseguido tirar desse pesadelo em que vivias... não foste capaz de fazer o mesmo. mas não é culpa tua, ninguém consegue. também sou muito especial. faço coisas que ninguém faz. amar-te é bom, ainda o é. mas tal como amamos as pessoas mais importantes também sofremos mais com elas. foste aquilo de mais valioso que eu tive, e és a minha queda. não te sintas mal por isso, alias, foi por isso que escrevi isto: para que saibas que se eu morrer, não morrerei com pena de mim. apenas vou morrer com pena de não te poder ver crescer. é só isso que te quero dizer. desculpa por tudo o que te fiz passar, desculpa por não ser forte e por não ter sido a pessoa que querias que fosse... não deixes que o que eu fiz por ti ir em vão, sê feliz. eu já o fui e sei que é o melhor que alguém pode ter. e não te dês ao trabalho de pôr em causa se ainda te amo ou não, enquanto me mantiver afastado, sabes bem que sim.» Dez/08

sick sick

Adivinhem lá quem é a madame que está novamente de atestado médico impossibilitada de sair de casa, e que não consegue comer nem falar em condições? Exactamente, eu. Para grande mal dos meus pecados: o belo do feriado fechadinha em casa são os planos para amanhã.

sábado, 5 de dezembro de 2009

certezas.

Já não havia sentimento ali. Já não havia uma ligação entre ambos sem ser as lembranças, as memorias de tempos gloriosos da sua união que o tempo levou. Ela perdera a graça de menina e ele só envelhecera mais, só os seus interiores eram iguais, ainda que até o coração desta já batesse forte por outro amor. Nada daquilo fazia sentido, o ter havido um reencontro. Para testar corações, para testar olhares que sempre se admiraram e se atraiam. Agora eram só uns olhos grandes castanhos e uns olhos azuis-céu. Num mesmo espaço, desesperados e incomodados por se aperceberem que já nem uma amizade existia ali. Ela decidiu ir então embora. Pegou-lhe rápida no cigarro que ele se preparava para acender e disse que tinha de ir (voltaria novamente ainda naquela vida?). Ele sorriu-lhe, agradecido de certa forma e nostálgico. «É a despedida?» «É sim...». E abraçaram-se largos minutos. Como um enterro de algo que já a muito que deixara de existir entre os dois. A paixão, a faisca, a aventura, a emoção e curiosidade espontânea, até a amizade pequena. Ele beijou-lhe mil vezes a bochecha magra e ela em resposta aconchegou-se mais no abraço silencioso. Por fim, afastou-se e sorriu-lhe, como um adeus mudo.
E foi embora, esquiva, no meio das luzes cintilantes mas escassas. Olhou por segundos para trás, já longe, e não sentiu saudades. Somente força interior, com mais certezas de que o caminho certo era continuar em frente, e não olhar mais para trás naquela direcção.

friendship friendship

E digam-me cá uma coisa, há melhor que sentir que os amigos têm saudades nossas?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

filosofias.

Hoje aprendi muita coisa. Mas acima de tudo aprendi-me mais um pouco. É sempre um choque cair-nos a realidade na cara de um segundo para o outro. Vermos que nem sempre se pode exigir dos outros algo que nós mesmos não somos capazes de ter. Magoa, mas como se costuma dizer, a verdade doí. Foi como me ser apresentada a mim mesma, após todos estes anos de vida. Não me importa. Certo é que chorei, mas foi da pancada. No final das contas, tinha todos os motivos para ser dada. Não sou pessoa que transmita a ideia de segurança. De que amanhã ainda vou estar aqui. Também eu pensei que fosse, até o dia em que a prática enganou a teoria. Não tenho muitos limites, há situações pelas quais não os coloco mesmo, porque sei que sendo o fruto proibido o mais apetecido, inconscientemente faria de tudo para o ultrapassar. E mesmo que não fosse dessa forma, a vida é para ser vivida. Não faz mal a loucura se essa nos fizer bem. Não digo com isto que o sou, é só a minha maneira de pensar. Claro está que há sempre a barreira do admissível. Coisa que tenho para todos os outros - penso eu - e a minha ainda anda em construção. Ás vezes tinha a ilusão de que a maioria do mundo estava mal, hoje percebi que o mal sou eu. O problema está em mim, que sou peça que não encaixa em nenhum puzzle. Que não sirvo para relacionamentos longos, fortes, ninguém aguenta senão se sentir seguro nela. Aprendi ainda que é difícil conhecer-me. E ainda mais compreender-me. Que um coração preocupado ao falar de si, fala mais do que ouve do que de si mesmo. Ás vezes dizemos a coisa certa a falar de tudo menos ela. Aprendi também que, pelos vistos, nem toda a gente que ama perdoa. Quanto que para mim sempre foi precisamente o oposto, enquanto se amar perdoa-se os piores erros. Por gosto, por amor inesgotável. Mas penso que isso seja, aí está, um limite. Só em dia em que se passa a amar mais alguém do que a nós mesmos, se conseguirá perdoar. Porque pior que nós nos magoar-mos, é doer à pessoa de quem gostamos. Aprendi também que estou constantemente sob uma avaliação total, que cada palavra em falso é um motivo para um mundo poder cair. Mas a meu ver o que esteve verdadeiramente em pé, fica sempre mesmo que um dia o vento o abale. Pois no dia em que cair ribanceira abaixo por algo sem valor, será um atestado de como a base que mantinha tudo em pé talvez não tenha sido assim tão forte.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

22:02

amo-te

(só por um momento) - música.

«Olha, não fiques à espera nada de mim, eu ás vezes sou triste e infeliz
às vezes nem sei como sou. Vê bem, eu já sofri demais por outro amor.
Não te estou a comparar, por favor... Mas é que eu tenho traumas para esquecer.
Quando penso que estou livre e que me posso entregar, a desconfiança vem ao de cima (...)
Tu queres que eu me esqueça e viva um amor novo,
mas preciso de um tempo aqui, para esquecer tudo o que se passou.
Olha-me nos olhos e dá-me um beijo, mata este meu desejo, só por um momento.
Faço-te um pedido: sê tu mesmo.
E antes que anoiteça, faz com que eu me esqueça de tudo o que eu sofri. (...)»

domingo, 29 de novembro de 2009

publicidade «Pfizer»

(...)

Eu não quero mais esconder estes meus traços. Não quero mais ter receio de olhar para trás. Não quero mais mentir e ter de me desfigurar dia após dia para que erros não sejam descobertos. Eu gostava de experimentar ser mais eu por inteiro. Não ter medos que me julguem e não me percebam. Porque eu sei que nunca ninguém vai compreender certas coisas. Mas preciso de me sentir mais natural, e quem sabe, normal. O somatório das investidas só me retraem, só me fazem encolher cada vez mais e não deixar sair a luz, o choro que me habita insatisfeito no regaço a tempo demais. E se há coisa que aprendi, foi que o tempo passa muito depressa.

ego ego

E ontem foi a noite, das sete da tarde às onze da noite no shopping valeu-me de uma boa disposição impossível de quebrar e imensos sacos novos a decorar o meu quarto. Dont worry, terça-feira à mais!

sábado, 28 de novembro de 2009

(keep holding on) - música.

«Tu não estás sozinho. Unidos venceremos. Estarei ao teu lado, tu sabes que te darei a mão. (...)
Porque tu sabes que conseguiremos!
Apenas sê forte. Sabes que eu estou aqui por ti...
Não há nada que possa dizer, nada que possa fazer:
não há outra maneira quando se trata da verdade. Então continua aguentar (...)
Eu gostava que estivesses aqui, antes que seja tarde demais - isto tudo poderá desaparecer.
Antes que as portas se fechem e chegue o fim... Eu contigo ao meu lado lutarei (...)
Escuta-me quando digo que acredito.
Nada irá mudar, o destino ou o quer que seja, nós o resolveremos perfeitamente. (...)
Continua aguentar (...)»

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

só dele.

Aconchega-me nesse teu refugio em lugar deserto, escondido. Nenhum campo é mais verde aos meus olhos que o teu, tal como árvore alguma brotaria flor mais perfeita que semente plantada por nós - mutuamente, como uma mão só, como um amor só. És a paz dos meus dias, a cura de qualquer mal que me revista a pele. Despes a camada e logo generoso saras feridas e deficiências. Não quero mais o silêncio se posso quebra-lo com o ecoar do bater do teu coração. Esse que me sossega, que me aconchega quente por saber tão forte que é todo meu.
"- precisava tanto de uma coisa boa na minha vida, e surgiu-me logo a melhor do mundo."

letters. X

Querido mar,
tem havido maremotos momentâneos em mim. Curiosidades velhas e já vividas a esquentarem-me a maturidade - vontade de arriscar - tenho sentido falta da versatilidade dos descompromissos, do furor da liberdade que sob o teu cheiro a maresia vivi intensamente até não haver mais gotas no oceano. Quero de novo o risco do mundo cair a fermentar adrenalina como eram os meus dias. O meu tempo de paixoneta que no teu embale viril, me tornou sereia de sensações aventureiras e mais livres.
como peixe na agua,
Mafalda

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

que renova e repete, repete e renova

És como um circulo. Sem inicio nem fim. Um ciclo que somente repete e repete. Não sendo isso mau. É bom até. É uma montanha-russa em que me sentei - nem no inicio nem no fim - mas sim no seu exacto centro para que lá fique sempre, mesmo que por vezes obrigue o ciclo a fazer uma pausa, nunca vou deixar que entre em coma, muito menos que deixemos de ser um só ritual.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

chamada noite

Minha lua nova, não desvaneças hoje cedo. Quero ver no escuro da noite a aura mais primitiva de cada um de nós. Quero ver o efeito principal e detalhadamente cada um dos secundários que o álcool ingerido provoca nas mentes férteis destes que pelas ruas caminham comigo. Quero ver os olhos a custarem abrir, avermelharem, a serem forçados a semi-cerrarem para conseguirem ver o máximo de nitidez nas coisas. Quero ver o suor a escorrer nas mãos e as camisas a encharcarem por todos os lados. Quero a realidade, o pior estado do ser humano. Quero assistir ao amarelo dos dedos e dos dentes com o atenuar rude do tabaco e seus companheiros de vícios. Quero ver os corpos a vaguearem desajeitados pelas ruas, os gritos loucos e roucos e os risos mil, de batons borrados e lábios inchados. Ilumina estas figuras que tanto me esquenta a curiosidade, o ferver crescente do álcool a passar na traqueia antes de borbulhar arduamente na garganta vai causar peripécias e eu quero vê-las de perto. Cada choro, cada aperto ou vagão no mais íntimo ponto fraco nosso será ameaçado e eu desejo ver as lágrimas caírem de manso e depois em cascata. O lado rebelde que se solta das almas tímidas e sossegadas do dia a dia mudam ali, sob ti, lua nova. Remexem-se sem constrangimentos, sem preconceitos ou vergonhas. Divertem-se, porque com a visão turva e a cabeça num turbilhão tudo é engraçado e a noite parece o melhor sitio em que um homem pode estar. Quero ver os corpos cansados e inconscientes no chão ou sentados de cabeça entre os joelhos e impurezas jorradas no chão. Um cúmulo de nojice que segundos antes foram o melhor momento das suas vidas. Quero ver o choque e desespero dos casacos perdidos e as malas roubadas, os telemóveis esquecidos nas casas de banho públicas. O pânico da falta de dinheiro, gasto em copos, para voltar para casa. Os empréstimos de ultima hora, os amontoados de cêntimos e poucos euros para dar pelo menos para um bilhete de metro ou comboio. Que mesmo assim os sorrisos logo depois reaparecem, por ser ainda de noite e aos seus olhos o enlouquecimento da espécie ter corrido maravilhosamente e combinam as próximas saídas nocturnas. Quero, oh lua nova, assistir de camarote a este ciclo em que a palavra sóbrio não entra.

13:15

"(...) mas acredita que nunca amei assim."

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

que perfeito coração.

Que insana se torne o meu nome do meio, que nada me incomodará. Já que o que me torna louca é esta fixação por ti, é a culpa diabólica de te querer feliz. É o ardor da crueldade que por vezes vitaminas nas tuas palavras e as lanças a mim como flechas, e mesmo assim te admiro e me orgulho de ti. É a percepção lastimável de não conseguir prenunciar o teu nome sem de seguida chorar esta magoa guardada no peito, que bolsa em querer sair livre gritando ao vento que a esperança nunca morre.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

vai-te deitar, ouvi dizer que...

«A noite é boa conselheira

trip trip

E anteontem a R e hoje o meu B fizeram-me um convite que só me adoçou o espírito. Ora estão perante a mais recente convidada especialíssima a voar até Lloret De Mar nos finais de Março apanhar inícios de Abril na viagem de finalistas deles e de outros amigos. Eu cá não sei como vai ser a minha vida até lá, e penso que até esteja em tempo de aulas nessas alturas. Mas senão for por isso, Espanha que espere aqui pela turista.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

da autoria de Cecília Meireles "Retrato"

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas
Eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

0:50

sê o embale da brisa matinal que me acorda manhã a manhã. porém mais tarde, dá-me o teu peito como almofada e deixa-me dormir em ti. Os meus dias só são dias se contarem com a tua presença, já que sem ti seria o breu da noite a guerrear com o fel das saudades humanas. Num leito ansioso em que algo ferve quente na união de nós os dois. De sabor achocolatado, da incognita e da cumplicidade. Que arrepia a pele como num outro dia me fez estremecer, por simples abraço, que me prova sistemáticamente que amar-te é tão bom.

reportagem «fifty people, one question»

onde gostavas de acordar amanhã?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

tiros.

Era abraçar-te no meu colo como se fosses meu filho. Era olhar-te com estes olhos a quem deste cor, sem parar, só amar e amar. Era ensaiar contigo coreografias de aprendizagem física, debates furtivos sobre nossos tenros pensares. Era um aglomerado de cores riscadas no meu sorriso, era saudades transpiradas de quando tudo corria bem e estava descansa nos segundos em que não sabia de ti. Agora é a agonia tresloucada de não saber teu estado e paradeiro. Saber se ainda respiras ou se inerte já cais-te no chão. Se arrastas os pés a andar, se consegues levantar as pernas sequer. Se hoje sorris-te ou te ris-te, se choras-te ou destruis-ter algo. ás vezes até, se sabes o que é alimento sequer. Tudo conta, tudo se resolve quiçá um dia destes. Não largues a merda da mão outra vez

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

não há ouro só no final do arco-íris.

Há resguardes que se julga intocáveis. Como gabardinas vermelhas vestidas à superfície terrestre, que esconde, esconde os podres de uma sociedade doente. Não sou revoltada aqui. Sou apologista da expressão. Quem cala não consente, é-lhe indiferente ou tem medo da dicção. Então subscrevo aqui que gritem potente a cada rio deste país, que apontem o dedo e se interessem. Que se ame a cultura adjacente e geral, que é preciso cosmopolitizar e dar vida às ondas em que adormecemos com o embale cada vez mais monótono.

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

private

O fraquejo das pernas sentiu-se. Eu não aguento mais as tuas investidas. O meu coração não tolera mais pedras jogadas a ele, vai desfazer e eu preciso dele para me manter viva. Porque falando em morte, tens-me matado tu todos os dias, pela ausência que lacrimejo, pelas discussões que originas por independentemente de qualquer coisa te defender perante o mundo. E tu fazes o obséquio de provar que não o mereces. Mas, merda, gosto de ti. Amor antigo irredutível. Assusta-me os ataques que preparas, as mentiras, as palavras fortes como me dizeres que te enojo, que a minha existência é desnecessária.
Assombra-me também a velocidade a que mudas-te. A que te tornas-te um desconhecido para mim, e eu continuei sempre a mesma. Problema era que talvez nunca me tenhas conhecido mesmo bem, como sempre o afirmei e tu juravas exagero meu. Provei-to. Sou ainda melhor do que sonhavas. Lamento que não queiras comprova-lo. Sempre te dei tudo. Gritar-to-ia aos ouvidos se realmente me soubesses ouvir. Soubeste-o sempre melhor que qualquer ser humano no mundo. Até o tal dia. Até a tal época que o mar embateu ameaçador nas rochas. Julguei-te mais maduro - confesso que sim - achei-te homem e nunca menino. Errei aí. Tens aura vingativa, tal que julguei desde sempre indigna de ti. Isso magoou. Não a usares contra mim, mas saber sequer que a tens. Eras um mestre para mim, um ídolo a seguir... Porquê este jogo? Porquê este filme lunático e impensável? Queria tanto que descesses à terra. Que me tocasses na pele e percebesses o quão ridículo é tudo isto, que nos está a fazer doer tanto. Não me arrependo de ti. De teres sido a minha vida e de eu ter despertado o melhor de ti à luz do dia. Imaginei uma vida contigo. Não um romance para sempre - sabes bem que não acredito neles - mas um caso mundial de impossível separação sentimental e física um do outro.
Queria falar contigo... Mas não sei que te diga, sinceramente. A última acusação que me fizeste foi de mau gosto, crueldade pura de jogo sujo. E ainda por cima, em parte, mentirosa. Nunca pensei ter medo de ti. Mas verdade é que já não me sinto segura em relação a ti, já não és o mesmo, e eu não consigo lidar com ausência de boa educação, e mais que tudo isto, do coração verdadeiro que já foi meu.
E sabes, a única coisa que me impede de morrer feliz, é esta tua ausêcia. É saber que morrerei sem nunca ter voltado a estar bem contigo.
"- Já nem mereçes sequer fazer parte do meu passado."

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

mais além que o céu.

E pensar eu, que já voei mais alto que as nuvens que têm coberto o céu.

homework

Bem, há duas semanas que tenho em mãos um trabalho para Publicidade que só me tem dado dores de cabeça de tanto puxar por ela. A ideia é fazermos um anúncio de imprensa a vendermo-nos. Mas de uma forma representativa, ou seja, arranjar-mos um objecto real que transmita as nossas qualidades mais fortes. Giro, han. Mas para chegarmos mais rápido a estes mesmos pontos fortes tivemos de responder a certas perguntas e justificar. Tendo em conta que as repostas devem seguir a ideia do que a resposta transmite em si e não dependente dos vossos gostos. Como por exemplo, para vos explicar:
Se fosses uma cor, qual serias? Lilás (feminino, positivo, vistoso, independente)
Uma marca (a 'ideia' da marca, não o que vende)? D&G (original, descontraída, elegante)
Um animal? gato (independente, amável, desconfiado, preguiçoso)
Estilo de música? Jazz (acolhedor, expressivo, sossegado, elegante, artístico)
Bebida? Vodka preta (atrevida, descontraída, flexível, forte, misteriosa)
Peça de roupa? langerie (atractiva, segura, sensual)
Obvio está que nem tudo se adapta a vocês, logo faz-se uma recolha de tudo o que se indica a nós e riscamos o resto. No final dará como resultado, os pontos mais fortes e chega à hora de arranjar objecto para elas. Por exemplo: uma pessoa descontraída, alegre e pratica pode ter como objecto umas havaianas, ou uma pessoa espontânea e sexy poderá ser um bikini, tal como alguém louco e extravagante poderá ter uma montanha-russa. Qual quer coisa física é permitida, desde que se seja uma imitação nossa. E eu juro por tudo que é mais sagrado neste mundo que NÃO sei que objecto se aplique a mim. Sugestões, alguém fornece? Talvez um objecto que seja a soma de uma mentalidade aberta, flexibilidade (relativamente a adaptação a todo o tipo de pessoas e situações), espontaneidade e criatividade?
E desafio aos meus leitores que respondam ás perguntas, ajuda-nos a conheçer, acreditem.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

therapy

É um exercício complexo. Simples à primeira vista, mas que mói depois. Quero que cada um de vos pense. Pensar é tão bom. Não há tempo limite para o decorrer do envolvimento nas vossas vidas. Tendo como ponto de partida drástico que se metam na pele de alguém que sabe que morrerá ainda hoje, com a vida que tens, toda a historia que tu tens. Não o quero pensado em geral, de cabeça fria. Quero os olhos fechados e o coração quente. E que te questiones, Morrias feliz? foram precisos segundos para chorar como á muito não chorava, e digo-o aqui a vós sem vergonhas. experimentem. chorar também faz bem.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

pontas soltas.

Circulo triangular, que paira em esfera pontiaguda. Nua. Crua. Sua. Sangra malícias de trocados esquecidos em bolsos. Sujos. Escuros. Fundos. Rebolando em erva azul, sob o céu laranja de um mundo que cedo acaba. Só. Com pó. Igual a gruta dentro de caverna, espinhos caem das paredes. Picam. Furam. Magoam. Quebra-cabeças, puzzle a quem faltam peças. Sem solução. Enigma impossível. A matemática aqui não ajuda. Nem fogo posto em olhos encravados na madeira, nem cérebro que lateja graúdo, como cereal no lume. Algo foi perdido. Mudado. Magoado. Derrotado. Sem volta, promete-se ao vento. Aperta. Mata. Perfura. O peito que se viu nu. Trapos largados em chão, junto a latas sem rotulo. Também esquecidas, também amassadas. Perdoar. Perdoaria-se tudo. Mas não há regresso no cardápio. Lições aprendidas. Não das escolares, das vividas. Da lata sem conteúdo. Trapos sem peito.

21:18

Porque ter coração, só vale a pena se for teu.

domingo, 8 de novembro de 2009

something about love

Ela meteu-lhe nas mãos nos bolsos. Roçou a bochecha rosada e um pouco saliente no casaco de flanela escuro, ao qual ela pacientemente retirava cada fio de cabelo seu ou sacudia por sacudir. Como pretexto para lhe bater levemente. Como brincando, como tanto gostava de fazer perto dele. Ele prendia-lhe o corpo a si, com as mãos no fundo das costas em arco puxava-a para ele com brusquidão e sorria sempre ao ver a expressão de ofensa forçada que ela fazia ou queixando-se de dores de costas. Gozando, como tanto gostava quando o assunto era ele. Depois sorria, apoiava o queixo no tronco agasalhado dele e sorria de brilho no olhar exigindo palavras de amor. Ele dizia-as, a custo, envergonhado, de cara vermelha, mas sempre sentidas. Amava-a mais que qualquer ser-humano no mundo. E ela sabia-o, mas gostava de o escutar, de o ler, de o ver citando tal palavra cobiçada por toda a mulher apaixonada. Ela volta e meia afastava-se dele, rodopiava sozinha, ria-se para o céu pouco aberto e andava sem modos, desajeitada, como uma criança em prado verde na Primavera. Ele ficava sempre de olhos postos nela, e se se afastava deixando-se levar pelos sonhos, segui-a. Sempre protector, sempre fiel companheiro. Quantas vezes tomaram banho juntos, só ela sabia o quanto lhe arrepiava a pele ele tocar-lhe no cabelo molhado. O quanto se abraçavam e acariciavam horas a fio debaixo de agua quente, as inúmeras vezes que ela no embaciado do espelho escreveu o seu nome entre corações, sempre infantil, sempre sua. De noite ele dormia na cama em que tantas vezes fizeram amor, sobre lençóis em que as lágrimas dela também já habitaram e ele limpava-as sem medos. Ela era uma força da natureza, a mais bonita do mundo, dizia-lhe. Dava-lhe tudo o que ele precisava, sem preconceitos, sem medo de errar, só de o perder.

da autoria de Margarida

"(...) e não consigo deixar de te apontar os defeitos porque a tua maior qualidade é saberes viver sem mim."

espetáculo 'cartas ao som de Sting'

onde andas?

Hoje imaginei na minha cabeça um mundo diferente. Situação tão provável como tu voltares para mim. És vulto nublado que paira no tecto do meu quarto de noite, enquanto choro como bebé que anseia o peito da mãe, eu suplico o teu colo. Esse que foi porto de abrigo quando o coração rasgava e era impossível não gritar. Eras um deus de carne e osso, de punhos fechados que ensinei abrir e afaguei o vazias que estavam. Os teus olhos queimavam a minha roupa, para mim eras invulgar, eras para conquistar sem limites. Agora és quem não conheço. Foi como ver o nosso sangue morrer, o corpo paralisar e o coração não bombear mais rigor e vivência. Decidis-te igualizar-te a este mundo que hoje imaginei diferente. Não sabes o quanto isso desilude, o quanto mata a esperança e a vontade de nunca desistir de ti. Imaginei este mundo diferente digno de ti. Provaste-me que afinal não. Que barco sábio do caminho certo, também pode remar para o errado. Pode dar a mão ao mundo cão, e esquecer flor que o olha a distancia, por um dia que mudou a vida de ambos. Seja farsa ou não mundo este que idealizei, os meus olhos serão sempre iguais aos teus. Um tremor de frio e calor. Mais fortes que um rio, mais fundos que o mar.

sábado, 7 de novembro de 2009

bff bff

E amanhã a manhã espera-se animada. Com risos matinais, conversas atropeladas e pouca vontade de sair de casa, e após os quatro pés na rua, de voltar para ela.