sexta-feira, 31 de julho de 2009

por favor.

Não sei quanto mais tempo aguentarei. Queria morrer e regressar no anonimato.
Sem vagões de más energias apenas paz de espírito.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Também é bom recordar.

" tenho saudade, saudade de saber dar-te a mão, saudade de ligar-te e ouvir a tua voz, saudade de ter a certeza que estarias sempre ao meu lado mesmo a 500 km de distância! Aquelas longas conversas em que o cenário era a casa de banho da escola, eram tão confortáveis ... Tenho uns segredinhos para te contar, e eu sei que és a única pessoa que vai manter o segredo guardado durante o tempo que eu te pedir. Tenho saudades de sentir o meu coração a bater por ter saudades de ti, mas o tempo voa .. eu senti o vento soprar e com ele levou o que nos unia. Já lá vai tanto tempo mas ainda te quero voltar a dar as mãos, como dava daquele jeitinho, remember? Só contigo eu sabia movimentar-me, (...). As coisas boas vão embora mas nunca se esquecem. " A.

Deixa-me triste que seja tanto tempo o de nossa quebra, o quanto foi prolongada. O tempo passa muito depressa, demais para afirmar aqui que não foi assim tanto a nossa ausência mutua. Foi sim, ainda mais sendo tu. Porque na nossa altura, horas separadas eram raras. E se as houvesse, o contacto era mantido. Não me lembro de ficar mais de um dia sem falar contigo. E era um amor tão saudável. Sem dependências, sem ciúmes, sem discussões. Nunca falhamos, e a primeira vez que o fizemos foi este afastamento. Contei-te segredos que não contei a mais ninguém, criei por ti um sentimento que não tive por mais ninguém. Eras a minha aliada, a que eu teria cem por cento de certezas que faria qualquer coisa por mim e eu sem dúvida por ti. É surpreendente e notável. Porque foi instantâneo. Como um amor-à-primeira-vista. Havia química e cumplicidade. És a menina dos meus olhos. Esses olhos cor-de-mel clarinhos, os mais bonitos que já vi. Não sei bem explicar porque isto aconteceu, o porquê do nosso afastamento. Não éramos o tipo de amigas que depressa se faz e depressa passa e acaba. Tenho certezas absolutas disso. E sei que pensas o mesmo. Mas, como ás vezes digo, nem tudo tem de ter uma explicação. Foi um erro, isso foi. Mas somos mulheres de armas, crescemos juntas, amadurecemos juntas, então força não nos faltará para acabar com as reticências em que ficou a nossa historia. E começar um novo capitulo. Juntas.

letters. VI

Querido Mar,
é curioso em como com o tempo comecei a conseguir a ver a beleza do meu inimigo. Os meus primeiros olhares a tal ser-humano eram desdenhosos, lotados de vontade de matar e perguntava-me o que é que aquele alguém tinha que eu não tinha. Nunca a conheci. Não faço a mínima ideia de como ela é interiormente. Porque também não precisava. O que disputava com ela era estético. Tinha-mos sido abençoadas por amor a uma criatura viril que apenas se apaixona pelo que a sua boca, os olhos e o órgão sexual conseguem consumir. É rude falar assim. Mas, não é mentira. Ele próprio mo confessava. Ao meu inimigo não. Coitada. Ainda vive enganada. De olhos tão fechados como o céu negro das noites de tempestade no mar. O mar. Tu. O nosso amigo mar. A força que me davas para nunca desistir. Duas oportunidades. Dei-lhe duas oportunidades. E sei tão bem como dois e dois serem quatro em como ele me pedirá uma terceira, uma quarta e uma quinta. Mas por agora o inimigo e a insatisfação dele venceram. É confuso. O que sentia não era amor. Era paixão, loucura, fascíneo. Ninguém sabe o quanto eu o achava deslumbrante. Não o é assim tanto - diziam-me. Mas eu sempre tive gostos esquisitos. Mas nada disso importa. A química tempestuosa que sentíamos um pelo outro perdeu contra o amor que admito ser grande do inimigo e aquela sede dele de mais. Fui substituida, portanto. Por algo menos belo que eu e o inimigo, mas mais prazeroso. Dá-te suor e gemidos ao ouvido. E é disso que tu gostas. Espero que um dia mudes. Que te tornes homem de uma mulher só. Porque, verdade seja dita, mulheres que aceitam o que eu aceitei para ficar contigo não há assim tantas por aí. A quantas já mentis-te? Quantas vezes já trais-te e magoas-te quem não o merecia, apenas por algum tempo de diversão? Todos os dias, todas as semanas, meses e anos. E és tão pouco cuidadoso. Estávamos juntos em todo o lado, e tu despreocupado. Como se não fossemos ambos caras conhecidas destas bandas por onde nos movemos. Nunca te perceberei. Muito menos como é possível que essa tua maneira de ser me atraia tanto. O quanto me excitava o perigo de escândalo, da bomba rebentar e haver uma maré de nomes feios disparados, lágrimas e justificações a tanta mentira. És o maior criminoso que conheci na vida. E eu, foi de sorriso na cara e coração a palpitar, que ajudei e escutei todos os mais cruéis dos crimes. Os que perfuram sentimentos fortes. Os tais que difícilmente chegará o dia em que serás capaz de saber o que é. E sabes, ainda não fiz o meu luto pela seu abandono. Ainda não chorei a dor que sinto. Passava tanto tempo sem ele, a só receber amor quando o telemóvel tocava e me pedia desesperadamente que fosse ter com ele. Que agora não sinta a ausência. Foi sempre uma paixão ausente. Mas não me orgulho do que fiz, mas não me arrependo. Cresci com tudo isto e embora tudo, tu meu mar, e ele meu antigo amor, estiveram comigo numa das piores fases da minha vida. Não tenho vergonha de dizer ao mundo quem fui enquanto estive com ele. Porque no meu coração não havia maldade, apenas paixão quente. Fui contra as regras do certo e errado. Fui corajosa para alguns e alguém sem descaramento para outros. Embora o amor não seja justificação para nada, a verdade é que por vezes erramos por sermos levados pela música dele e pela esperança miúda de que pode mudar, para melhor.
saudosa,
Mafalda
"- tenho saudades tuas
- eu também. quando é que queres?"

interior que sobressai.

Será a diferença na alma uma raridade tal que ao ser achada é milagre? Estou só a divagar. Mas, como eu sou apaixonada por um certo exagero e a espontaneidade! Perdoem-me os "críticos" que por aqui me lêem. Só que haverá felicidade maior do que aquele que é desinibido e quer o melhor que lhe for possível ter? Não gosto muito de pessoas modestas, sinceramente. Gosto da humildade, da ausência de convencionalismo. Que se saiba ser oportuno quando o assunto somos nós mesmos. Mas não que se seja muito modesto. Se temos valor, que tenha-mos então noção e gosto por ele. Ai como eu adoro um ego refinado.

autoria de Joana Lino.

«O amor não se resume a beijos e gemidos, quando doí cá dentro é preciso dar ouvidos.»

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cuscuvilhiçes

(Retiradíssimo da U, quem quiser também está a vontade)
Sublinho a cor:

Formaste-te na Faculdade
Fumaste cigarros
Ficaste inconsciente de bêbedo
Foste a todas as diversões de um parque
Coleccionaste algo mesmo idiota
Foste a um concerto de rock
Pescaste
Dançaste numa discoteca -oh, tantas.
Seguiste alguém no metro ou na rua porque o/a achaste interessante
Viste 4 filmes numa noite
Passaste 3 dias ou mais sem dormir -tenho insónias á dois anos e tal.
Mentiste a alguém

Acabaram um namoro contigo
Alguém te encornou
Cheiraste cocaína
Baldaste-te a uma aula
Fumaste ganza

Estiveste num acidente de carro
Estiveste num tornado
Usaste drogas pesadas
Viste alguém morrer
Estiveste num funeral
Ardeste um bocado de cabelo
Correste numa maratona -e não sei como é que sobrevivi.
Voltaste de uma saída com um buraco de cigarro na roupa

Tiveste os pais divorciados
Choraste até adormecer
Gastaste mais de 200€ num único dia -não tenho certezas, mas é bem provável.
Voaste num avião
Engataste alguém
Foste engatado/a

Escreveste uma carta de dez páginas
Velejaste
Cortaste uma parte do corpo propositadamente
Tiveste um melhor amigo
Perdeste alguém que amavas
Roubaste algo de uma loja

Estiveste na prisão
Foste suspenso
Foste culpado por algo que não fizeste
Roubaste livros de uma livraria
Foste a outro país -a dois.
Abandonaste a escola
Estiveste num hospital psiquiátrico
Leste um livro do Harry Potter
Viste um filme do Harry Potter
Tiveste um diário online

Disparaste uma arma
Jogaste num casino
Participaste numa peça de escola -no infantário.
Foste despedido
Nadaste com golfinhos
Beijaste alguém do sexo oposto
Beijaste alguém do mesmo sexo
Escreveste um poema

Votaste no BB/Operação triunfo/Ídolos
Telefonaste para o Toca a ganhar
Leste mais de vinte livros num ano -tenho quase certeza que sim.
Amaste alguém que não podias ter

Ficaste confuso acerca da tua sexualidade
Usaste um livro de pintar depois dos 12 anos
Fizeste uma cirurgia
Levaste pontos -na testa e no queixo, mais que uma vez.
Fartaste-te de esperar pelo metro/autocarro e apanhaste um táxi
Tiveste algum problema com álcool ou drogas
Participaste numa luta
Sofreste qualquer forma de abuso
Pintaste o cabelo -já algumas vezes.
Fizeste uma tatuagem
Fizeste um piercing -obviamente.
Tiraste só notas 20
Estiveste entre os melhores alunos da escola -no básico.
Foste mandado para um psicólogo
Foste algemado
Conheceste alguém com HIV ou SIDA
Tiraste fotos com uma webcam
Começaste/ias começando um incêndio
Deste uma festa quando os pais não estavam em casa
Foste apanhado na alínea anterior
Fizeste amigos na net e conheceste-os ao vivo -e valeram todos a pena.
Namoraste alguém conhecido na net
Fizeste várias tags como esta só para passar o tempo

quinta-feira, 23 de julho de 2009

(tonight) - música.

«Eu lembro-me das horas que passamos juntos (...) tinhamos um milhão de questões,
todas sobre as nossas vidas. (...)
Eu queria que estivesses aqui comigo, hoje à noite.
Eu recordo-me os dias que passamos juntos. Não foram suficientes. Sentia-me como se estivesse num sonho.
Nunca pensei que não te teria aqui agora, porque doeria imenso.
Esta noite eu cai e não me consigo levantar, preciso das tuas mãos firmes para me levantarem.(...)
Lembro-me de quando tu me contas-te quando eras pequeno e todas as outras coisas que me disses-te naquela noite que não podiam esperar. (...)
Lembro-me de quando te sentas-te e me contas-te sobre o teu deus,
e em como não se olha para trás mesmo que mais ninguem acredite em nós.
Como magoa ás vezes, não te ter aqui... (...)
Sinto saudades tuas todas as noites

summer love.


Para crescer é preciso alimentar. E não vão ser esses olhinhos azuis a fazer tudo.
Ainda assim és a seiva que extraiu da minha árvore da esperança. E és doce, doce.

detalhes da tua ausência IX

No outro dia "chamaram-me atenção" em relação a ti. Uma observação inocente mas que me fez sair de onde estava com as lágrimas a tentarem ferrar-me os olhos. Porque a palavra meu vem sempre antes do teu nome, quando eu falo. Juro por tudo que nunca tinha notado. Nunca tinha dado por nada. Meteste-me maluca, e espero que tenhas bem noção disso.
Admiti-te que tenho saudades tuas. Disseste-me que crescesse. Se a ideia era magoar-me, meu querido, uma enorme salva de palmas para ti. Conseguiste.

Diário.

Saí do carro de expressão carrancuda e fechada. Nem olhei para ela. Dirigi-me à traseira do Agila e abri o porta-bagagens. Tirei o meu saco da Fnac com a minha mala para a maquina fotográfica e o saco do continente com as minhas ultimas duas aquisições de cremes Nivea e Garnie. Fechei-a com força. Ela disse-me "Adeus, até amanha". Não olhei para ela mesmo assim, atravessei a estrada e desci com dificuldade a escadaria escorregadia. Ouvi o carro arrancar, e muito baixinho soava Adriana Calcanhoto do rádio dela. Apetecia-me gritar, alto para que todos me ouvissem, e mandar os sacos das compras fora, sentar-me na escada e deixar as lágrimas avermelharem-me os olhos. Mas não o fiz. Tenho demasiado a mania para o fazer ao pé de pessoas que não conheço de banda nenhuma. Por isso deixei-me só olhar o carro desaparecer na curva logo a frente, e como pontapé violento na consciência imaginei se ela tivesse um acidente. Arregalei os olhos e chamei-me nomes «Estúpida, para que é que estás a pensar assim?». Desci o ultimo degrau da escada e andei pelo passeio. Tinha a cabeça cheia. Mais que o meu saco da Fnac com aquela mala preta enorme. Tenho a porcaria da maquina a tanto tempo e ainda não tinha comprado a porcaria de uma mala para a levar e guardar mais protegida. Devia estar a espera que ela se estraga-se ou assim «Estúpida, já tens a mala porque é que estás a pensar nisso?». Lembrei-me então de novo dela. Há muita coisa que nunca lhe disse. Ao contrario dela, que me diz tudo sempre que o tema é ofender. Eu ao menos calo-me. Se abro a boca é para discutir. Naquele momento apeteceu-me dizer-lhe coisas. Dizer que apesar de ela não me perceber, de não aceitar a minha forma de ver as coisas, não compreender os meus sonhos, as minhas ambições, achar que sou fútil e feita á base da imagem, que embora ela pouco fizesse por mim, o não me dar o valor devido e importância suficiente para tomar decisões de maior porte para além de a ajudar a comprar camisolas, o eu travar autenticas batalhas para a tornar mais importada com a aparência e feminina ela achar que a estou a chamar de feia e gorda, que apesar de ela não confiar muito em mim, não gostar dos meus amigos, me achar influente e uma miúda pequena despreocupada com o futuro, me deitar constantemente a baixo, e achar que sou diferente deles todos por imbirrância e achar que tenho vergonha de poder vir a ser as pessoas que eles são, e achar que o caminho que estou a seguir me vai levar ao fundo do poço... que ela é minha mãe. E que há quem tenha uma pior que ela, que apesar de tudo aquilo não deixo de gostar dela e que ela tem muitas qualidades. Que não aceito certos pontos das suas personalidades porque podem ter boas virtudes mas têm imensos defeitos. Que não tenho vergonha deles, apenas quero ser o melhor que puder e á minha maneira. Que gosto muito dela, mas que nunca mudaria por ela.

(remember december) - música.

«I feel a separation coming on cause i know that you won't stop in moving on
I wish it would snow tonight hold me and avoid a fight
Cause I feel a separation coming on
Just prove that there is nothing left to try
Is it truei kinda wish it'd snow tonight? you kiss me with those open eyes
It says so muchit's no surprise to you, but i've got something left to say
Don't surrender, surrender, surrender. Please remember, remember December!
So realize back thenhow you feel tonightdo what they saydon't go that way
Remember, remember December. Please remember!
You say you wouldn't let them change your mind
cause when we're together fire melts the ice our hearts are both on overdrive
come with me let's run tonight these memories you left behind
I remember that together. We both promised that forever.
We could do thisfight the pressure
I remember December

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Humor #1

1. Dizem que "quem ri por último ri melhor", na minha opinião acho que não se ri assim tanto. Porque se riu em último foi porque não percebeu a piada e ri-se para não parecer mal.

2. Uma das famosas prevenções para a Gripe A é lavar muitas vezes as mãos. Porque se nós já tivermos o virús instalado, lavar as mãos servirá de muito. Anda tudo aí preocupado com a cura para a doença, mas afinal basta dar um banhinho aos doentes.
Yeah, i'm a genius.

horizontes.

Preciso de ti, tal como o mar precisa de maré.

terça-feira, 21 de julho de 2009

entrenhado.

Ele espumava da boca, á velocidade do leite do pacote a cair no copo de vidro. O stress instalara-se na casa, naquele pequeno pedaço de paraíso estético. Seria-o também emocionalmente se não fosse tais anomalias frequentes na saúde das crianças que por lá habitavam. Era fim de tarde, e a noite anunciara-se longa e desconfortável. Era uma cabana, madeira gasta, farrusca e aparentemente desarrumada. A criança estendera-se involuntariamente no chão, caíra como peso morto e fizera um estrondo. O vaso caiu, a outra criança, uma das meninas, chorou. Não pela criança a morrer, pelo vaso partido. Não gostava de agua, muito menos perto de si. A criança no chão fixava o olhar no tecto. Curiosamente aquela madeira no tecto ainda tinha cor de madeira. A madeira que nos filmes só tem aquela cor no Natal, para dar um ar mais festivo e os tons de castanho acompanharem o vermelho e os dourados. Jogos de cores para atrair o consumismo. E a criança no chão. Não a pensar nisto, nem em nada. Está a morrer, devagar mas sofrendo mais do que a tenra idade lhe tinha alguma vez permitido pensar ser possível. Chegou outra criança, expressões vazias, contornos pouco definidos e cabelo ruivo. Gatinha o mais que pode para ao pé da criança que morre. Chama por ele, deita-se ao seu colo. Faz, sem o saber, pressão no tronco, e mais difícil é respirar. Mata-a mais depressa, então. A criança que revira os olhos e expulsa liquido da boca agradece. Quer que acaba a dor retorcida no seu interior, seja de que forma for. O rapaz mais velho, ainda que criança de cabeça igual a dos outros, entra no corredor. Vê a cena, deixa cair o garrafão da agua sem tampa que carregava para a casa de banho. A criança com medo da agua entra em pânico total. Grita como se lhe tivessem a espetar laminas nas costas. Produz uma expressão de terror no olhar assim que a agua atinge os seus pés descalços. Corre e pisa a criança quase morta. O bebé no colo desta rebola para o lado, mete para se segurar a mão na saliva que escorreu da boca da outra para o soalho. Limpa-a ao casaco rendado velho e grande para o seu minúsculo tamanho. A porta estragada da rua abre. Chegam as crianças gémeas, a tensão sobe. Têm deficiência, ambas, de igual amplitude de gravidade. Que é muita. Não se apercebem do real da situação, correm para a criança que espuma da boca, sorrindo, como se de um jogo se trata-se. Está morto.

(don't forget) - música.

«Tu esqueceste-te que ainda estou viva? Esqueceste-te tudo o que tínhamos?
Tu esqueceste-te de mim? Arrependes-te de teres estado ao meu lado?
Esqueceste-te o que nós sentíamos por dentro? Agora só me resta nos esquecer.
Mas em alguma parte nós erramos, nós éramos tão fortes!
O nosso amor era como uma canção, não te podes esquecer disso. (...)
Tu arrependes-te de sempre me teres segurado na mão? Nunca, por favor não esqueças, não te esqueças.
Tínhamos tudo, estávamos prestes a nós apaixonar ainda mais. (...)
Todas as fotos foram queimadas e todo o passado apenas uma lição que aprendemos.
Não vou esquece-lo, por favor não o esqueças também. (...)»

sábado, 18 de julho de 2009

detalhes da tua ausência VIII

O desconhecido sempre foi algo que me dizia que me defendesse e protegesse a minha intimidade com toda a força e garra que tinha. Quebras-te o meu escudo. Furas-te de punho cerrado a placa nublada em minha volta que me afastava dos curiosos ou interessados. Nunca percebi se gostava de assim ser, era mais o habito e o medo que me tomavam as acções de me resguardar do resto. Melhoraste-me, e este meu instinto manteve-se em stand-bye.
Crias-te um mostro. Aprendi muito contigo, mas desaprendi também. Tornei-me exigente - ainda mais - insatisfeita, sedenta e depois, por loucura minha, sozinha. Ver-me só de novo fez com que o instinto e o meu estrago pessoal se sentissem como uma criança que aprende a falar e depois ficasse de seguida anos sem o fazer. Misturou-se tudo mas eu julguei-me adulta suficiente para saber lidar com qualquer situação que viesse dali para a frente. Mas tenho feito tantas asneiras que agora tenho certezas de que não o sou assim tanto. Não me estou a desculpar, muito menos a culpar-te. Só a constatar factos. Não sou tão madura como pensei e tu, queiras ou não admitir, formaste-me como se eu fosse depender de ti a vida toda. E sabes de longe que não era o que eu queria de todo. Não o ficar contigo para sempre, mas a parte da dependência. Lembro-me de quando gozava contigo e dizia que não eras meu namorado mas sim a minha minha melhor amiga. Porque verdade seja dita, e por mais que as minhas duas meninas agora me venham dar nas orelhas, era a mais pura das verdades. De todos os amigos de antes, hoje ou que viram. Tu eras o melhor. E, mesmo de orgulho ferido, digo que o serás sempre. O melhor amigo que algum dia tive em mãos. Dizeres-me agora que já não me amas. Não sei descrever a sensação. Foi como um género de alivio por ti. Porque se acabaram as dores esgotantes, os choros nocturnos, os pensamentos de te perguntares em que é que falhas-te e porque é que eu te deixei. Agora tens o coração solto, e mesmo sabendo que difícilmente o abrirás de novo para alguém, ao menos já não sou mais um tema em que ocupas a cabeça e esse coração tão admirável. Estejas em casa ou realmente numa cama de hospital, fale bem ou não contigo, quero mais que tudo neste mundo que sejas forte. Tanto ou mais como pensas-te eu ser quando me conheceste.

Eu não me queria começar a expor tanto, mas merda, há outra maneira de tu me ouvires sem mal escutes me venhas com a tua argumentação nata para cima?!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

«Ser ou não ser, eis a questão»

Muitas pessoas me caracterizam como sendo eu o lado mais espontâneo e 'extravagante' que elas mesmas in ou voluntariamente tentam estinguir, esconder ou simplesmente não têm coragem de agir ou fazer. Ainda não percebi é se isso é assim tão bom ou se é mau.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

(acabou, até te esqueçer) - música.

«Acabou, não interessa o que falhou. E não me interessa o que não mudou, eu e tu sabemos o que se passou (...)
Magoaste-me, eu perdoei. Foi mentira mas acreditei. Custou, mas acordei. (...)
Por mais que custe, eu vou ser capaz! Juro a mim mesmo não voltar atrás.
Vou ter saudades mas tu não vais saber, vou pensar em ti até te esquecer.
Acabou, sim acabou. Acabou e não quero mais. Acabou e não chores mais.
Não há dor nem desgosto que o tempo não cure. Se eu amei e acreditei que ninguém me censure. (...)
Se perguntarem por mim diz que comigo está tudo bem,
que não deu certo mas que a culpa não é de ninguém. Só é quando tiver de ser.
Vou pensar em ti até te esquecer. (...) Quando me vires na rua sorri, mas continua. (...)
Dizias que amavas mas não mostravas, sabias que erravas mas nunca mudavas. (...) Chegou o fim. (...)»

quarta-feira, 15 de julho de 2009

World Press Photo 09

Eu fui, gostei, mas sinceramente estava a espera de algo muito mais extraordinário. Mas não deixo de aconselhar a visita !

segunda-feira, 13 de julho de 2009

abcdefghijklmnopqr

Senti o ardor. Como se fosse a cruel ruptura de uma amizade em bodas de ouro no que trata a cumplicidade, não em datas. Vai na volta, até foi mesmo isso. Senti no decorrer de segundos o aperto de horas no coração carente de quando as coisas corriam melhor. Não querendo exagerar, foi como se por semanas corridas tivesse passado de teletransporte para um mundo diferente. De admirar, de querer conhecer mais. Saudavelmente, sem fanatismos. Tive cuidado ao tecer o tecido, no acrescento ao bordar, como quem se dedica a algo bom para a cabeça e o coração. Que o distrai. E, puramente, sinto o meu empenho atirado pela tal janela fora. Ainda que nem o tenha acabado. Sendo-nos sincera, no inicio(?)

domingo, 12 de julho de 2009

good friendship.



neste preciso momento é o que sinto. tal como porventura o facto de me estar agarrar a algo que não existe.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

E olha, eu também quero falar da crise !

A crise tem piada. Tem piada pelo seu ridículo geral. Há menos dinheiro. Ai há? "E os preços sobem." Há! Então se há menos dinheiro, vamos mas é subir os preços! Pois claro. Pergunto-me é para quê. Para se comprar ainda menos? E se se comprar ainda menos... os preços vão subir mais (?) E se deixarmos simplesmente de comprar, espera, não me digam que vão meter o pacote de leite da "É" ao preço de um ipod? Ridículo por ridículo, eu até me ria disso. Ok, se calhar estou a exagerar. Vai na volta sou eu que sou uma má língua e venho para aqui falar do que não sei. Mas aí é que vocês se enganam! Sei muito bem o que é a crise. Agora que venha a derradeira pergunta tão ouvida: Mafalda, tu "sentes" a crise? E eu vou responder: Eu não, o meu ego sim. Aliás, o meu ego está cada vez mais numa depressão exaustiva que nem se lhe aguenta. A mim não me falta nada, verdade seja dita. (e faz confusão dizer isto) Tenho, como se costuma dizer, "comida e roupa lavada"! Mas a minha vaidade anda transbordante de sede de pagar aquilo que não tem. E o meu corpinho e organismo sedento das suas futilidades das marcas. Eu até meto em causa que eu seja um pouco picuinhas, mas as coisas são diferentes! Falo de qualidade do material, nem falo do «giro» ou não. Não me venham dizer que um casaco cor de rosa da Primark (por exemplo) e um casaco cor de rosa da Mango (por exemplo) é a mesmíssima coisa. Não é. O tecido, a qualidade do tecido é diferente. Paga-se mais, mas por algo melhor e mais duradouro. Dou outro exemplo banal: eu paguei três euros por uns óculos de sol verdes ás riscas na Primark, onze euros por uns óculos amarelos a aviador na C&A e quinze euros por uns óculos brancos e rosa de massa da Claire's, tudo mais ou menos num espaço de 3 meses. Quais são os que ainda existem? Os da Claire's. Não quero fazer propaganda a porra de marca nenhuma, nem incentivar a comprarem as ditas marcas boas em vez da feirinha ou da loja baratucha (que agora até essas deixam de o ser). Mas, não compensa comprar mais caro? Os meus óculos verdes duraram duas semanas e pouco! Os rosa e branco ainda estão como novos. "Oh Mafalda, tu não tens é cuidado com as coisas." Bem visto, é verdade, não tenho lá muito. Mas trato-os todos por igual, o pouco cuidado que tenho com uns óculos tenho com os outros dois também. Portanto, caro governo, ministro da economia, vendedores e afins, vamos a baixar os preços. As minhas mãos já suam só de entrar na Desigual, ver aquela roupa que é cem por cento a minha cara, vestir uma camisola de oitenta euros e ter de a deixar por lá porque o meu cartão de crédito está fraquinho. "Talvez nem sempre, mas maioritariamente todos nós temos oitenta euros na carteira por mês." Têm? E quem o dá? Os meus papás a mim não me dão dinheiro. E mesmo que mo dessem, não posso gastar tudo numa só peça de roupa. Sou capaz de "armazenar" dinheiro. Se for preciso sei ir juntando. O problema é que eu preciso sempre de qualquer coisa - o único sitio onde não gasto dinheiro é em sustento para o meu peso - e na verdade o meu ego precisa. A minha mãe diz que eu vivo noutro planeta. Mas vejam, alimentos! Não tem um sabor diferente de marca para marca? De superfície comercial para lojinha de esquina? Eu tenho culpa de haver coisas que gosto compradas num sitio e outras noutro? Háde calhar alguns serem mais caros e as outros mais baratos. Eu cada vez como menos! Menos variedade (e por acaso isso anda-me a preocupar). Eu não como peixe, para mim peixe é intragável. Há quem não como carne e seja vegetariano. Eu não como peixe, olha, também sou gente. Não gosto de legumes, acho que devem muito ao sabor, portanto não como. Nem doces nem toda uma montra de pastelaria (tirando a preciosidade do chocolate e do mil-folhas). Em relação á carne também estou a deixar de comer algumas coisas. Sou contra a alimentação á base de animais, e isso sobe-me tanto ao cérebro que pouco a pouco vou excluindo alguma variedade da minha ementa. Mas não como verduras, portanto não posso ser vegetariana. Solução: não como. E se como pouco da tão imensa roda dos alimentos, ao menos que me deixem comer daquilo que gosto. Estou farta da crise e do seu grande escândalo nos media. Dou uma sugestão em relação a roupa: Façam uma loja do estilo Primark ou C&A/Clock House, mas com material bom e uma variedade de bom gosto estético. As pessoas gastavam em mais coisas o mesmo que gastam numa só peça numa outra loja. Em vez de comprarmos umas calças a quarenta e cinco euros compram duas e uma t-shirt, por exemplo. Isto também em relação á tecnologia. Preciso de um flash para interiores, de uma lenta mais ampla e de um tripé médio para a minha bichinha e ainda não tenho nenhum dos três. Eu não me governo com uma lente de 35-70mm e outra de macro! Tenho a mania das grandezas se calhar. O meu avô diz que um dia vou cair do cavalo. Mas eu não consigo tolerar o baixar de braços e aceitar o que este país tem que nos fazer engolir. Talvez eu me chateei para nada, porque no fim das contas andei revoltada para continuar tudo na mesma. Mas nessa altura logo se verá. Hei de ter as coisas como acho que não só eu, mas todos devíamos ter. E não será o passo do país pelo corredor da morte, epidemias financeiras ou crises mundiais que me vão tirar esta ideia da cabeça. O mundo só está assim porque as pessoas o quiseram. Sempre fomos livres, se estamos no purgatório foi por opção nossa (nós o mundo) ninguém nos obrigou a nada.

terça-feira, 7 de julho de 2009

sem sol

Eu nunca esperei que a manhã chegasse. Para mim, apenas a lua se punha no varão do horizonte. Era iluditório que o sol espreitasse, seria demasiada fantasia para a pele arrepiada, gretada, com varizes e rugas da velhice. Mas chegou. E mentia se não admitisse que me esquentou o sangue gélido. Já não sou menina, nem sequer esposa. Sou viuvá e mulher velha. Moro em arredores da Amareleja, a dita terra em que o sol se exprime tão forte, e eu, nunca vi o sol. Não o da minha alma. Da minha própria alma.
Os dias são arquitectados por vagões de calafrios, tempestades revolucionarias a pingar das paredes. Chama-lhe dor. Mas a mim, no auge da verdade, doer doí-me pouco. Não conheço assim tantos sentimentos para lhes dar nome. Não sou infeliz então, sou somente só. Sem manhãs. Sem sol exaustivo. Com furacões epidérmicos desregulados. Sem amor, só saudade.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

no meio de tudo, eras como oxigénio.

"só mais uma vez, o amor que a gente fez."

(você não vale nada) - música.

«-Tu não vales nada mas eu gosto de ti. (...) Tudo o que eu queria era saber o porquê.
Brincas-te comigo e baralhas-te a minha vida. E este sofrimento não tem explicação.
Já fiz quase tudo para te esqueçer. Vejo as horas a morrerem, não posso acabar na tua mão.
O teu sangue é de barata, a tua boca de vampiro.
Qualquer dia dou-te um tiro, em vez do meu coração. (...) Dá-me uma explicação!
-Eu quero ver-te sofrer (...) e vou-te fazer chorar, humilhares-te e correres atrás de mim (...)»

domingo, 5 de julho de 2009

J'ai style

Odeio modas. Não me confundam. Haja paciência.

made in novela.

"Meu querido Luís Bernardo, o que a inglesa lhe foi fazer. Brincou consigo e depois voltou para o marido... uma situação tão velha quanto a História."




a carapuça serviu.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

(quando a chuva passar) - música.

«Para quê falar? Se tu não me queres ouvir. Fugir, agora, já não resolve nada.
Mas não vou chorar se quizeres partir. Ás vezes a distancia ajuda. (...)
Nós só queriamos amar e amar, e hoje eu tenho certeza
que a nossa historia não termina agora.
Pois esta tempestade um dia vai acabar. (...)»

experiências.

A questão não é pelo que se passa na vida, mas sim a intensidade com que se vive a altura.

letters. V

Querido mar,
é a primeira vez que te escrevo de seguida, sem aguardar a tua maresia entrar-me pela janela do quarto, pela manhã que tornas fresca. Mas, agora acho-me ridícula. Pelo simples facto de te ter pedido auxilio. Lutarmos contra amor? Não é no mínimo ridículo? Julguei ser no teu cobertor azul esverdeado o meu sucesso. O local ideal para deixar o meu pequeno barco navegar á deriva, e pescar quem me contemplasse. Não escolhi. Estas coisas não se escolhem. Vi-o nadar e aos seus olhares de esgueira, as palavras e melodias que lançava a cada salto temporário para dentro do meu barquinho. Quis eu muda-lo... Quis eu que tu, meu amado mar, me ajudasses a puxa-lo para bordo e fazê-lo mudar a ponto de perder o instinto selvagem de regressar sempre á agua. Á sua liberdade. Sou só um corpo de alma com restos de sonhos, ele uma lei da natureza. Á maneira dele, sempre esteve apaixonado. Fui eu só mais uma. Mais um crime. De livre vontade a minha. Ele tem as suas próprias regras, ou talvez ausência delas. É viver, "deixar fluir" como me dizia. Quantas foram as vezes que estive para mergulhar em ti? Me deixar ficar inerte no teu interior, com ele, sem fôlego mas cheia de carinho a sangrar dos lábios. Ele iludiu tanto... Ele desejou-me tanto. Como poderia eu voltar ao porto, se com ele me sentia como peixe na agua (?).
agora somente tua e de mais ninguém,
Mafalda
"- gosto tanto tanto tanto de ti, meu Deus!"

quinta-feira, 2 de julho de 2009

letters. IV

Querido mar,
dá-me forças para esquecer. Mergulha em mim, no meu coração enfeitiçado e apaga-lhe o recheio. Já não me importa as consequências. Não me importa que desaprenda o que aprendi. Só quero partir de um zero. Mata-me, e faz-me nascer de tuas gotas que salpicam ferozmente ao embater nos rochedos. Dá-me existência selvagem, fria e sem consciência. Tira-me o que tenho a mais. Por favor, suplico-te. Tens tanto poder, tanta imensidão... seca-me para sempre as dores e os amores. Mete a minha pele da temperatura que tens lá bem no teu fundo. Eu não quero mais nada.
E que me afunde em ti, se voltar a colocar os pés pelas mãos.
ainda tua,
Mafalda

detalhes da tua ausência VII

Odeio mudanças, obras, qualquer tipo de situação que envolva vasculhar o passado que cada divisão da casa escorre na (in)feliz tarefa de mandar fora ou empacotar em caixas de cartão enormes. Odeio encontrar as ditas poeiras que escondi o máximo possível para não as voltar a ver. Não voltar a recordar. Já tenho demais em forma de pensamento perfurador das entranhas corporalmente vitais. Odeio. E lá pareces tu. Pedaços teus, a toda a hora. Odeio. Maldito vicio que ganhei a uns tempos para cá. Porquê guardar, escrever sobre o melhor e o pior que me rompe o quotidiano? Odeio. O meu quarto transpira-te. Não me deixa fugir, não me deixa perder o sentimento de falta que fazes. No meio da minha tonelada de roupa. Preta. A tua tshirt. Eu, mais lágrimas.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

(my immortal) - música.

«Eu estou tão cansada de estar aqui, deprimida por todos os meus medos de infancia.
E se tu tiveres que ir, eu desejo que vás já.
Porque a tua "presença" ainda está aqui, e isso não me deixa em paz.
Estas feridas pareçe que não cicatrizam, é uma dor muito real
É simplesmente mais do que aquilo que o tempo pode apagar.
Quando tu choras-te eu limpei todas essas lagrimas,
quando gritas-te eu lutei contra todos os teus medos.
Eu segurei-te a mão todos estes anos! (...)
E agora estou limitada pela vida que tu deixas-te para trás
O teu rosto assombra todos os meus sonhos que já foram bons,
a tua voz expulsou toda a sanidade mental que eu tinha! (...)
Eu tentei com todas as minhas forças dizer a mim mesma que tu te foste...
E embora tu ainda estejas comigo, eu tenho estado sozinha este tempo todo. (...)»