terça-feira, 30 de novembro de 2010

20:41

És o meu pedaço de céu, o meu oxigénio, o meu sangue, a minha saliva. És a minha paz, o meu sossego, o meu maior prazer e o meu único alimento. Mas mais do que isso és a segunda metade do meu corpo e o meu coração inteiro. És o meu consolo e felicidade, és o meu ultimo capitulo sem um fim possível.

por quem?

A verdade é que tenho saudades daquelas melodias. Das emoções que elas surtiam em mim, da época que simbolizaram, do afecto, da refundida carência. Recordam-me os meus primeiros passos pelas letras, pelas leituras, pelas escrituras. Esses temporais de mim como aprendiz linguística, de raça branca e coração negro. Eram o passaporte para o mundo das letras, dos significados, do mais difícil de pronunciar ao que não deveria jamais ser lido. E eu lia. Lia-os a todos porque eu era assim. Era fugaz, era dada a quem me quisesse levar, não por necessidade, mas porque acreditava realmente que era capaz de fazer os que me rodeavam feliz - tal como os que me tinham e os que me desejavam. As letras das músicas ajudavam. As traduções para o só meu português, a interpretação à senso comum, eram tudo indicações de nostalgia e ambiguidade. Escrevi muito, escrevi mesmo muito. Escrevi até o lápis ser tão pequeno que não o conseguia segurar nos dedos, e até as letras secarem nos meus lábios sonolentos. Escrevi até o meu coração parecer finalmente vazio, mas ele transbordava, e voltava a encher.
Preguei muito. Preguei ao mar, à terra, à esperança, ás ruas do destino e à luz ao fundo do túnel. Rezei. Porque rezar foi, em alturas, a minha ultima esperança, a minha última salvação. Verti lágrimas enquanto escrevi, preguei e rezei a um deus em que nem sequer acredito. Rezei para e por mim. Porque precisava de ter fé em mim própria e nas minhas palavras. Precisava do coração vazio, para o voltar a encher de novo. Como um ciclo interminável, por vezes saudável mas angustiante de tão salgado.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

days days

Tive um fim-de-semana absolutamente medonho. Fui para as Alhadas, na Figueira da Foz, onde a minha avó tem uma casa de férias. Os meus pais decidiram dar um festão para os amigos no domingo. Até aí, tudo bem. Problemas: estavam 4 graus de dia e não-sei-quantos-negativos de noite ou seja completamente insuportável habitar naquela casa ou sequer dormir, a casa tem 3 pisos logo houve muito que arrumar e limpar, a casa é mesmo junta a uma nacional - passam poucos carros mas quando passam é a uma velocidade que decerto rasga os limites legais da segurança rodoviária ou seja um perigo -, eu e a minha irmã temos um quarto comum e ela naquela noite decidiu falar enquanto dormia e vocês não têm noção do meu pânico a qualquer coisa que envolva distúrbios de sono ou sonambulismo (eu tive insónias durante 3 anos, mas elas não incomodam nem assustam ninguém sem se a própria pessoa), estava um pássaro morto atrás do frigorifico - e isso sim foi o pânico total, eu e os bichos não nos damos, principalmente pássaros e principalmente mortos -, os telemóveis não têm rede a não ser no meu quarto no segundo andar ou deves em quando numa janela da sala (e muito pouca, portanto só mensagens, telefonar estava completamente fora de questão), queimei uma mão na lareira, etc etc.
Para compensar hoje, ainda que cheiíssima de sono, recebi o meu trabalho de Publicidade sobre As estratégias de Comunicação da Campanha de Lançamento da Martini Rosato (tema escolhido por mim) e tive 18 valores. Nota que me compensou de imediato as 5 horas seguidas sem um único intervalo que passei em frente ao computador para o fazer. Sexta-feira em principio irei com a minha querida mãe fazer as últimas compras de Natal para a família e umas coisinhas para mim, e depois quanto aos meus, logo se vê. Maior problema: prenda para o senhor meu namorado.

Ah! Amanhã à tarde vou fazer a parte fotográfica do anúncio sobre os deficientes motores. O meu pai falou com o enfermeiro-chefe de uma das clínicas da empresa e conseguiu-me uma cadeira-de-rodas para eu fazer o trabalho. Est parfait!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

«Porque tem de ser, e o "tem de ser", tem muita força»

O alçapão estava intocável à mais de uma década. Com o seu cheiro característico a humidade e alfazema. E nem o queria acreditar. Ainda eram frescas as minhas memórias, em que brincava sobre e dentro dele com as bonecas de porcelana. Penteava-as, vesti-as e roçava-lhes as unhas porque adorava a sua textura. Imaginava-as como um bando de filhas minhas, todas lindas e muito brancas - porque as princesas dos livros têm a pele muito clarinha. Mas agora ali estava eu, a empacotar trapos velhos e louças horrendas que me foram herdadas mas nunca as usei. Ia-me mudar, para um país onde nem sequer a minha língua se falava. Mas tinha de ser - e como sempre me disse o meu pai - porque o "tem de ser" tem muita força. E o meu tinha, porque preferi aceitar a protestar. Custou. Mas não ganharia nada com aquilo. Só mais amargura para aqueles que, também como eu, tiveram que ter um tem de ser bem fixo na sua mente. Era difícil abandonar a cidade que nos colheu. Que nos iluminou pela primeira vez os olhos, a única terra que sentimos nas palmas aos primeiros passinhos e o primeiro país que pronunciamos com a sua língua. Tinha algo de doloroso, mas de ambíguo também. Era como uma nova etapa, um nosso rumo, quiçá uma nova oportunidade de renascer e esquecer maleitas. E embora todas as maravilhas que deixarei para trás, não ia olhar mais para elas. Há que seguir. Há que ver o lado bom da força que possui este inesperado tem de ser.

inspiration inspiration

O que é que vocês fazem para se inspirarem?

domingo, 21 de novembro de 2010

53.

52.

shop shop

Sexta-feira foi dia de compras. E, embora o pouco que comprei, estou muito contente com as minhas novas peças. Pena foi a minha querida avó se ter adiantado e ter esticado o braço à senhora da caixa mais rápido do que eu, de modo, a que tudo passou a ser prendas de natal. Ou seja, lindas peças embrulhadinhas que só vou ver daqui a um mês. O que eu sofro... E sofro literalmente. Esta altura do ano já está a ficar caótica, quanto mais quando chegar mesmo ás vésperas de Natal. Estavam as lojas a transbordar, as filas enormes, e tudo a sair atafulhado em sacos. Saí do shopping com dores de cabeça, enjoos e afins. Mas o que importa é que até valeu a pena, e senão fosse o meu estado "tirem-me daqui", muitas mais coisinhas me tinham vindo parar ás mãos. E as malditas botas de que necessito urgentemente! não há meio de encontrar nenhumas. (Sugestões?) Porque no final do mês, é a atacar de novo. Adoro compras de natal, god, vocês não?

sábado, 20 de novembro de 2010

da autoria de Rihanna Fendy.

«Take a breath, take it deep. Calm yourself - he says to me. If you play, you play for keeps. Take the gun, and count to three. I'm sweating now, moving slow... No time to think, my turn to go! And you can see my heart beating, you can see it through my chest and I'm terrified but I'm not leaving. I know that I must pass this test... So just pull the trigger. Say a prayer to yourself. He says close your eyes (sometimes it helps) and then I get a scary thought, that he's here means he's never lost. As my life flashes before my eyes I'm wondering will I ever see another sunrise? So many won't get the chance to say goodbye, but it's too late too think of the value of my life.»

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

how to save a life?


Há histórias e histórias...
Há histórias com começos lindos e finais tristes. Há histórias de inícios atribulados e finais repousantes. Há histórias infelizes, e historias muito felizes. No começo, no meio ou no fim. Mas há. E a nossa, em que categoria a colocaríamos? Por mim, em nenhuma. Porque o que tivemos não foi uma destas histórias, mas sim uma vida inteira que nos escorreu pelos dedos.
Eu vi-te nascer. Vi a tua primeira gargalhada. Vi os teus primeiros passos de confiança. Sonhei contigo os mesmos sonhos e ambições. Fizemos juras de sangue e saliva. Construímos amor incondicional, de coração puro para coração puro. Amadurece-mos. Brincamos. E choramos muito também. Aprendemos, de uma forma que não se aprende sem ser a sofrer. Caminhamos juntos cada estrada e contamos todas as pedras - e apanhamo-las também, para que nunca tropeçássemos. Conquistamos um castelo de cartas, com dragões e segredos, princesas e reis. Fugimos ao habitual, lutamos pela existência e continuidade. Eu vi-te nascer. E tu fizeste-me sair da concha. Estiquei-te a mão em busca de amparo como nunca antes o tinha feito. E embora o saco com todas aquelas pedras se ter rompido, e a queda ter sido perpétua, ainda hoje não a ergui como fiz contigo um dia. Agora resta saber, se valeu realmente a pena esta lealdade a ti, agora que decidiste partir definitivamente...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Fashion Awards Portugal

E pela primeira vez em Portugal, num evento organizado pela Fashion TV Portugal e pela Câmara Municipal de Lisboa, serão reconhecidos em áreas ligadas à moda os profissionais que se destacaram durante este ano de 2010. O evento terá lugar no Teatro Tivoli, já dia 23 de Novembro! Deixo-vos com a lista dos candidatos aos prémios.

domingo, 14 de novembro de 2010

rain.

Eu julguei sinceramente que estaria preparada para a chegada desta fase, mas afinal estava enganada. Não estou. Demorou muito tempo a iniciar-se, sabes, e a minha preparação psicológica fugiu. Encolheu-se tanto até desaparecer. Como um grão de areia desaparece no mar. O coração era maior que esta predisposição minha para que ambos avançássemos, e ela não foi capaz de se impor. Eu sei que estás bem. Para ti, tu próprio estás bem. Sei que mudaste. E sei que porventura estás igual a antes - só não sei em que altura entranhar este "antes". Mas não te preocupes. Não estou magoada, não estou feliz. Simplesmente não estava a espera. Mas não deixa de ser uma golfada de ar à enorme culpa que sinto, o facto de que quem sabe afinal, quem abandonou o barco primeiro, foste tu.

21:12

sábado, 13 de novembro de 2010

ao espelho, a história.

Hoje sinto-me como Marie Antoinette no dia em que forçosamente abandonou Versalhes, no decorrer da pura revolução francesa. Olho-me ao espelho e vejo o rosto dela, chorando, a despedir-se do palácio que a acolheu e bem tratou. Onde se casou com um príncipe que desconhecia e amou o seu amante e único amor. Onde teve três lindas crianças, entre as quais a única menina, Maria Teresa - a única sobrevivente da maior revolta do povo em toda a História. Encontro-me nos seus lábios bem delineados, frágeis e trémulos quando se encontrou presa pelos aldeões e afastada do seu marido que mais tarde veio a saber decapitado. Visualizo o pavor de estar nas mãos de revoltos, de loucos geridos pela extrema pobreza e injustiças várias. E pensar ela que quando estes lhe pediram auxilio devido à falta de alimento, ela lhes foi arrogante e disse «se não têm pão, comam bolos!». Descubro-me no seu arrependimento preso nas maças do rosto e na testa muito tensa que dói. Encontro o desamparo e o frenesim interior de ver o seu último filho homem morrer, já que o outro também lhe havia morrido mas nos seus maternais braços ainda em Versalhes. Recordo nos olhos húmidos os gastos dispendiosos e desnecessários que tanto ela e a corte desvalorizaram: as aulas de piano, o típico vicio do jogo, até o palacete que o marido, rei de França, lhe oferecera pela vinda do primeiro filho ao mundo. Todos os sapatos e vestidos, jóias e doces - até o chá que lhe enviara o Imperador da China se arrependera de ter bebido ao invés de tê-lo dado ao seu povo. Ignorara-os, tanto ela como o marido, porque a ingenuidade também era muita para alguém tão novo mas com tanto poder. Chegara a França com apenas 14 anos, lembrava(-me), e aos 18 tornou-se a mais nova Rainha de França. Mas agora também eles lhe ignoravam as lamúrias e promessas desesperadas sem fundamento. Eles só queriam vingança. A vingança de uma rainha, que em todo um grandioso mandado, apenas foi rainha dela própria.

blá blá

Eu, doente, acamada, e com dores de dentes até me esqueci disso por momentos ao ver o filme que passou esta tarde na tv, "O amor não tira férias". E é curioso, em como por momentos, não são só os medicamentos que nos aliviam.
Mas fim-de-semana não é só prazeres, ainda tenho que estudar Marketing, mas com o almoço decerto prolongado de amanhã, nem sei como vai ser. Outra situação é que tenho/preciso de ir ás compras, e na minha opinião, este mercado anda de pé p'ra cova porque ainda não vi nada pelo qual me apaixonasse. Preciso dumas botas pretas de cano alto, sem falar de roupa quente que também dava muito jeitinho - e já agora do casaco comprido da rapariga que vi ontem na paragem, era simplesmente perfeito, e embora a minha analise profunda e descarada não consegui descobrir de que loja era. Maldita!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

lava.

É realmente difícil fazer decisões quando as escolhas não existem. As perguntas retóricas são a nossa segunda língua, e o podes agora é tens. Por isso movo-me sobre a calçada de terra batida, como António caminhou em busca dos peixes para pregar. A cabeça cambaleia - ainda não está segura - mas não descaiu e rolou no chão. Mas é isso que importa, o que se tem, porque ainda se pode.

eruption.

É muita a pressão. Tornasse uma estadia abominável e desconfortável. Dá-me sede de ida sem retorno, de palavrões sem os propriamente dizer. São as anáforas, as hipérboles, as antíteses, como lhes quiserem chamar... Revolta como tempestade em copo de água, e esvazia, como jarro que não entorna. Há calor e frio ás reviravoltas, um carrossel vivo, mas indecente, malcriado e desnecessário. Esgota. E não há melhor termo que esse para descrever a pressão. Cansa. Transtorna, como diria alguém que em tempos conheci. E são poucas as soluções. Dão trabalho e exigem muito de nós. E a paciência está esgotada, infelizmente. Foi toda derramada, pelo jarro que não entorna.

volcano.

Eu não queria que desvanecesse, que emergir-se na penumbra das profundezas do oceano. Porque é difícil de digerir, de encaixar, de aconchegar as más sensações no coração: parece que não há espaço para elas, e se houver, dói muito preenche-lo logo com mágoas. A esperança é a maior bóia de salvamento, mas a realidade é mais fácil de aceitar do que a expectativa de que algum dia tudo brote. Demora, e ninguém gosta de esperar. Como um nenúfar, como o lótus tatuado no meu pescoço. É doloroso esperar pelo desflorar, pela bonita epifania do positivismo. As recordações são teimosas, e eu também. Por preferir uma mão dormente vazia, a uma fechada mas com algo lá dentro. O ser humano tem uma forte necessidade do controlo, e só se contrala aquilo que se tem, não é?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

52.

a todos vocês:

Já à uns tempos que queria deixar aqui a minha mensagem a vocês, e hoje achei que era a melhor altura. Primeiro quero aproveitar por agradecer a ajuda para o meu trabalho cinematográfico (post anterior). Foram bastante importantes os vossos comentários, e decerto voltarei a dar noticias sobre esse trabalho. Quero também agradecer a todos os que me visitam todos os dias e me acompanham nestes pedacinhos de mim e da minha vida. É tão grande o meu espanto e alegria quando vejo visitas de tantos países diferentes como Alemanha, Espanha, Suiça, Paquistão e até de Moçambique ou Brasil... São tudo apoios óptimos que me transmitem e me fazem querer continuar mesmo quando o meu blog parece tão abandonadinho ou tenho as minhas quebras de inspiração. Espero continuar a melhorar e agradar-vos. Porque ainda que eu escreva por e não para, é óptimo sabermos que há quem se encontre naquilo que nós somos.
Estou completamente aberta a sugestões ou até criticas fundamentadas a colunas ou textos com que não concordem ou não apreciem. Têm a zona de comentários e até o formspring onde não precisam só de fazer questões mas também de dar opiniões.
Relativamente a isso queria também dar uma palavrinha... Recentemente tenho tido o receio de estar a transmitir uma imagem um pouco "arrogante" da minha parte, nas minhas respostas, e não queria mesmo que fosse essa a vossa interpretação. Não sei se já aconteceu, porque também ainda ninguém mo indicou, mas ao lê-las consoante a minha interpretação e depois numa mais maliciosa, reparei que poderia ter também essa vertente mais negativa. Mas não tem, garanto-vos.
Por ultimo queria só deixar aqui uma "chamada de atenção" a alguém, que espero que desta vez perceba que estou a falar dela, que não é mais do que: pára de me copiar... É que já se tornou tão absurdo e obvio que até faz confusão. Ou fazes bem as coisas ou admite que nada daquilo que tens no teu espaço sai da tua cabeça e desistes de uma vez por todas. Bom era só isto, espero continuar a ter-vos por cá

Mafalda M.

domingo, 7 de novembro de 2010

project project

Tenho um novo trabalho em mãos, que a meu ver, é o mais difícil que tive até hoje. Tenho que produzir um anúncio televisivo - de 3 minutos no máximo - como chamada de atenção ás pessoas de cadeiras de rodas. Isto é, tenho que vestir a pele da Fundação Salvador (instituição de deficientes motores) e demonstrar as dificuldades que estes encontram na nossa sociedade.
Quero sugestões, seja de cenários, frases, imagens, enquadramento, situações difíceis para estas pessoas... Qualquer coisa, muito obrigada!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Le memory


de autoria desconhecida.

We lose the people we love because they are meant to love someone else.
We love them because we are destined to find somebody else.
It is a simple fact that is sometimes hard to accpet because we are too stubborn
to let go of something that doesn't belong to us anymore.