Faz hoje uma semana que estamos nesta nova luta pela nossa relação. Faz hoje uma semana que experimentei pela primeira vez em 4 anos e meio, o que era não te ter. Provei o veneno mais amargo quando olhaste para mim com uns olhos indescritíveis de raiva e desilusão. Quantos dias demorarei para apagar esse sabor da nossa boca?
Voltar para casa naquela noite sem ter certezas do dia de amanhã foi das maiores dores que testemunhei, saber que arruinei anos de amor numas poucas horas deu cabo de mim. Eu sei viver sem amor, sei que o amor tanto vem como vai, como uma brisa aguada que nós não controlamos. Mas não era o caso, pois eu tenho o coração cheio de ti.
Quando tu disseste que não havia mais nós foi uma sensação estranha, entre a dor e o incrédulo. Se te amo tanto e tu a mim, porque não lutar? Quão magoado estavas para achar que vivias melhor sem mim? Quão irritado estavas para achar realmente que eu ia conseguir ser feliz sem ti, viver com esta culpa toda entranhada no meu peito? Quão louco estavas tu para acreditares em tudo isso?
Já me feriram muito o coração, e ás vezes tenho certezas que tu não tens noção disso. Porque como só me amas-te a mim não sabes o que é ter uma imagem maravilhosa de alguém, e depois ela ir sendo queimada aos poucos, demasiado lento para a dor que provoca. Mas agora sabes... Porque deves ter sentido o mesmo quando te menti. É incrível como alguém pode arruinar a sua própria imagem em segundos, não é...? Mas a diferença é que eu acreditei sempre na pessoa que me magoou. Por mais socos que sentisse no estômago e o meu coração doesse, eu sabia que ás más ações não definiam alguém que sempre foi a melhor pessoa do mundo. Que há sempre um motivo ou uma intenção para as nossas ações... Se um ato tiver um coração por detrás, nós temos de ouvir o coração. E eu gostava muito que tu pensasses desse modo. Nunca fizeste algo que não querias para proteger algo? Nunca choraste por algo que foste obrigado a fazer? Nunca estiveste tão desesperado que usaste todas as tuas armas, mesmo as menos corretas? E tu perguntas... até que ponto é isso justificável? Bem, depende do quão tu acreditas em alguém. De quem ela é para ti, do que sentes por ela e até que ponto a conheces... Tu preenches estes requisitos todos, e por isso, se a situação fosse inversa, eu acreditaria sempre em ti.
Viver é difícil. E amar é a nossa maior missão na terra. E eu agradeço todos os dias por essa aventura ser do teu lado. Desculpa, o amor faz-nos fazer coisas idiotas. Mudava muita coisa se pudesse voltar atrás, ou não fosse a minha vida uma coleção de arrependimentos. Quando é que se começa a deixar de falhar e passamos aprender?
No meio disto tudo tive de olhar para mim, e não posso deixar de dizer que o que mais me magoou foi, sendo eu a mulher das palavras, tu não acreditares mais nas minhas. Eu não sou nada sem elas, sem isto, e sem ti. Custa-me que não confies em mim, mesmo antes de teres provas que a tua desconfiança era certa. Custa muito que o que te digo tenha uma cotação tão baixa... Custa-me não saber o que fazer para que acredites em mim, custa-me não saber o que podia ter feito ao longo destes anos juntos para que tu confiasses em mim. Porque eu acredito em ti e nunca duvidaria... Será a minha entrega maior, ou é apenas ingenuidade como todos me dizem?
segunda-feira, 5 de maio de 2014
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