"Estava numa espiral, das piores, porque fui eu que saltei para lá. Ninguém me empurrou, me magoou ou me deixou. Eu deixei-me a mim mesmo."
Nunca nada vai conseguir reflectir a imensidão da espiral escura que tenho dentro de mim. As incertezas, as magoas, os arrependimentos, as reflexões, as lágrimas, a esperança, o amor... É possível um ser humano tão pequeno carregar tanta coisa dentro dele? A primeira conclusão que consegui tirar com clareza ao longo deste ano foi que não quero crescer. Acho que neste momento é a única coisa da qual tenho certeza, este medo de crescer que me consome, de tomar decisões e principalmente de ter de lidar com as consequências dessas mesmas decisões. Não quero carregar esta mochila pesada ás costas, mas não é justo partilhá-la com alguém. A segunda conclusão que embateu no peito foi que já não sei escrever, que perdi a minha essência, a minha alma que ama as palavras. Já não choro quando escrevo, porque choro tudo antes de escrever. Deixei de escrever por vergonha, por ser recriminada e posta em dúvida por aquilo que dizia aqui. Deixei de escrever porque escrever significava explorar os meus sentimentos e isso implica crescer, o meu maior medo neste momento. Então fui deixando, pouco a pouco. Se antes escrevia pouco e me sentia bem porque isso significava que era feliz, que não havia fantasmas atrás das minhas costas, agora entristece-me não escrever pois significa que não quero enfrentar esta minha infelicidade.
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
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1 comentário:
eu cá, acho que continuas a saber escrever (e tão bem). :)
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