Sabem... O problema não é defendermos aquilo em que acreditamos, mas sim quando defendemos algo baseado em opiniões e não em factos comprovados. Eu posso achar errado alguma coisa, como a violência nos animais, mas não deve ser por eu ver uma imagem na internet que me diz que certo sítio do corpo é menos ou mais nociva à dor, que eu vou acreditar. Tenho de me informar, por mim, com certezas. E é daí também que surge o problema de quando nos preocupamos com coisas que, não deixam de ser importantes, mas secundárias face às catástrofes que por aí andam. Claro que qualquer coisa é importante se acreditarmos nelas, mas não nos podemos focar de tal forma em algo que esquecemos tudo o resto. Catástrofe sim é a fome no mundo, são os números horríveis que há de mortes por dia, são as guerras, a miséria. Isto são problemas, problemas que cada um de nós os devia sentir e contribuir para o seu melhoramento. Acreditar que um dia, por mais longe que seja, tudo vai acabar e fomos nós que contribuímos para isso. Depois há a fundamental questão de que só se salva as pequenas coisas se salvaguardarmos o meio em que elas habitam. E aqui refiro-me ao ambiente. Refiro-me a fazerem a reciclagem, a procurarem a diminuição da emissão de poluição, a procura por energias renováveis para as vossas vidas. Porque vocês podem utilizar a internet para falar do canil que tem x cães para abate, mas se não cuidarem do planeta em que esses x cães vivem, e vocês, então qualquer dia não há um nem outro. Por isso é que eu acho que não devemos deixar de nos preocupar com nada, dar importância a tudo, mas nunca esquecer o mais nocivo. Que é o planeta e a fome. E era nisto que queria que muita gente pensasse um pouco. Pelo menos na minha vida, surgiu de repente um crescente número de pessoas que se preocupa excessivamente com o bem-estar dos animais. Gente que passou a ser vegetariano, a defender os direitos dos animais, a fazer apelos aos animais abandonados e juro que não acho isso mal. Tanto que eu também o faço (o apelo aos animais abandonados)! Mas como é que podem achar isso a coisa mais importante do mundo, quando está perante nós as alterações climáticas e fomos NÓS quem contribuiu para isso? Como é que podemos pensar noutras coisas quando já não temos outono e primavera como quando eramos crianças? Quando começa haver secas horríveis que nos tira a comida dos supermercados, quando já não há chuva? Com o buraco do ozono a crescer e nós continuamos a pagar balúrdios para tirar a carta de condução para podermos poluir ainda mais, continuamos sem fazer reciclagem e começamos a poupar na conta da eletricidade por estarmos em crise e não por sabermos que estamos a fazer mal ao mundo em que vivemos? E isto faz-me mesmo muita confusão. Mas sinceramente não tenho coragem para o dizer a quem devia, e a solução acabou por ser dizer aqui, na esperança de que alguém tivesse a mesma opinião que eu. O problema não é salvarmos os bichinhos, façam-no por amor de deus! Mas olhem a vossa volta, ao mundo onde vai viver esse bichinho que tanto defendem e digam-me se não há um caso bem mais urgente a tratar. Outra coisa que me amassa a alma é a falta de preocupação em geral que as pessoas têm quanto à fome no mundo. Parece que assumimos que isso é um facto e pronto, vai haver sempre. Mas se em vez de estarem a espalhar fotos de problemas menores fossem as compras para o Banco Alimentar ou para uma qualquer instituição que envie comida para Africa ou a Asia, faziam mil vezes melhor. Eu faço o que posso, porque meus amigos, o nível de pobreza extrema em Portugal está a crescer de uma forma que ninguém imagina... Pensem só um bocadinho nisto, obrigada.