sábado, 28 de fevereiro de 2009

entre a uma e as três da manha.

Sentei-me no chão de madeira certa, com as pernas descobertas dobradas encostadas ao peito. Abracei-as com os meus braços magros («tal como todo o corpo» avisa-me a balança sempre que semanalmente me peso), e fechei os olhos ao inicio intrigante do som que o meu computador soltava. Era um soma uma conversa que as novas tecnologias oferecem "chamadas de voz no messenger", mas naquelas melodias que me fizeste escutar entre a uma e as três da manha, foi a minha perdição. Senti a nostalgia e a garra nos acordes da tua guitarra já tão experiente, de temas teus e de músicos inspiradores a esta tua paixão pessoal. A tua voz de timbre acanhado disse-me que te ouvisse tocar: a guitarra que é tua, e o piano que é meu. Umas falhas vieram á mistura, que nem tu sabendo tal, dão às músicas um ar tão... teu. Justificaste-te dizendo que tinhas as mãos geladas, o que me lambeu a memoria fazendo a sensação desse mesmo toque gelado no meu ombro na ultima vez que te vi ressentir-se na acção presente. Perguntei-te senão seriam saudades, ao que tu me respondes-te
"Tuas? sempre".

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

centrado

A escadaria foi descida, como uma pressa sobrecarregada de tolerâncias inimigas e exaustivas. tinha de acontecer, tinha de se dar o eclipse mortal da esfera gemida que é o chão pisado. era cada ser vivo por si, o verdadeiro existir da «independência». os afectos transbordantes foram abandonados, as relações humildes esquecidas, sentimentos flexíveis positivos e negativos foram eliminados do processador privado florescente e a visão era embebedada somente por corpos vestidos a correrem na direcção de um só ponto e local. o centro, de um todo. e por lá as identidades ilegalmente fecundadas permanecem até o segundo indeterminado do contador-de-gotas louco, naquele que a historia destinou ser o centro do "mundo".

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

(25.02)

Jour d'anniversaire
Cada vez mais perto de mulher,
embora nunca esquecendo a criança que brinca cá dentro.

minhas tites, sara e andy:
"(...) um amo-te para ti... Entras-te na vida de cada uma de nós, sem pedir permissão, mas hoje agradecemos porque tens-nos apoiado em momentos bons e maus (...)".
minha diana:
"(...) espero que sejas muito feliz, que lutes e nunca desistas dos teus sonhos! (...)"

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

hasta un día, mi amor.

Espremi uns três morangos para a caneca que já continha o chá preto. Estendi-me, ainda de camisa-da-noite, nos lençóis bagunçados da cama. A temperatura desta era idêntica a do meu chá: calorosa. Os tecidos dos lençóis e da roupa que me cobria o corpo seduziam-se iluminados pelos leves vagões de tons vindos da janela ligeiramente aberta. Afaguei a camisa xadrez vermelha ao meu lado, suporta carinhosamente o teu cheiro. O de homem misturado com os traços imperdiveis de menino. Aqueles que anseio ferozmente que o bebé que vem a caminho possua. Loiro como a mãe, olhos cinzentos como os do pai. Mas mais do que isso, eu somente espero, que ele jamais sinta a ausência da pessoa que ama, tal como eu sinto a tua. Desde aquele final de tarde á inesgotáveis meses, quando a guerra te levou de mim, e até agora, ainda não te trouxe de volta.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

_ _ _ _ _

"Será este o último dia das nossas vidas? - pergunto-te. Nunca me imaginei a mim, perante a necessidade de escrever algo com a finalidade que isto tem. Porque as palavras nunca são suficientes, elas contigo têm sempre duplo significado, elas contigo querem dizer coisas diferentes e opostas. São lidas duas, três, quatro vezes, porque as entrelinhas são mais esclarecedoras e dão(-te) as ideias que no fundo, queres ter na mão. É difícil falar, olhar para ti e dizer o que me embate cá dentro... por isso, mesmo que seja através das palavras que tanto interpretas de mil e uma formas, escuta-me.
Tu para mim sempre foste mais que um ser humano, que um amigo, e com o tempo que um namorado. Eras um mestre, o meu professor. Eras a fonte que me deu a água esclarecedora e educativa da vida. Entras-te devagarinho, com as ideias fortes e a compreensão inesgotável (e verdadeira). Ensinaste-me muito. Fazias tudo em prol do meu bem-estar físico e psicológico, mas não foi por isso que me protegeste. Ao contrário do «habitual» tu colocaste-me e lançaste-me contra os meus próprios medos e problemas. Disseste que eles têm de ser encarados de frente, e que a tua posição de jogo seria do meu lado (sempre!) mas nunca há minha frente. Que não amparavas pessoas que cometiam erros óbvios, e que sabias que eu era o especial e inteligente o suficiente para saber de cor quais eram esses erros. Tu nunca me julgaste, e isso foi mais uma das lições que fizeram parte do caderno diário da nossa relação. Não julgar as pessoas pelas as suas acções, porque boas ou más, todas tiveram um motivo forte. e esse deve ser compreendido e não chicoteado. Mostraste-me a essência da irreverência na personalidade e eu deixei-me formar e enfeitar pelo teu melhor. "Duas personalidade completamente opostas. Os defeitos de um são as virtudes do outro" disseste-me. Foste o meu professor, o meu exemplo a seguir, desde que te conheci. Pegaste em mim como um menino abandonado na rua, vestiste-me a ajuda e alimentaste-me com amor e fascínio. Contigo eu cresci, contigo me tornei (ainda mais) mulher. Mas o nosso chão abriu uma fenda negra, e tudo se inclinou para o abismo. O aprendiz depara-se agora tantas vezes com o seu ídolo sentado na berma do abismo, de cabeça baixa, e arranhado pelas mais dolorosas das lágrimas. E eu caí contigo. Senti-me desamparada, porque ao longo da passagem de tempo tu colocaste ainda mais na beirinha do precipício. Mudaste de ideias, de teorias, cancelas-te a esperança e modificas-te sonhos, transformando tudo numa apenas só fome: a morte. E a causa... a causa foi eu ter desistido. Eu nunca desisti de ti, apenas de nós e de mim mesma nela. Comecei a perceber em como estava tão dependente do teu apoio e dos teus esclarecimentos de dúvidas. Não, não foste apenas um exemplo. Vi em ti também muito mais do que isso! vi amor, amor crescido. Eu compreendo que estejas cansado. Embora tu não acredites, eu sei como te sentes. Pode não ser totalmente, mas sei grande parte dessa dor devoradora de força. Não foi uma escolha o nosso fim, eu juro-te por tudo que não foi exactamente uma escolha. Muito menos, fácil.
Mas, a verdade, é que nada disto já te segura aqui. Estás certo, e tens-me avisado e "preparado" de que realmente a qualquer altura podes desaparecer. E eu ficarei sozinha, porque ser humano algum preenchera o vazio que vais provocar, a falta que me farás (...) Já to pedi tantas vezes, já tenho travado tantas decisões tuas. Mas eu sinto que esta é diferente, porque não consigo nem tenho importância ou garra suficiente para te parar. Sublinho apenas o que te disse ontem... se já não sou eu quem tem capacidade de te agarrar pelo braço e impedir que faças a asneira que queres. Então, pensa nos teus amigos. No teu irmão, (...). Pensa no choque... na mudança negativa e pessimista que será a tua morte na vida deles. Percebe, que a tua partida nada de bom trará a nós. Nem a mim... não preciso que morras para reconhecer que ainda sinto o profundo por ti (...) Fica... como me prometes-te um dia ficar.

tua Mafalda"

20 de Fevereiro. tudo melhora um dia, as coisas más são somente as pedras da calçada que estão fora do sitio, sitio esse que é a felicidade.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

o som (falta-lhe pouco para morrer).

O teu silencio agora já não tem o mesmo significado. O teu silêncio agora é resultado de furos no tecido psicológico. no cérebro outrora sábio e majestoso, agora doente com destino ao enlouquecimento. o meu grito que anteriormente apenas agitava o barulho da nossa relação, agora é um violador compulsivo da ausência desse barulho. como numa planície, faz eco. solto-o e recebo-o de novo. escutando sempre a mesma voz, a minha. porque a tua fez uma teia inquebrável, e fizeste sinal para que até o único ser capaz de mudar isso, lhe fosse impossível sair vencedor. desse coração que sempre me pertencerá.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

esperando.

Aguentei a mão impertinente por vastos minutos. quero ligar-te. as cartas que me escreves uma vez por mês não me bastam. lamento se necessito de um mais que não me podes dar. mas eu tenho fome. e a minha fome é saciada apenas com a sonoridade da tua voz. pela timidez inicial, e pela ternura da continuação. os meses estão a passar, e a tua chegada não tem hora marcada. começo a desesperar. o relógio antigo da sala parou, é preciso dar-lhe corda. mas não sou a pessoa certa para o fazer, se eu estou assim como o velho relógio: com o tempo parado, há espera que quem me faz viver surja no horizonte que a levou.
volta para mim, sou tão novo para morrer.

estar ou ser?

"- estás diferente.
- e isso é mau?
- ...é diferente."

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

D'um Detalhe desafia...

verdades e mentiras.

Este é o meu primeiro Meme, e foi-me entregue pela Xana. As regras são: "Você diz 9 coisas aleatórias a seu respeito, não importando a relevância.Tendo de ter 6 verdades e 3 mentiras. Quem receber o Meme, deverá postar as 3 coisas que acha serem as mentiras do blogueiro que lhe passou o Meme. O meme é «jogado» apenas uma vez, portanto atenção para quem o passa"
Neste caso eu teria de adivinhar quais as mentiras da Xana, e eu (acho) que elas são:
Não tem dois irmãos homens.
Não adora esparregado.
Não mora numa vivenda junto ao mar.

As minhas verdades e mentiras são:
- Vivo com as minhas duas primas.
- Troco e-mails com uma rapariga que nunca conheci pessoalmente desde Outubro de 2008.
- Falo tão bem Francês quanto Português.
- Muitos dos meus fins de semana são passados no campo, embora eu deteste.
- Já fiz dois trabalhos como manequim fotográfica.

- Faço colecção de etiquetas de marca e laços-estrela.
- Sou agnóstica.
- Oiço qualquer tipo de música. {de metal a Mozart, de R&B a música indiana, etc}
- Chumbei o meu 10º ano.

O D'um detalhe desafia para este Meme:
a autora do «Pinky blog»,
os autores de «Expressividades»,
a autora de «Cheirinho a Café»,
a autora de «♥»,
a autora de «como uma apóstrofe»,
e a autora de «melodias do coração».

Divirtam-se e tentem adivinhar!

Colapsos despensáveis.

Um declínio abundante em questões complicadas de obter e fornecer resposta, por mais boa vontade que se tenha. Um autentico e profundo abismo na Patagónia, no meio do deserto da floresta densa, da frustração da renegação, do desconhecido impertinente que faz nódoas na roupa. É como falar do tudo e do nada. Desinteressante e sofredor. O colapso da atmosfera, o transparecer da aura lunar fantasmagórica e claramente explicita. Tretas. Desprazíveis os sentimentos humanos violados pelas excepções ás regras estabelecidas pelos dentes da cadeia alimentar e pela aborrecida fome pela sobrevivência.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

dá-me só mais um abraço.

Ainda hoje me estendi no teu colo. Ajustei-me a sua forma, em busca do reconforto que apenas tu me dás. Quis sentir o teu cheiro, o cheiro que tão bem conheço, que ainda tanto me apaixona. Encolhi-me, só queria reconfortar-me na tua segurança, na tua protecção, e sentir-me pequenina. Uma menina pequenina, como sempre me sinto quando é o teu colo o meu abrigo. Não preciso que fales, porque ás vezes falas e só magoas. Como o "tá" que soltas sempre que digo que gosto de ti. Deves muito ás palavras, e elas a ti. Quero que me abraces, com força mas sem exageros. Quero que me digas que tudo vai correr bem, que me darás sempre colo quando eu estiver triste. E eu dar-te-ei miminhos e atenção, como recompensa, e, principalmente, por gosto. Não é uma troca desesperada, quero sentimento. Como eu sei que tão bem tu sabes sentir(-me).

Se calhar os murmúrios paralelos têm razão, se calhar estou demasiado ligada a ti. Talvez te exija demais, quem sabe realmente aparente, para ti, que meto a tua dor na ultima prateleira da estante. Mas no fundo sabes que não, que o mais importante é compensar-te da máxima maneira que conseguir a dor que te causo ainda. Nós não escolhe-mos os sentimentos, o que aconteceu não foi uma escolha. Nem sequer uma falha tua. Foi o que foi, e quem sabe um dia deixará de ser...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

(os 17 do aday)

quis escrever sobre e para ti, porque á muito que não o faço. há mais de um mês, curioso. não tenho obrigação de o fazer, nem fazer apenas porque «parece bem». escrevo porque quero, por gosto, pelo gosto que tenho por ti. poderia meter-me com alegorias, frases pré-escritas ou pensadas, ou até mesmo tentar rimar, mas não. contigo as coisas são sempre mais transparentes, mais claras e exactas. e se assim tem de ser, que assim o seja. a crua e dura verdade é que te amo. és, (ainda) és mais que um amigo. e menos que uma paixão (?). são muitas e tão poucas as recordações, nenhuma é palpável, são todas sonhos e pura confiança. e o sabor da que bem sabes, dissipou-se. o ideal seria deixar um espaço em branco, uma linha infindável numa folha, com o espaço do mundo para sobre nós eu escrever, porque o fim não está nem pouco perto, e se tiver de haver agora um fim que seja o do primeiro capitulo. pois acertas em cheio quando me dizes que "seremos sempre um do outro".

(os 17 da andy)

és (como) uma sementinha, que lentamente desabrocha, cresce e se forma. és bonita, a mais bonita semente do meu saco prateado. o sorriso outrora breve, agora é largo e contagiante, inseguro é certo, mas capaz de iluminar os piores dias. és lilás, o profundo, misterioso e admirável lilás. e é ao passar dos anos, á chegada das datas comemorativas que me apercebo que cada vez mais te aproximas de flor e te afastas da sementinha pequenina que cuidadosamente tirei do saco. estás a crescer, meu bem, mas para mim serás sempre semente. a melhor e mais linda semente que vi.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

imagina

Imagina, pensa uns meros segundos sobre o que te vou estender numa travessa. Mete só como hipótese, por mais impossível que aparente, imagina o seguinte: uma situação única na tua vida, a única vez que o poderias fazer, a experiência da tua vida. Mete no pensamento a coisa que mais odeias, que mais te apavora, o que mais te assusta, a ultima coisa que querias ver/tocar/etc... a pior coisa que o teu mundo te poderia fornecer. Já está? Agora imagina que, asseguradamente, ao provocares a acção ou chocares com a "terrível" acção, sentirias a melhor sensação do mundo. Algo que te fizesse, tão mas tão feliz. Para uma melhor compreensão da ideia, um exemplo (completamente absurdo e prático): o teu pior pesadelo, o que te faz chorar de pânico ser uma aranha. mas sabes que, se lhe tocares, a mantiveres na mão, sentirás o mais fantástico e perfeito sentimento que existe. A pergunta é, enfrentavas, passavas por uma situação tão dramática pessoalmente, para sentires a explosão perfeita de emoções...
Fazias-lo?

Sílvia Martins

"Se ao menos pudéssemos ficar para sempre putos, puros sem ideias feitas, com teorias escorreitas sobre vidas perfeitas."
Li, e fez (todo o) sentido.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

(os 17 da melhor amiga)

Como começar? como começar a falar de algo que, no fundo, é o que mais tenho de «meu» no meu próprio mundo. Ou como sempre te disse, que nem da minha vida tu fazes parte, tu és ela mesmo, a minha vida. és uma alma carregada de opostos, de limites, de cercas para saltar, de amor inigualável, de vontade de dar e receber. és um dos seres mais fortes que conheço, és um componente químico. o componente que me reconforta, que me dá colo, um colo que me embala há 10 anos. sempre com um sorriso deliciado e um olhar maternal, preocupado e pela voz ténue comparável ao absorvimento do néctar floral dum colibri. contigo, comigo, com nós as duas. amparas-te os meus momentos mais cruciais, foste a minha bóia salva-vidas quando a minha barca de naufrago foi ao fundo, por falta de cuidado. quero que saibas que não há nada que não te conte, há somente, o que prefiro deixar calado em vez de perdurar como eco nesse coraçãozinho que juntamente com o meu fazem a orquestra doa ideais. cheia de sonhos, de ambições e lealdade. porque, a pessoa que sou hoje, deveu-se também á nossa amizade. ao nosso titulo mutuo de "melhor das melhores", de amigas verdadeiras e sinceras. já nos magoamos, mas e então, não é isso que nos faz aprender? não são as lágrimas e as gargalhadas que nos têm feito ser adultas e crianças sempre? eu acredito realmente nisto, tal como que o choque, a ágil diferença, que por vezes as nossas personalidades percorrem, faz parte. é normal - é amor afinal. gosto de ti de real formato, ultrapassa a amizade, ultrapassa o amor de irmãs que não somos, é o nu e cru amor consumista. que faz as nossas mãos ligarem-se e tornaram-se uma só. tal como foi ontem, hoje e será amanha também.

D'um detalhe ofereçe (novamente) ...

O prémio "Blog de Ouro" para:
- o Blog «Mãos no fogo», pelas palavras doces.
- o Blog « ♥ », pelas palavras marcantes.
- o Blog «Imperscutável», pelas palavras vibrantes.

note: este prémio tem como característica o facto de ser apenas para mulheres, portanto os meninos vão ter de esperar pela próxima entrega. ahah.

Continuem,
MafaldaMacedo
(a autora)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

deads

E tu, quantas vezes já viste uma pessoa pela ultima vez?

(os 17 da tites)

És (apenas) uma, e aí vejo o engano tremendo que é dizer-se que «as coisas boas vêm aos pares». És uma única só, uma das tantas, porém, uma importante batida. Com o ritmo unicamente expresso por ti, com a sonoridade irregular, fazes que o que me preenche o recheio do peito, bata, pragueje risadas e contraía-se ao primeiro sopro de nostalgia. Numa manha esquecida no calendário ofereceste-me, mais as meninas, o que começara a perder. De olhos inicialmente tapados, ao espreitar encontrei um frasco: preenchido por positivismo, esperança e um sorriso forte. Por isso então, obrigada meu amor, pela paciência que o teu olhar fulminante transpira e pela agitação saudável que provocas. Que a fusão surpreendentemente fantasiosa de cores em energia emitida te continue a reconfortar e olhar de esgueira para o que virá. Porque mereces que seja uma caneta ingénua – não maldosa – da cor insinuante do cor-de-rosa, te conte uma história de princesas em que tu entras em acção perdendo o sapatinho.
(para a Tites, pelos 17)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Havia no mundo, um grupo que se amava.

Eu nunca me vou esquecer, quando tudo era tão perfeito e não havia lugar para hipocrisias. Quando eu olhava para os nomes da minha lista telefónica, e não eram apenas isso, um turbilhão de nomes. De números que anotei para exibir ás minhas amigas, quando falara apenas uma vez com a pessoa, numa tarde indeterminada e não importante o suficiente para saber a sua data de cor. É só mais um nome repetido, de tantos que este mundo fora e giratório possui, é (só) um desconhecido. e não importa, eu não quero continuar a lembrar o mau ou o indiferente e acabar por deixar a memoria fraca esquecer a genuinidade do inicio da historia. Quero lembrar a cumplicidade... a humanidade e humildade que havia, a ajuda e preocupação frequentes. Os carinhos compulsivos, as noites em que nos deitamos após um olhar de esgueira á janela aberta e sentimos calor, bem estar. Eu quero sentir novamente na pele o que é desconhecer a traição e a mentira, mas sem nunca esquecer, para assim continuar aprender.
"(...)I'm not a perfect person
There's many things
I wish I didn't do
But I continue learning (...)"

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

24h actriz.

Ás vezes não te percebo. não compreendo, simplesmente ...
essa tua vontade (extrema) de brincar. és quase mulher.
A adolescência está prestes a romper, e tu não páras de correr.

emites gritinhos estridentes, sentas-te no chão (seja qual for esse chão, e o espaço de que esse chão faz parte!), falas com as pessoas com a cabeça inclinada para o lado com um sorriso de orelha-a-orelha, ris-te alto e ás gargalhadas, dizes piadas e graças de minuto a minuto, provocas um som infantil e ingénuo na voz, danças ao som de qualquer música, vestes qualquer cor (isto sem falar, de quando as misturas e dizes ser um desenho animado), dás beijinhos e abraças qualquer um com quem simpatizes (se for possível tu um dia vires a não simpatizar com alguém).

És estranha, pareces a pessoa mais feliz do mundo.
mas no entanto,
em casa choras medrosamente e já nem tens coragem de te ver ao espelho.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

all the night, toda a noite. II

a noite inicia-se calma, de músicas frenéticas mas ainda incapazes de fazer a multidão gritar entusiasmada á percepção das mínimas batidas do inicio do house e techno do momento. o ambiente é animado, estável, o consumo alcoólico iniciou-se a pouco tempo portanto as risadas são leves dos movimentos gozados dos grupinhos de amigos. Tu entras, as caras bonitas olham-te com os seus melhores sorrisos e tu retribuis. chegas-te e tudo vai mudar, e para melhor. pedes o shot da casa, o mais potente, o melhor a partir do momento em que o engoles duma só vez sem pestanejar. Por dentro arde, derrete de fervor a garganta mas tu mantens o ar de descontraído, como se aquilo fosse um copo de agua. Deslocas-te para a pista, uma das 3 que o espaço tem, uns apalpões aqui e ali, a tua noite promete. O teu campo instável de visão, que tanto olha para todos os recantos, que tanto aprecia os grupos que vão entrando pela porta, por fim vez-me a mim e ao meu safari cola já por metade. és subtil embora a lasca de provocação, como sempre és quando o assunto sou eu. deslocas-te até mim e a partir do momento em que estás à minha frente fixas os olhos nos meus o que me arrepia intimamente por dentro, da curiosidade que me consegues transmitir. hoje estou nos meus dias, e vou deixar-te brincar comigo, quero uma boa noite: divertida, com muito picante e a sensação de ser desejada. pegas-me no copo e bebes «também mordes a palhinha?» «é, estou com fome» e com a minha intuição sorris deliciado. a tua mão masculina percorre a minha cintura e de costas reconfortadas no teu peito deixas-te levar pela calmaria dos meus movimentos segurando o nosso copo numa mão enquanto a outra se empenha em discretamente arrastar-me o top decotado para cima tendo como destino o contacto carnal da tua mão no meu ventre. a noite alongou-se e após poucas mas horas, encontro-me contigo num recanto sozinho da discoteca, em que milagrosamente descobrimos. somos só nós, e o show me love que começava a bater lá fora pelo Dj experiente. «agora sou eu quem te mostra o que é o 'amor'» rosnas-te antes de esborrachares os teus lábios nos meus, antes de provocares a explosão de emoções que já começavam a mostrar-se vivas cá dentro. num impulso pegaste-me ao colo, com as minhas pernas enlaçando a tua cintura e as tuas mãos firmes por baixo da minha mini-saia. a tua língua agitou-se após o deslize até ao meu peito, e a minha respiração ofegante suava-te no ouvido o que só te aumentava o prazer de provocar prazer. mordi-te os lábios e mergulhas-te em mim, numa penetração rigorosa e fantasiosa. gemi e tu foste mais fundo, freneticamente e cada vez com intervalos de tempo mais curtos. era carne contra carne, o suor e vontade insaciável tua de ver os meus olhos felinos fundirem-se revirando-se a cada movimento ágil teu no meu interior.

- "de tanto amor deixei-a completamente pedrada".